domingo, 28 de fevereiro de 2010

A Relação do Barítono com os Lieder

Lied (no plural lieder) é uma palavra da língua alemã, de gênero neutro, que significa “canção”. É um termo tipicamente usado para classificar arranjos musicais para piano e cantor solo, com letras geralmente em alemão. Na Alemanha, esta forma musical é chamada de Kunstlied.

Barítono: voz masculina que se encontra entre o baixo e o tenor.

Fonte: Wikipedia

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No panteão dos grandes intérpretes das canções alemãs – ou Lieder – o barítono alemão Dietrich Fischer-Dieskau (foto) se destaca. Suas gravações das canções completas para voz masculina de Schubert e da maioria das compostas por Brahms, Schumann, Mahler, Wolf, Liszt e Richard Strauss constituem um colossal empreendimento. Ele ofereceu ao lied uma voz única, uma inteligência consistente, um excelente domínio do rítmo e uma compreensão intuitiva da relação entre as palavras e a música. A ocasional ênfase em demasia das palavras ou das nuanças podem levar ao super-intelectualismo, a um tom prepotente e à falta de espontaneidade. Mas estes são pequenos deslizes em uma carreira que muito fez para estabelecer a canção alemã no repertório gravado e de concerto.

A extraordinária e bem-sucedida carreira em disco de Fischer-Diskeau quase eclipsou outros barítonos intérpretes de lieder menos prolíficos mas igualmente competentes de sua geração, principalmente Gérard Souzay (foto) souzay[1] e Herman Prey. Souzay é admirado por sua infalível beleza de timbre, pela interpretação inteligente e pela capacidade de ir ao âmago da canção sem lhe comprometer o sentido. Por vezes, ele enfatiza calmamente uma palavra de uma canção, e isto a tornava inteiramente nova. Menção especial também deve ser feita ao grande barítono holandês Robert Holl (foto)27627083[1] , que possui iguais qualidades. A opção por seu estilo purista ou pela abordagem intelectualizada de Fischer-Diskeau depende do gosto do ouvinte.

O que é um cantor de lieder?

O cantor ideal de lieder deve entender a diferença entre canção e ópera, reconhecendo que a intimidade, e não a opulência, é a chave do sucesso. A maioria das canções foram escritas para serem cantadas em salões ou pequenas salas de concerto, e é preciso que tanto o cantor quanto o pianista tenham isto em mente. Assim, não é imperativo possuir uma voz grande ou mesmo bonita para cantar bem os lieder (embora uma voz agradável sempre ajude). O mais importante é uma compreensão inata do texto e da música, uma capacidade de pintar as palavras com uma variedade de cores vocais e caracterizar a canção. A capacidade de se investigar em profundidade a alma do poeta em extremas condições de pobreza emocional ou física também é essencial para se estabelecer empatia com o Romantismo alemão (palavras como luta, pátria e espera). Um temperamento contemplativo aliado à sólida concentração é decisivo para o cantor de lieder. Um intelecto fino nunca toma um rumo equivocado. Viva a canção em vez de analisá-la. Nada deve ser inibido ou didático; e tudo deve ser espontâneo.

Grandes Barítonos Cantores de Lieder:

Olaf Bär: Alemão.Bar[1]

Possui um timbre de veludo e um bom gosto inato. Seus ciclos de Schubert podem não ser tão atraentes quanto outras versões, mas ele é sempre secundado com sua segurança e beleza por Geoffrey Parsons (seu pianista). Sua execução de “Im Freien” do Schwanengesang é forte candidato ao melhor disco de lieder graças ao grande senso de atmosfera e caráter, além dos andamentos enérgicos e sem sentimentalismo.

Disco recomendado: Canções de Brahms com Geoffrey Parsons (EMI)

Thomas Hampsom: Estadunidense.hampson[1]

Possui um timbre brilhante e dourado, aliado a um fraseado elegante, bem como sua grande inteligência e musicalidade. Este equilíbrio e nobreza são bem adequados às canções com letras sobre a mitologia grega de Schubert e Wolf, além de à alma frustrada do poeta nos ciclos de canções de Schumann. É surpreendente seu senso de tragédia e heroísmo decadente no “Winterreise” e em Mahler.

Disco recomendado: Canções de Schubert, Vol. 14 (Hyperium) – Escute uma faixa no player abaixo!

Matthias Görne: Alemão.Goerne%20Mathias[1]

Capaz de definir bem o caráter das canções, Görne empresta uma rusticidade à “Wordsworth” aos pescadores, ermitões, pastores e caçadores que frequentam as canções de Schubert e Wolf. É um cantor instintivo que usa seu timbre escuro e natural para estabelecer de maneira espontânea o caráter do lied. Está começando a colorir a voz e dar mais dignidade à sua presença de palco, o que lhe propicia maior nobreza.

