sexta-feira, 30 de julho de 2010

O Lobisomem


The Wolfman (2010)


Direção:Joe Johnston. Com Benicio Del Toro, Anthony Hopkins, Emily Blunt e Hugo Weaving

Sinopse: O ator Lawrence Talbot (Benicio Del Toro) recebe a visita de sua futura cunhada Gwen (Emily Blunt), que informa do desaparecimento de seu noivo e pede ajuda para tentar encontrá-lo. Ao retornar à sua cidade natal, reencontra seu irmão brutalmente assassinado pelo que parece ser um animal selvagem e vai a uma busca obstinada para descobrir quem ou o que matou seu irmão. Desse modo, entra em contato com os supersticiosos cidadãos da pequena cidade, seres míticos e ao mesmo tempo, lida com os traumas da infância que o obrigaram a sair daquele lugar há anos atrás na intenção de nunca mais voltar.


Estamos na "febre do remake", vários foram feitos nos últimos tempos. Até agora todos os que vi foram ruins. Já com esse pré-conceito, assisti esse O Lobisomem, um remake do clássico do terror de 1941.

Como a intenção dos realizadores foi procurar ser fiel ao original, apenas atualizando as técnicas de filmagem, O Lobisomem, de terror quase não tem nada, afinal, o filme de 41 visto hoje, não daria medo em ninguém, porém, temos bastante suspense, ação e uma história simples, mas muito bem construída.

Anthony Hopkins faz um velho aventureiro e caçador, de coração duro, que recebe seu filho de volta anos depois, sem demonstrar muito entusiasmo. Há várias cenas deliciosas em que duelam verbalmente, deixando clara uma certa rivalidade entre eles. A atuação é boa, mas tratando-se de Hopkins, deixou um pouco à desejar.

Benício está ótimo mais uma vez. Seu personagem é multifacetado e ele o incorpora à perfeição, sem nenhum tipo de exagero dramático. Já Emily Blunt não transpareceu para mim a sofrida noivinha, que vive chorando pelos cantos - sempre que olhava para ela, dava vontade de rir, não sei, ela é naturalmente engraçada, não convenceu nesse drama. Aliás, acho que ela e sua personagem centralizam as falhas que o roteiro apresenta: não há tempo hábil para que a dedicada e apaixonada noiva saia do luto e passe a direcionar seu coração a outra pessoa com enorme devoção. Na minha opinião, os problemas param por aí.

Apesar de muitos filmes de monstros caírem na bobagem, esse é levado à sério e o roteiro explora tramas de cunho psicológico fazendo uso de várias metáforas. A ambientação sombria e o uso moderado dos (bons) efeitos especiais dão um clima espetacular.

Guardadas as devidas proporções, achei esse filme quase no nível de Drácula de Bram Stoker, se já não fosse um clássico de seu gênero (o Lobisomem original de 1941), diria que esse teria grande potencial de se tornar um. Grande filme!


Nota: 8 (muito bom)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Seu Tipo - Ney Matogrosso


Série Álbuns Históricos de 1979 - 27/43

Ficha corrida do cara:
Nome completo: Ney de Sousa Pereira
Nacionalidade: brasileira
Período de atividades: 1971 até hoje
Site oficialhttp://www2.uol.com.br/neymatogrosso/
Estilo/Gênero: Rock, MPB/Pop rock, glam rock
Álbuns de estúdio: 26 (sendo 2 com a banda Secos & Molhados)

Bio 1ª Parte
Ney saiu de casa aos dezessete anos para tentar a carreira na aeronáutica, de lá, foi trabalhar em hospital, mas sempre teve interesse no teatro. O cantor Ney surgiu quando recebeu um convite para formar um quarteto vocal que se apresentaria em um festival universitário. Depois do festival, foi para o Rio de Janeiro tentar a sorte como ator, para sobreviver enquanto não alcançava seu objetivo, fazia artesanato e vivia como um hippie. Como as oportunidades eram escassas, tentou a sorte também em São Paulo e Brasília, até que um dia, o produtor João Ricardo, que precisava recrutar uma voz aguda para o novo grupo que formava, "deu de ouvidos" com Ney e o convidou imediatamente. Ele aceitou e passou a fazer parte do histórico e performático grupo Secos & Molhados.

Com muita maquiagem, figurino teatral, visual andrógeno e músicas ousadas, os Secos & Molhados causaram muita polêmica no início da década de 70. Mas Ney era uma estrela de brilho muito grande para compor um grupo, ele precisava dar saltos maiores, então, em 1974 inicia a carreira solo.

O primeiro disco que lançou foi o vanguardista "Água do Céu-Pássaro" (1975) - é tão extravagante que não agradou ao público e as vendas foram pífias. Já o segundo, "Bandido" (1976), trouxe o sucesso com a música 'Bandido Corazón', composta por Rita Lee. Aproveitando seu gosto pelo teatro, Ney produziu um show para esse disco que escandalizou por sua performance exótica e erótica, porém a publicidade foi enorme e o artista ficou em evidência no cenário artístico nacional. No ano seguinte lançou o disco "Pecado" que apresenta o material que foi descartado do disco anterior e serviu para fechar um ciclo artístico e profissional da carreira do cantor.

