Andrea Bocelli é apenas um artista clássico que teve que se transformar em mega-astro pop para ser aceito por seu meio musical predileto?
Perfil:
Nascimento: 22 de setembro de 1958
Início de carreira: Cego desde os 12 anos, depois de um acidente jogando futebol, tencionava seguir carreira como advogado, tendo-se graduado pela Universidade de Pisa e passado um ano como advogado de defesa. Contudo, a música sempre esteve presente em sua vida, e dinheiro extra foi ganho durante a época de estudante tocando piano e cantando em bares e clubes.
O professor: Franco Corelli, famoso por seu trabalho com algumas das maiores vozes do mundo. Ele concordou em aceitar Bocelli depois que este se aproximou dele. Bocelli ainda o cita como uma de suas vozes favoritas de todos os tempos.
A carreira pop: Em 1997, vendeu mais de 14 milhões de discos, um total suplantado apenas pelas Spice Girls. Seu single “Time to Say Goodbye” quebrou o recorde de vendas na Alemanha em mais de um milhão. O mesmo single teve sucesso mundial, chegando a atingir o segundo lugar nas paradas inglesas, um mercado notoriamente difícil de ser conquistado por artistas europeus.
Voltando-se para os clássicos: Aria é seu primeiro álbum clássico.
Residência: Na Riviera Italiana, com a esposa Enrica e os filhos Arnos e Matteo.
Lazer: É fanático por equitação e possui cavalos árabes, que gosta de cavalgar na praia perto de sua casa. Outras paixões incluem o esqui, um hobby que ele gosta de compartilhar com o bom amigo Alberto Tomba, muitas vezes campeão Olímpico e Mundial.
O que dizem dele: “Você não precisa de mim para cantar Miserere. Deixe que Andrea cante, pois não há ninguém melhor que ele!” (Luciano Pavarotti, ao ouvir Bocelli pela primeira vez).
O ideal é que tivesse sido no La Escala lotado, assistindo de um camarim particular, um copo de champanhe na mão, visto que ele interpretava Rodolfo em La Bohème de Puccini. Contudo, na realidade, minha primeira experiência com Andrea Bocelli no palco foi bastante diferente. E Bocelli tampouco estava cantando “Che gelida manina” ou qualquer outra ária de Bohème. Em vez disso, ele estava na TV cantando seu sucesso “Time to say goodbye”, juntamente com Sarah Brightman no programa Top Of The Pops pelo canal 1 da BBC. Contudo, o momento foi memorável. Por quê? Bem, ali estava um tenor de ópera, nuca antes ouvido na Inglaterra, segundo colocado no hit-parade pop, e cujo sucesso não se deveu a nenhuma trilha sonora de filme, comercial de TV ou Copa do Mundo. Ali, com certeza, estava um dos mais vendáveis embaixadores do mundo pop que a música clássica jamais poderia esperar, o homem que poderá preencher a famosa lacuna.
Em 1997 ele se tornou um super-astro multimilionário, campeão em vendas de discos e agora lançou “Aria”, seu primeiro disco inteiramente clássico. Contudo, ele ainda está sujeito às aborrecidas ninharias que afetam a todos nós. Quando o encontrei em sua casa na Riviera Italiana, ele acabara de voltar do Japão.
Então começamos nossa entrevista e eu lhe perguntei sobre sua volta à música clássica. Agora que ele segurou o touro clássico firmemente pelos chifres, para onde irá a carreira pop que o tornou tão conhecido? “O pop foi um meio muito importante”, afirmou ele. “Foi a melhor maneira de eu me fazer mais conhecido por mais pessoas rapidamente e, sem o sucesso com o pop, ninguém teria me aceitado no meio clássico. Houve milhares de dificuldades e perguntas quanto à minha capacidade de interpretar música clássica. Muita gente levantou o problema de que eu não podia ver o regente da orquestra e, assim, muita gente achou impossível eu atuar no palco. Estes dois pontos forma suplantados, pois os fatos falam por si mesmos”.
Embora o pop tenha-lhe possibilitado a entrada no meio clássico, Bocelli acha que já é hora de dizer adeus a ele, pois sua carreira clássica poderia seguir um caminho igualmente vitorioso: “A única coisa que ainda preciso fazer é provar que sou um artista. Se isso acontecer e eu obtiver sucesso, não mais precisarei do pop. Não tenho nada contra o pop, mas trata-se de algo que não estou mais interessado”.
Não se trata de esnobismo clássico, mas apenas de estar disposto a fazer o que ele mais gosta. Seu álbum pop “Romanza”, embora agradável, mostra um poderoso tenor incapaz de usar toda a extensão da voz, como se fosse um jóquei campeão tendo que cavalgar um jumento. Em “Aria”, temos o tenor operístico que existe em Bocelli dando tudo de si em árias – todas selecionadas por ele – La Bohème, Tosca e Lucia de Lammermmor, entre outras.
Texto: Jeremy Pound, extraído da revista Classic CD, edição 21
Andrea Bocelli canta, de Donizetti, Lucia di Lammermmor - “Tombe degl’ avi miei” - “Fra poco a me ricovero”
Eduardo vai até as tumbas de seus ancestrais, desesperado porque sua amada Lucia mostrou-se infiel e casou-se com outro (sem saber que ela o fez sob pressão e, enlouquecida, apunhalou o marido). O extraordinário feito de Donizetti é conseguir expressar a dor de Eduardo em tenolidade maior, assim permitindo que repentinas e dolorosas dissonâncias se expressem com maior eloquencia.
00:00 – Uma fanfarra portentosa é seguida por uma frase patética em seu cromatismo (00:08); um abafado rufar do tímpano enfatiza a atmosfera de morte e, então, faz-se ouvir um acorde de sétima diminuída (00:24) que destrói todo senso de estabilidade sugerida pela fanfarra do início. 01:36 – Edgardo expressa seu desespero suicida: sem Lucia, a vida se tornou um deserto. Num dramático recitativo (02:50), ele imagina a felicidade de Lucia com o novo marido, em contraste com sua dor, atingindo um clímax na palavra “morte”. 03:55 – As trompas introduzem a ária principal, em que Edgardo (Eduardo) adianta-nos que buscará refúgio em “uma tumba abandonada”.
‘té mais!
1 comentários:
acho que independente do generoele é umótimo artista...artistas como ele faz sucesso sempre....
abs
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