Este é o segundo álbum do Pere Ubu que analiso aqui no blog. Para conferir a primeira postagem, clique no link abaixo:
Inicialmente, a banda misturava experimentalismo, cacofonia, barulho, jazz, rock, soul e minimalismo, e acabou sendo um dos pioneiros e fundadores do chamado “som industrial”.
O objetivo do grupo era mostrar o lado caótico do mundo, do homem em meio ao holocausto industrializado, seus medos, rancores, paranóias, toda a convulsão social e toda a hipocrisia da modernidade. Para isso, criavam “músicas-pesadelo”, que eram desconcertantes e pouco melodiosas. Mesmo assim, as canções eram compostas com muita técnica, precisão e os instruemtos se encaixavam com muita harmonia. Sintetizadores dançantes e riffs energéticos de guitarra se misturavam com técnicas que iam além da base convencional, usando desde ruídos à intervenções de música concreta, criando assim um equilíbrio entre acessibilidade e radicalismo.
A voz desesperada e enlouquecida de David Thomas adicionava uma característica paranóiaca, demente e ao mesmo tempo cômica na banda, uma vez que ele cantava de diversas formas diferentes, explorando e experimentando características vocais (afinadas ou não) e até formas inovadoras de cantar ou falar ao microfone, durante uma gravação. Ele saltava, por exemplo, as oitavas no transcorrer das músicas, indo do grave ao agudo em segundos e, assim, adicionando microtons de forma a oscilar inclusive na definição das notas.
Dub Housing (1978)
Download:Dub Housing
CURIOSIDADES
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O grupo define seu estilo como “hard rock proto-punk” -
Os títulos das faixas são inspirados em filmes, canções e slogans do passado
OUÇA AS FAIXAS E LEIA OS COMENTÁRIOS:
DESTAQUES EM VERMELHO
01 – Navvy
Começa com acordes de guitarra no canal da esquerda, logo entram notas de outra guitarra no canal da direita. Também entra o som caótico do que parece uma sobrecarga de energia. O vocal alucinante e a bateria marcada são incorporados. Escutamos ao longe os backing vocals. 01:31 – a guitarra extrapola alucinante.
02 – On The Surface
Um teclado com som primitivo, efeitos eletrônicos e a voz quase infantil. Surreal!
03 – Dub Housing
Baixo comanda, a guitarra e o piano completam a harmonia e o sax soprano joga notas. A voz entra discursando mas com sonoridade abafada. Muita influência de jazz.
04 – Caligarl’s Mirror
O canto super tremido, um refrão “convencional” e uma harmonia extramamente exótica.
05 – Thriller!
Não! Não é a do Michael Jackson, trata-se de mais uma viagem surreal do Pere Ubu. Perturbador!
06 – I Will Wait
Guitarra e baixo em sintonia. Uma música mais “normal”, lembra remotamente um punk.
07 – Drinking Wine Spodyody
O baixo “caminha”, o teclado é martelado em dissonância total.
08 – Ubu Dance Party
Som de estática, guitarra ao estilo surf music e teclado em contratempo.
09 – Blow Daddy-O
Distorções da guitarra, bateria punk, vozes desencontradas, sons repetitivos
10 – Codex
Guitarra sincopada, vozes em mantra e canto principal descompromissado com o tom. Uso constante de intervalos de segunda e semitonagem.Análise Musical: Rodrigo Nogueira
Fonte Histórica: Wikipédia
Curiosidades: 1001 discos para ouvir antes de morrer
‘té mais!
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