Em 1978, trocou de gravadora e lançou o álbum "Feitiço", que apesar de contar com um repertório composto por grandes artistas, experimentou cair em uma sonoridade mais pop, inclusive utilizando a estética disco que estava na moda. Nessa época conheceu Eduardo Dusek e adorou as ideias do cara. Escolheu algumas de suas músicas, resolveu acabar com a história da maquiagem nos shows (continuou usando um pouquinho na verdade) e lançou no disco seguinte: "Seu Tipo", nosso álbum histórico de hoje.

Seu Tipo (1979)


Escute o disco aqui:


Faixas/Destaques:

01 - Seu Tipo
02 - Dor Medonha
03 - Último Drama
04 - Ardente
05 - Encantado (Nature Boy)
06 - Falando de Amor
07 - Cachorro Vira-latas
08 - Me Roi
09 - Trapaça
10 - Tem Gente com Fome
11 - Rosa de Hiroshima

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Rust Never Sleeps - Neil Young & Crazy Horse


Série Álbuns Históricos de 1979 - 26/43
Ficha corrida do cara:
Nome completo: Neil Percival Young
Nacionalidade: canadense
Período de atividades: 1960 até hoje.
Site oficial: http://www.neilyoung.com/
Estilo/Gênero:Rock/Folk-rock, country-rock, hard rock
Álbuns de estúdio: 46 (33 solo, sendo 9 com a Crazy Horse; 6 com Crosby, Stills & Nash; 6 com a Bufallo Springfield; 1 com Stills-Young Band)
Membros em 1979: Crazy Horse, composta por Frank "Pancho" San Pedro (guitarra, vocais), Billy Talbot (baixo) e Ralph Molina (bateria).


Neil Young é um dos artistas mais influentes de sua geração, e isso não é pouco se você levar em consideração que ele influencia o pessoal desde os anos 60. Letrista fenomenal, considerado um dos melhores da língua inglesa, também é apontado como uma das melhores performances do rock. Passou por bandas importantíssimas para as bases do country-rock, como Buffalo Springfield e Crosby, Stills, Nash & Young. É idolatrado pela maioria dos membros do grunge, e é considerado o patrono do movimento. Hoje, sua influência é evidente em bandas conceituadas como o Radiohead e outras.

Apesar de muitas de suas letras serem revoltadas, sua maneira de cantar nem sempre espelha fúria. Dono de uma voz pequena, costuma usar com frequência a técnica do falsete (eu, particularmente não gosto), mas acaba compensando com uma presença de palco exuberante.

O disco de hoje é Rust Never Sleeps, o décimo primeiro de sua carreira solo que rendeu um filme também de 1979, em que Neil Young e banda interpretam a si mesmos em turnê, um tipo de pseudo-documentário, recurso que é muito utilizado pelas bandas atuais. É um disco boa parte gravado ao vivo, mas sem o som da plateia; metade elétrico e metade acústico.


Aclamadíssimo pela crítica, foi considerado o álbum do ano e Young o cantor do ano. Graças a esse disco e a alguns anteriores que também causaram furor na crítica, como 'Harvest' e 'Tonight's the Night', foi eleito o "Artista da Década" pela conceituada revista Village Voice.

Young fala das causas de seu povo e utiliza a cultura de seu povo para isso. Seu trabalho é praticamente de material étnico e folk (de folclórico, no sentido de raízes), portanto é plenamente compreensível não alcançar ouvidos "estrangeiros" e limitar sua influência ao universo anglo-saxão, embora tenha um bom número de fãs ao redor do mundo.

Rust Never Sleeps (1979)


Cotações da crítica especializada:
All Music Guide (0 a 5): 5
Robert Christgau: A+
Rolling Stone: muito favorável (nota máxima)


Curiosidades do álbum:
  • Kurt Cobain, do Nirvana, citou parte da letra de My, My, Hey, Hey em seu bilhete de despedida antes de cometer suicídio.
  • A música Pocahontas foi inspirada na índia que foi recusar em protesto o Oscar recebido por Marlon Brando por sua atuação em O Poderoso Chefão, ou seja, trata de críticas contra o massacre indígena realizado pelos povos colonizadores no decorrer da história.
 Escute o disco aqui


Faixas/Destaques:

01 - My, My, Hey, Hey (Out of the Blue)
02 - Thrasher
03 - Ride my Llama
04 - Pocahontas
05 - Sail Away
06 - Powderfinger
07 - Welfare Mothers
08 - Sedan Delivery
09 - Hey, Hey, My, My (Into the Black)

Texto: Rodrigo Nogueira
Curiosidades: 1001 discos para ouvir antes de morrer

domingo, 25 de julho de 2010

50 Obras Revolucionárias - Nº 33 - Les Préludes - Liszt

Franz Liszt
Para conhecer o projeto "50 OBRAS REVOLUCIONÁRIAS", clique AQUI!
  • 33 - Les Préludes (1848) - Liszt
"A vida não é mais que uma série de prelúdios àquela infindável melodia cuja primeira nota é tocada pela morte"
Esta peça declaradamente desalinhada constitui um dos poemas sinfônicas de Liszt, ou seja, uma peça de música orquestral com um programa, ou que explora um tema extramusical. Richard Strauss viria a ser o mais bem-sucedido seguidor deste gênero, mas Liszt abriu-lhe novos caminhos, com sua transformação dos temas, algo obtido de modo mais eficiente em sua Sonata para piano. Les Préludes baseia-se em um poema de Lamartine: no topo da partitura Liszt escreveu "A vida não é mais que uma série de prelúdios àquela infindável melodia cuja primeira nota é tocada pela morte". A música parece refletir pouco dessa afirmativa, mas sua jactância romântica é inegável - um desafio aos escritores de "música absoluta", uma antiga manifestação de tendências exibidas por Vivaldi em "As Quatro Estações" e por muitas obras de Berlioz. A ideia de uma peça musical contando uma história teve um imenso impacto sobre muitos compositores, de Smetana a Schoenberg.
  • Influenciados: Smetana, Dvorak, Mussorgsky, Schoenberg.
  • Gravação recomendada: Polish National RSO/M Haláz (Naxos)
Texto extraído da revista Classic CD, nº 19


AUDIÇÃO

Lés Préludes - Liszt - com Chicago Symphony Orchestra



baixe aqui Les Préludes

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Atraídos Pelo Crime


Brooklyn's Finest (2009)


Direção: Antoine Fuqua. Com Richard Gere, Don Cheadle, Ethan Hawke e Wesley Snipes.

Sinopse: Uma espécie de continuação de 'Dia de Treinamento' (novamente com a dupla Fuqua e Hawke), também mostra o submundo da vida de policiais e criminosos. O cotidiano de um policial em fim de carreira, outro infiltrado no crime e o último tendo que resolver dilemas para poder sustentar a família.


O filme questiona os conceitos de certo e errado e mostra um panorama de moral acinzentada de pessoas que, para sobreviver no contexto em que estão inseridas, muitas vezes obrigam-se a um partido. As escolhas não são difíceis, ficam do lado de si mesmos; o problemas são as consequências.

Desde o início, já temos uma abordagem filosófica sobre o que veremos com o decorrer da história em um longo diálogo entre Sal (Ethan Hawke) e um criminoso na calada da noite. O teor da conversa é justamente sobre o que é certo e errado. A conclusão que os personagens chegam é que essa dúvida não faz parte da realidade deles, mas sim, o que é mais certo e o que é mais errado. Dessa nova perspectiva, muitas vezes o "mais certo" é fazer o errado e o "mais errado" é fazer o certo. Confuso?  No decorrer do filme vemos diversos exemplos dessa filosofia, o que sem dúvida deixa a história pesada. Só por esse começo, já vale a pena assistir o filme.

Richard Gere é o policial Eddie, um cara que nunca fez a diferença em todos os seus anos de profissão. Sempre evitou problemas e é tido por seus colegas e superiores como um frouxo. Vai precisar sair das amarras do sistema para finalmente sentir-se confortável para mostrar de que "barro" realmente é feito. Entretanto, paradoxalmente, terá que servir de instrutor e modelo (aí está o paradoxo) para policiais novatos (relação clara com 'Dia de Treinamento'). Sua vida pessoal também é uma desgraça, o que torna mais complexo e interessante o personagem. Aí é que está o problema, Gere não dá conta do papel. Suas expressões dramáticas estão mais para caras-de-sono, e nós somos contagiados com essa dormência. Infelizmente isso estraga a conclusão do personagem.

Don Cheadle é Tango, um agente infiltrado no mundo do tráfico que enfrenta inúmeros dilemas ao lidar tanto com a corrupção do mundo do crime quanto com a do policial. Aqui mais um erro da seleção dos atores. Apesar de Cheadle atuar bem, seu arquétipo não convence como o policial/bandido durão que causa intimidações - papel desempenhado com louvor por Denzel Washington e meritório do Oscar.

Finalmente, Hawke é o típico policial de boa índole, mas que por circunstâncias da vida, acaba enveredando por um caminho obscuro, que o força a cometer diversos delitos para poder proporcionar uma vida minimamente decente para sua numerosa família. O curioso é que seu personagem - Sal - é um ítalo-americano muito religioso, tornando suas decisões sempre difíceis e conflitantes. O ator faz um ótimo trabalho e merece destaque.

Concluo dizendo que o filme é complexo, interessante, bem dirigido e com boas atuações (exceção à Gere), entretanto pecou na escolha do elenco. Vale a pena assistir, mas não creio que seja um trabalho que marcará.

Nota: 7 (bom)

Trailer:

terça-feira, 20 de julho de 2010

Armed Forces - Elvis Costello & The Attractions

Série Álbuns Históricos de 1979 - 25/43

Ficha corrida do cara:
Nome completo: Declan Patrick MacManus
Nacionalidade: britânica
Período de atividades: 1970 até hoje
Site Oficialhttp://www.elviscostello.com/
Estilo/Gênero: Rock/New wave, punk
Álbuns de estúdio: 33 até a presente data (10 com a banda The Attractions)

Bio - 2ª Parte

Depois de seu disco de estreia (abordado em outro artigo, veja leitura relacionada abaixo), Costello tentou a sorte nos Estados Unidos e um fato curioso aconteceu: foi convidado para se apresentar na tv, no programa Saturday Night Live e tocar a música 'Less Than Zero', mas a banda queria tocar a polêmica 'Radio Radio', que não foi permitida pela direção do show. Costello e os Attractions começaram a tocar a primeira música e depois de interrompê-la abruptamente, eles pediram desculpas e mandaram 'Radio Radio'. O programa saiu do ar e Elvis Costello foi banido por 20 anos da tv estadunidense - veja no vídeo abaixo uma apresentação recente de Costello no Saturday Night Live, onde a produção resolveu reviver aquele momento (ocorrido em 1977) à título de piada. Participação dos Beastie Boys.