Disco recomendado: Schubert/Goethe lieder, com Andreas Haefliger (Decca).

Simon Keenlyside: Inglês.keenlyside-1[1]

Em 1995, lançou um disco de canções de Schubert com o pianista Malcolm Martineau pela EMI Eminence. Um belo disco que foi eclipsado pelo lançamento simultâneo do recital de Schubert mais carismático (embora um pouco operístico) de Bryan Terfel pela DG. Mas depois de um segundo disco pelo mesmo selo, com canções de Schumann, sua reputação firmou-se. Sua voz quente é usada de maneira natural e com grande inteligência, bem como com a pintura vocal que distinguia Fischer-Dieskau em suas primeiras gravações.

Disco recomendado: Canções de Schumann, Volume 2 (Hyperion).

Wolfgang Holzmair: Austríaco.wigmore-holzmair[1]

Uma química notável desenvolveu-se entre Holzmar e Cooper (sua pianista), especialmente em Schubert. Cooper está preparada para atender às qualidades da escrita programática para piano, evocando com clareza todas as imagens e trabalhando diretamente a partir do texto, o que garante que cantor e pianista funcionem como um só. Holzmair é um barítono de voz leve, mas com uma reserva de forças que faz com que sua voz sempre soe bela. Seu trabalho com as palavras é sutil e eficiente, expressando bem o caráter da canção.

Disco recomendado: Schubert – Schwanengesang (Philips).

Thomas Quasthoff: Alemão.Quasthoff_Thomas_13[1]

Possui imponente presença no palco e uma voz enorme, capaz de uma extraordinária variação de cores. É impressionante a caracterização de canções de Schubert envolvendo o sobrenatural como “O Rei dos Elfos”, “O Anão”, “A Morte e a Donzela” e “A Dança dos Espíritos”. Ele canta com força e energia; nas canções mais tranquilas, possui o mesmo grande controle do “pianissimo” que conhecíamos no grande baixo Hans Holter.

Disco recomendado: Schubert – Lieder de Goethe, com Charles Spencer (RCA).

Fonte: Revista Classic CD, nº 19

AUDIÇÃO COMENTADA

Thomas Hampson interpreta, de Schubert – Der zürnenden Diana

Der nünenden Diana (Diana enfurecida), com letra de Johann Mayrhofer, mostra a deusa grega como força destrutiva. Acteão era filho de Aristeu, filho de Apolo. Era famoso como caçador e foi devorado por seus próprios cães no monte Citerão. Parece que o jovem caçador viu Diana nua quando a deusa se banhava em uma fonte. Ultrajada, ela incitou a matilha de 50 cães a despedaçar seu dono. Nesta descrição romantizada da horrível cena não encontramos nenhum cão, mas ouça como Hampson faz uso de um verdadeiro senso de patético e fraqueza ao cantar “matten Sinnen”, no penúltimo verso, para sugerir a perda dos sentidos e a morte. Temos aqui um senso de tragédia entre o clássico e o romântico, mas com sentimento genuíno.

00:15 – Sim, retesa teu arco para ferir-me, Divina Dama! Em tua cólera 00:30 és ainda mais encantadora. Nunca vou lamentar ter te visto às margens floridas da fonte, 01:08 suplantando a beleza das outras ninfas que nela se banhavam/ Espalhando raios de beleza pelo bosque. 02:15 Tua imagem vai-me alegrar mesmo na hora da morte. Quem contemplou tua nudez radiante 02:41 vai respirar com maior leveza. Tua flecha atinge o alvo, mas cálidas ondas 04:01 fluem gentilmente da ferida. 05:30 Meus sentidos cambaleantes tremem ao contemplar esta hora doce e derradeira.

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sábado, 27 de fevereiro de 2010

Chet Baker

42-17069065 SÁBADOS DE JAZZ APRESENTA:
CHET BAKER

Chesney Henry Baker Jr., ou simplesmente Chet Baker, nasceu dia 23 de dezembro de 1929 e faleceu dia 13 de maio de 1988. Foi cantor e trompetista de jazz.

Seu gosto pela música começou desde quando era criança, por influência de sua mãe que gostava muito de escutar os cantores românticos no rádio. O pequena Chet costumava imitar os cantores que ouvia e deixava seus familiares impressionados com a afinação e a beleza de sua voz, mesmo ainda infantil.

Participou de alguns concursos musicais e conseguia destaque e atenção por causa de sua bela aparência e pela forma de cantar as músicas com apelo quase erótico.

Seu pai não gostava muito de seu jeito “afeminado” de cantar e lhe deu um trombone na expectativa que ele direcionasse seu talento musical para outro rumo. O instrumento era muito grande para uma criança e logo foi trocado por um trompete. