Para a boa compreensão deste artigo, é imprescindível a leitura prévia do artigo anterior, caso ainda não tenha lido, utilize o link abaixo:
Desde antes de nascermos, temos contato com um grande número de sons, sejam eles internos como as batidas do coração por exemplo, quanto externos como a voz da mãe ou sons do ambiente. Só que para formação de um padrão cerebral há a necessidade de dois fatores: a repetição do som - as batidas do coração, a voz da mãe, etc, e a associação desses sons com alguma coisa relevante - o próprio funcionamento do corpo e a pessoa mais próxima e constante. Em um primeiro momento, estas associações são instintivas, ou seja, ainda não passam por algum julgamento consciente, mas tornam-se reconhecíveis e identificáveis - o primeiro passo para gostar.
Geralmente, o primeiro contato relevante que temos com música, são as famosas canções de ninar cantadas por algum familiar, normalmente a mãe. A voz da mãe, por si só já é um som facilmente identificável pelo bebê, portanto esse padrão já está estabelecido e o que vier daí, no mínimo já encontrará receptividade para a assimilação e a formação de novos padrões, pois a canção de ninar será facilmente associada ao carinho materno. Entretanto, aquela música em particular só será efetivamente reconhecível e depois julgada como "agradável" se houver a repetição dela em momentos similares de carinho (ou sono, ou qualquer outra atividade ou sensação a qual possa receber alguma associação).
Outro aspecto a ser analisado é a estruturação da música cantada, pois a maneira como foi composta também é fundamental para o desenvolvimento dos padrões (gosto). A explicação para isso é que nosso cérebro é um pouco resistente a coisas completamente novas, sempre que entra em contato com uma suposta novidade, imediatamente procura dentre seus padrões já estabelecidos alguma similaridade. Se essa similaridade não for encontrada, a reação normalmente é de repulsa ou irritação. Então como uma canção de ninar ouvida pela primeira vez poderá encontrar receptividade e "cair no gosto"? Isso ocorre apenas por ela ser executada pela voz familiar da mãe? Não, pois apesar da voz da mãe já ser um padrão estabelecido, a música cantada não é, e se esse fosse o único fator, a repetição da canção teria que ser muito grande para que o cérebro seja forçado a estabelecer um padrão novo para assimilar a música (não a voz, esta já está assimilada e associada). Então há algo mais na música que permite a fácil assimilação? A resposta é simples: sim - a canção de ninar já tem padrões similares em seu cérebro, eles apenas receberão desdobramentos.
Veja por que e como no terceiro artigo da série onde a coisa ficará realmente interessante!
Sequências já publicadas:
Sequências já publicadas:
- A Formação do Gosto Musical - Parte 3: A Estrutura Básica da Música
- A Formação do Gosto Musical - Parte 4: Os 4 Maiores Agentes Formadores do Gosto - 1º Costume
- A Formação do Gosto Musical - Parte 5: Os 4 Maiores Agentes Formadores do Gosto - 2º Associação
- A Formação do Gosto Musical - Parte 6: Os 4 Maiores Agentes Formadores do Gosto - 3º Disposição
Até aqui, qual sua opinião? Utilize os comentários, vamos explorar a questão!
0 comentários:
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante, todos que são publicados são respondidos, mas antes de escrever, leia as normas do blog:
Você pode: Opinar, elogiar, criticar, sugerir, debater e discordar.
Mas NÃO PODE ofender, insultar, difamar, divulgar spam, fazer racismo, ou qualquer tipo de conteúdo ilegal, além de usar palavras de baixo calão de maneira gratuita.
Obrigado por sua participação, fico na expectativa de seu retorno!