Apesar do banimento dele, seu sucesso em seu país natal só aumentou com o lançamento de seu segundo disco, "This Year's Model". Melhor produzido, o disco mostrou todo o sarcasmo e criatividade desse brilhante artista - um álbum impiedoso e sem discursos vazios.

O disco seguinte, é o que disponibilizo hoje: "Armed Forces". O estilo ficou mais diluído, a estética pop foi incorporada e levou nosso artista de hoje para o segundo lugar da parada britânica, perdeu apenas para Gloria Gaynor e seu hino gay "I Will Survive".

Leituras relacionadas:

Armed Forces (1979)
Cotações da crítica especializada:
All Music Guide (0 a 5): 5
Pitchfork Media (0 a 10): 9,5
Robert Christgau: A-
Rolling Stone (0 a 5): 4

Curiosidades do álbum:
  • O nome original do álbum era "Emotional Fascism, Armed Forces", foi diminuído por razões óbvias
  • O single 'Oliver's Army' ficou em segundo lugar nas paradas, perdendo para "I Will Survive"
  • Junto com o LP, vinha um single com 3 faixas ao vivo
  • A música "Grenn Shirt" foi feita em homenagem a apresentadora da BBC Angela Rippon
  • A música "Sunday Best" havia sido composta para a interpretação de Ian Dury, mas este a recusou.
Escute o disco aqui


Faixas/Destaques

01 - Accidents Will Happen
02 - Senior Service
03 - Oliver's Army
04 - Big Boys
05 - Green Shirt
06 - Party Girl
07 - Goon Squad
08 - Busy Bodies
09 - Sunday's Best
10 - Moods for Moderns
11 - Chemistry Class
12 - Two Little Hitlers

Texto: Rodrigo Nogueira
Curiosidades: 1001 discos para ouvir antes de morrer

segunda-feira, 19 de julho de 2010

II - Van Halen


Série Álbuns Históricos 1979 - 24/43
Ficha corrida da banda:
Nacionalidade: estadunidense (os irmãos Van Halen são holandeses)
Período de atividades: 1972 até hoje
Site oficialhttp://www.van-halen.com/
Estilo Gênero: Rock/Hard Rock, Heavy Metal
Álbuns de estúdio: 11 (até a presente data)
Membros em 1979: David Lee Roth (vocal), Eddie Van Halen (guitarra, teclado, backing vocals), Alex Van Halen (bateria, percussão) e Michael Anthony (baixo, backing vocals)

(Para ler a primeira parte da Bio e conhecer o primeiro dsico da banda, clique aqui)

Bio - 2ª Parte

O primeiro álbum trouxe o sucesso e visibilidade para a banda. Eles excursionaram por quase um ano abrindo shows do Black Sabbath e a técnica de Eddie Van Halen começava a se tornar célebre. Apesar de hoje as músicas 'Eruption' e 'Running with the Devil' do primeiro disco serem consideradas clássicos da banda, eles não tinham nenhum hit na época. Isso só foi mudar com 'Dance the Night Away', presente neste segundo trabalho.

A maioria das músicas desse disco já haviam sido compostas na época do primeiro disco, portanto a estética e a sonoridade ficaram muito parecidas com as do disco anterior. Haviam sido gravadas como demos (com a ajuda de Gene Simmons do Kiss, como visto no post anterior), e não sofreram grandes alterações em suas estruturas para a gravação desse disco. Ficou em sexto lugar na parada pop da Billboard e emplacou dois hits: 'Dance the Night Away' e 'Beautiful Girl'.

A magia do som de Eddie e as palhaçadas de Roth agradavam cada vez mais o público e a crítica, tornando o Van Halen uma das bandas mais influentes da época.

A trajetória do Van Halen segue em meu novo blog - Central Musical: Anos 80 - e a terceira parte já está publicada, confira na leitura relacionada abaixo!

Leituras relacionadas:


II (1979)


Cotações da crítica especializada
All Music Guide (0 a 5): 4
Robert Christgau: C +


Escute o disco aqui


Faixas/Meus Destaques

01 - You're no Good (Clint Ballad, Jr.)
02 -Dance the Night Away
03 - Somebody get me a Doctor
04 - Bottom's Up!
05 - Outta Love Again
06 - Light Up the Sky
07 - Spanish Fly
08 - D.O.A.
09 - Women in Love
10 - Beautiful Girls

domingo, 18 de julho de 2010

50 Obras Revolucionárias - Nº 34 - Projeções - Feldman

Morton Feldman
Para conhecer o projeto "50 OBRAS REVOLUCIONÁRIAS", clique AQUI!
  • 34 - Projeções (1950-51) - Feldman
Partitura gráfica de Feldman
Feldman foi bastante influenciado pelas ideias de John Cage e do grupo de pintores de Nova Yorque (Pollack, Guston, Rothko, etc.), com as duas fontes alimentando suas partituras gráficas. Uma das consequências do uso de partituras puramente gráficas é que, em vez de obterem informações (mais ou menos) precisas dos símbolos convencionais para dó sustenido, colcheia, e assim por diante, os executantes têm que escolher sons baseados em indicações gerais de altura, registro, duração, timbre. Soando superficialmente similares à música serial (veja leitura relacionada abaixo), as cinco Projeções, altamente abstratas, foram as primeiras partituras a permitir aos executantes esta liberdade... e esta responsabilidade. (Não há espaço para discussões por que os resultados ainda fazem as composições de Feldman soarem como sons ao acaso ou improvisados.) Esta liberação do controle do compositor mais tarde seria adotada por muitos outros, principalmente Cage e Stockhausen. A concentração de Feldman nos sons, e não no desenvolvimento convencional, liga-se ao emprego dos "pontos", "grupos" e "formas momentâneas" de Stockhausen.

Influenciados: Birtwistle, Zimmermann
Gravação recomendada: Barton Workshop/James Fulkerson (Edcetera)

Texto extraído da revista Classic CD Nº 19


AUDIÇÃO

Projeções, com Barton e James

Programa:

01 - Projeção 1, para violoncelo solo
02 - Projeção 2, para flauta, violino, trompete, violoncelo e piano
03 - Projeção 3, para dois pianos
04 - Projeção 4, para violino e piano
05 - Projeção 5, para três flautas, trompete, violino, violoncelo e piano

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Homens que Encaravam Cabras


The Men who Stare at Goats (2009)

Direção: Grant Heslov. Com George Clooney, Ewan McGregor, Jeff Bridges e Kevin Spacey.


Sinopse: Jornalista frustrado, após perder a mulher para o chefe, resolve se alistar como correspondente na guerra do Iraque. Lá dá de cara com indivíduos de uma divisão secreta do exército estadunidense, que aplica técnicas extravagantes como "poder da mente" e outras maluquices.




Apesar de não estrelar em um bom filme há tempos, (ainda não assisti 'Phillip Morris') gosto de Ewan McGregor . Seu Renton, em 'Trainspotting' me marcou profundamente. Outro ator que sou fã incondicional é Kevin Spacey. Além dos dois, esse filme conta com o ótimo Jeff Bridges, que aqui quase revive seu engraçadíssimo Lebowski, e o competente George Clooney. Mesmo com esse título estranho, nem quis saber do que se tratava o filme, tinha que ver e pronto.

Essa comédia não é daquelas do tipo pastelão, não trás atores fazendo caretas em close, nem escatologias, é uma sátira, principalmente do poderoso e temido exército estadunidense.

Nos anos sessenta surgiu a lenda de que o exécito daquele país estava investindo em soldados que aparentemente tinham habilidades paranormais, para criar uma divisão especial - para mim, invencionisse de algum nerd desocupado. O roteiro explora essa ideia incluindo doutrina hippie, alucinógenos, auto-sujestões e outas babozeiras.

Tudo começa com um panorama rápido da vida do jornalista Bob Wilton (McGregor), perseguição no trabalho, fracasso na vida conjugal e baixa auto-estima. Após ser deixado pela mulher, resolve provar para todos e para si mesmo que é um cara competente e sumir de seu mundo arrasado - vai para a guerra como correspondente. Só que, chegando lá não é mandado para cubrir a ação e a frustração cresce. Porém, por puro acaso, acaba encontrando Lyn Cassady (Clooney), de quem já ouvira falar quando foi entrevistar um cartomante em uma cidade qualquer do interior. Tratava-se do maior medium do exército, aquele que conseguia assassinar cabras só com o olhar.

Com uma certa relutância, Lyn acaba levando Bob em sua "missão secreta" e claro, se metem em grandes confusões onde os "poderes" de Lyn são postos à prova.

A história gira em torno dos fatos do presente e vários divertidos flashbacks que mostram como Lyn ingressou no exército e como era o treinamento na divisão paranormal, onde não por mero acaso, seus integrantes eram chamados de Jedis. O líder dos Jedis era Bill Django (Bridges), oficial do exército que sofreu um trauma na guerra do Vietnã e quis inovar as táticas recorrendo à novas culturas (hippie e oriental). Conseguiu apoio do governou e montou e treinou sua divisão. Kevin Spacey surge mais adiante interpretando um Jedi com ideias diferentes de seu líder e rival de Lyn.

Ao final do filme, fiquei entusiasmado com as palhaçadas feitas com o exército e achei muito válida a experiência. Claro que ele é sem-noção e nem um pouco sério, tendo isso em mente, acho que o amigo leitor se divertirá bastante ao ver esse filme.

Nota: 7 (bom)

Trailer:

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Realce - Gilberto Gil


Série Álbuns Históricos 1979 - 23/43

Ficha corrida do cara:
Nome completo: Gilberto Passos Gil Moreira
Nacionalidade: brasileira
Período de atividades: 1963 até hoje
Site oficialhttp://www.gilbertogil.com.br/
Estilo/Gênero: MPB
Álbuns de estúdio: 41 (até a presente data)

Bio - 1ª Parte

Influenciado pelo som de Luiz Gonzaga, esse baiano foi um pouco relutante para entrar de vez no mundo da música. Primeiro tentou empregos regulares até finalmente voltar-se a sua real vocação.

Nos anos de amadorismo, enquanto cursava a faculdade, se apresentou várias vezes em universidades, e em uma dessas conheceu Caetano Veloso, Maria Bethânia e Tom Zé. Juntos, em 1964 inauguraram o Teatro Vila Velha com o espetáculo músico-teatral "Nós, Por Exemplo". No ano seguinte se forma administrador e muda-se para São Paulo junto com a esposa para tentar a carreira nas empresas de lá.

Gil e Mutantes: 'Domingo no Parque'
Enquanto trabalhava em uma grande indústria para se manter na nova cidade, continuava compondo, e ainda em 1965 participou de um festival de música com a canção "Iemanjá", que despertou o interesse da gravadora RCA que tornou-se a primeira gravação de Gil. A glória veio em 1967, quando sua música "Domingo no Parque" (um dos maiores clássicos nacionais) levou o primeiro prêmio do festival da TV Record. Apesar de ser uma composição de ritmos típicos nordestinos, contou com um inusitado (para a época) arranjo eletrificado da banda Os Mutantes. Para muitos uma heresia contra a "acústica" música nacional. Nessa época também fez parte do inovador movimento da Tropicália e da gravação do álbum de mesmo nome, em que participaram Caetano, Bethânia, Nara Leão e Gal Costa.

Expresso 2222
1969 foi um ano difícil para Gil pois foi exilado por ordem da ditadura brasileira. Foi para os EUA, gravou um disco por lá (em inglês). Em 1970 foi representar o Brasil e o movimento da tropicália no festival da Ilha de Wright, onde também se apresentaram bandas de peso do cenário mundial como The Who, Jimmi Hendrix e The Doors.

Ao retornar ao Brasil em 1972, foi convidado imediatamente para se apresentar na TV onde reafirmou sua luta pelos direitos de expressão da música brasileira. Fato que irritou muito os generais governantes. Ainda neste ano gravou o álbum 'Expresso 2222' que fez enorme sucesso.

Mais fatos marcantes ano a ano:

1975 - grava o primeiro disco de sua quadrilogia clássica: 'Refazenda' e a parceria de renome internacional 'Ogun, Xangô' com Jorge Ben (Jor), onde a improvisação e o informalismo são contundentes.

1976 - Participa do projeto 'Doces Bárbaros' ao lado de Caetano Veloso e Gal Gosta. Hoje um marco histórico, mas na época foi execrado.

1977 - lança o segundo disco da trilogia clássica: 'Refavela', que contém a música "Sandra", um relato metafórico sobre sua experiência de ter sido preso por porte de drogas.

1978 - Participa do renomado festival de jazz de Montreaux (um dos mais importantes do mundo até hoje!) e lança um disco ao vivo. Também neste ano sai o terceiro disco da quadrilogia clássica (e o menos conceituado dos quatro): 'Refestança' 

1979 - Grava o último disco da quadrilogia, 'Realce', que mostra as fortes influências da música jamaicana e do pop mundial. A música título é acusada de fazer apologia ao uso da cocaína ("realce, quanto mais purpurina melhor...") e Gil é mandado com uma desculpa esfarrapada qualquer para um manicômio - Não perca a Bio Parte 2!!

Leituras relacionadas:



Realce (1979)


Escute o disco aqui!



Meus destaques em vermelho

01 - Realce
02 - Sarará Miolo
03 - Superhomem - A Canção
04 - Tradição
05 - Marina
06 - Rebento
07 - Toda menina Baiana
08 - Logunedé
09 - Não Chore Mais (Woman no Cry)

Texto: Rodrigo Nogueira
Fonte histórica: Wikipedia

terça-feira, 13 de julho de 2010

Nota de Falecimento: Paulo Moura


Faleceu na noite desta segunda-feira (12/07/10), aos 77 anos mais um mestre da música: o compositor, arranjador, clarinetista e saxofonista Paulo Moura.

Famoso pelo seu virtuosismo ao tocar os choros, também mandava bem no jazz, samba e na MPB. Sua marca registrada era o seu clarinete "transparente". Admirado em grande parte do mundo onde representou com extrema dignidade as qualidades e raízes musicais brasileiras.

O vilão foi um maldito linfoma.

Ouça abaixo Paulo Moura em dueto com o virtuose do violão Yamandú Costa.



Adeus mestre!! R.I.P.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Cut - The Slits


Série Álbuns Históricos 1979 - 22/43
Ficha corrida da banda:
Nacionalidade: inglesa
Período de atividades: 1976 a 1982
Site oficial: http://www.myspace.com/theslits
Estilo/Gênero: Rock/Punk, post-punk
Álbuns de estúdio: 3
Membros em 1979: Ari Up (vocal), Viv Albertine (guitarra), Tessa Pollitti (baixo), Budgie (bateria).

Bio - 1ª Parte

Um grupo de garotinhas, todas menores de idade, resolveram formar uma banda inspiradas na grande Patti Smith.

Patti Smith: inspiração
Com muita agressividade, misturaram o som punk com o reggae e compuseram uma série de letras revoltadas, principalmente contra os homens. Serviram de influência para milhares de mulheres que resolveram enredar pelo caminho da música.

Serviram de banda de apoio para o Clash e excursionaram com eles, apesar do problema da idade das integrantes - digamos que muita gente foi subornada para que as moças pudessem se apresentar.

Lideradas pela vocalista alemã Ari Up, a banda não teve vida longa por não quererem se vender aos caprichos da mídia e por levarem seu som cada vez mais para o underground e para o experimentalismo.

Independentemente da curta duração da banda, marcou época e o disco Cut, é considerado histórico e libertador.

Leituras relacionadas:
Cut (1979) 

Cotações da crítica especializada:
All Music Guide (0 a 5): 4,5
BBC: favorável
NME: favorável
Robert Christgau: B+
Pitchfork Media (0 a 10): 9,3
Rolling Stone: favorável

Curiosidades do álbum:
  • Budgie, a baterista, depois de gravar o álbum, tornou-se membro do Siouxsie & the Banshees
  • Ari Up foi uma clara influência para Björk
  • A falta de habilidade musical não foi impedimento para a criatividade
  • Os defeitos masculinos e o anticomunismo são os temas principais das letras
  • A capa com as integrantes semi-nuas gerou enorme polêmica
Escute o disco aqui!


Meus destaques em vermelho

01 - Instant Hit
02 - So Tough
03 - Spend, Spend, Spend
04 - Shoplifting
05 - FM
06 - Newtown
07 - Ping Pong Affair
08 - Love und Romance
09 - Typical Girls
10 - Adventures Close to Home

Texto: Rodrigo Nogueira
Fonte histórica: Wikipedia
Curiosidades: 1001 discos para ouvir antes de morrer

domingo, 11 de julho de 2010

50 Obras Revolucionárias-Nº 35-Ruslan i Lyudmila-Glinka

Mihail Glinka
Para conhecer o projeto "50 OBRAS REVOLUCIONÁRIAS", clique AQUI!
  • 35 - Ruslan i Lyudmila (1842) - Glinka
Guerreiros Tártaros
No início do século XIX, os russos educados desprezavam a cultura nativa. Os aspirantes a compositores tinham que estudar no exterior, como Glinka; mas sua primeira ópera 'Uma Vida pelo Czar' apelou para o crescente sentimento nacional. Em Ruslan, o animado pastiche de Pushkin de um conto russo folclórico e épico - bylina e skazka -, ele encontrou novos rumos na história russa: o passado remoto e o Oriente exótico. Ele criou uma música com duas direções: um estilo franco e deliberadamente arcaico, extraído da música religiosa e folclórica, para seus cavaleiros ocidentais de Kiev, e um luxuriante som oriental, geralmente baseado em genuínos temas persas e tértaros, para o jovem Khazar Ratmir, bem como para a corte e o harém do vilão Chemomor. A enorme riqueza da música, seu livre emprego de melodias folclóricas, e mesmo o libreto segundo Pushkin, tudo incitou e influenciou a geração seguinte de compositores russos, frequentemente chamados de "ruslanistas" - particularmente Borodin, que explorou o mesmo veio no 'Príncipe Igor', e Rimski-Korsakov, mas também seu rival Tchaikovski.

Influenciados: Borodin, Rimski-Korsakov, Tchaikovski
Gravação recomendada: Gergiev (Philips)
Texta extraído da revista Classic CD, nº 19

Outra peça de Glinka já foi tratada aqui, confira a leitura relacionada abaixo:

AUDIÇÃO
Ópera Rusla i Lyudmila, de Glika - com Gergiev (Overture e 1º Ato)

Baixe a obra completa: 

Programa

Overture
Act 1
No. 1: Introduction
No. 2: Cavatina (Lyudmila)
No. 3: Finale
Act 2
No. 4: Entr'acte
No. 5: Ballad (Finn)
No. 6: Duettino (Ruslan, Finn)
No. 7: Scene and Rondo (Farlaf)
No. 8: Aria (Ruslan)
No. 9: Scene with the Head
No. 10: Finale – Tale of the Head
Act 3
No. 11: Entr'acte
No. 12: Persian Chorus
No. 13: Cavatina (Gorislava)
No. 14: Aria (Ratmir)
No. 15: Dances
No. 16: Finale
Act 4
No. 17: Entr'acte
No. 18: Scene and Aria (Lyudmila)
No. 19: March
No. 20: Oriental Dances
No. 21: Chorus
No. 22: Finale
Act 5
No. 23: Entr'acte
No. 24: Romance (Ratmir)
No. 25: Recitative and Chorus
No. 26: Duet (Finn, Ratmir)
No. 27: Finale

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus


The Imaginarium of Doctor Parnassus (2009)


Direção: Terry Gillian. Com Christopher Plummer, Heath Ledger, Andrew Garfield, Tom Waits, Lily Cole e Verne Troyer. Participações especiais de Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrell.

Sinopse: Dr. Parnassus é um velho místico que vive em um circo mambembe junto com sua filha, um rapaz que adotou das ruas - a quem ensinou parte de seu ofício -, e seu antigo criado anão. Em seus espetáculos, oferecem uma viagem ao mundo dos sonhos, onde tudo pode acontecer.

Indicações ao Oscar 2010: Figurino e Direção de arte.


Dessa vez abro meu texto deixando minha opinião quanto às atuações, afinal muita coisa aconteceu durante a produção desse filme neste quesito, a maior delas o falecimento de Heath Ledger.

Dr. Parnassus/Christopher Plummer: bom mas sem brilho, como sempre.
Tony/Heath Ledger: depois de atuações espetaculares em O Segredo de Brokeback Montain e Batman, esperava muito. Me decepcionei, sua atuação é regular, digna de um ator comum que ele não foi.
Lily Cole: exótica
Anton/Andrew Garfield: não o conhecia, grata surpresa. Gostei de seu Anton atrapalhado de grande coração, ator bastante expressivo. Veremos como ficará como Peter Parker, boa expectativa.
Mr. Nick/Tom Waits: sou fã desse cantor (em breve alguns posts sobre ele!), mas não gostei dele atuando, parecia sempre um bêbado. Acho que o papel de diabo é complexo e multifacetado, coisas que ele não conseguiu mostrar, entretanto seu texto é delicioso, aliás, o melhor de todos.
Valentina/Lily Cole: que moça interessante, demorei algum tempo para definir se era bela ou não, concluí que sim! Vai bem, sem maiores comentários.
Percy/Verne Troyer: mais conhecido como o Mini-Me de Austin Powers. O papel é divertido e a atuação é aquela de sempre.
Tony/Johnny Depp: sem nenhum preparo, reciclou o Jack Sparrow de Piratas do Caribe.
Tony/Judy Law: detestei, atuação exagerada e tola.
Tony/Colin Farrell: descaracterizou a base do personagem dada por Ledger e fez o que quis, demérito da direção. Nuances do seu Mercenário do filme (bomba) Demolidor. Ok, afinal é a única coisa que se salva daquele filme.

Tonys
O mundo imaginário do doutor Parnassus é a atração principal de seu espetáculo. Um integrante da plateia é convidado a passar por uma experiência mágica ao adentrar um falso espelho, propositalmente tosco, e lá vislumbrar um universo espetacular, cortesia da computação gráfica, digo, dos poderes do doutor.

A coisa ia mal até encontrarem o claramente malandro Tony (Ledger), que parece ter sido um presente do diabo para Parnassus. Como o doutor é bastante maduro - tem mais de 1000 anos! - não se deixa enganar e procura se aproveitar da esperteza do rapaz para poder cumprir um determinado acordo que fez com o tinhoso.

Apesar de não poder garantir, é bem provável que os atores convidados participaram em virtude do falecimento de Ledger. Se assim foi, achei a solução encontrada para resolver sua ausência muito divertida e convincente.

Como já me extendi, concluo dizendo que foi boa a experiência de assistir o filme. Em um determinado momento o roteiro se perde em definitivo, várias pontas são abandonadas, mas achei esse caos muito divertido.

Nota: 6 (bom, mas recomendado com reservas)


quarta-feira, 7 de julho de 2010

Broken English - Marianne Faithfull


Série Álbuns Históricos 1979 - 21/43
Ficha corrida da moça:
Nome completo: Marian Evelyn Faithfull (Baronesa de Sacher-Masoch)
Nacionalidade: inglesa
Período de atividades: 1964 até os dias de hoje
Site oficial: http://www.mariannefaithfull.org.uk/
Estilo/Gênero: Rock, pop, folk, jazz, blues
Álbuns de estúdio: 19 até a presente data

Bio - 1ª Parte

Com o namorado Mick Jagger
Apesar de ter nascido em berço de ouro (faz parte da nobreza austríaca), começou a carreira cantando nos bares de Londres. Logo após ter seu talento descoberto, fez amizade com a rapaziada dos Rolling Stones. Foi amante de Mick Jagger, servindo de inspiração para clássicos do rock como 'Sympathy for the Devil'. Na juventude, consumiu muitas drogas e passou por uma série de crises e tentativas de suicídio.

Tratemos de sua carreira artística. Começou a gravar em 1964 e seu primeiro álbum foi lançado no ano seguinte (Come My Way).Também tem uma sólida carreira como atriz de teatro, cinema e TV. Começou a atuar em 1964, no seriado 'Juke Box Jury'.

Patricinha Punk!!
Depois de inúmeros problemas (alguns citados no primeiro parágrafo), conseguiu recuperar o brilho com o disco de 1979 Broken English. Sob forte influência do marido, um músico punk, e de sua voz alterada, por causa do cigarro e da bebida (e de todas as outras drogas que consumia), interpreta as canções com uma pegada forte, porém pouco técnica, mas aqui, isto não é um demérito, pois transporta toda a realidade efervescente da época, juntando experiências punks do submundo com a estética eletrônica que saía dos guetos para o mainstream.

Só que o impacto não ficou apenas nisso. Foi uma grande mudança no estilo da moça. É algo como transformar o James Taylor no Kurt Cobain! Surreal...

Broken English (1979)


Cotações da crítica especializada:
All Music Guide (0 a 5): 4,5
Rolling Stone (a revista, 0 a 5): 4

Curiosidades do álbum:
  • Longe das baladinhas que a deixaram famosa, aqui é puro new wave.
  • A faixa 'Why D'ya do it' é baseada num poema do dramaturgo Heathcote Williams, e 'Working Class Hero' é de John Lennon.
  • Seu vocal varia entre uma Patti Smith e uma Grace Jones.
  • O tecladista é ninguém menos que Steve Winwood.
  • As interpretações de Marianne literalmente deixaram o público de queixo caído.
Escute o disco aqui!


Meus destaques em vermelho

01 - Broken English
02 - Witche's Song
03 - Brain Drain
04 - Guilty
05 - The Ballad of Lucy Jordan
06 - What's the Hurry
07 - Working Class Hero
08 - Why D'ya do it

Texto: Rodrigo Nogueira
Fonte histórica: Wikipedia
Curiosidades: 1001 discos para ouvir antes de morrer
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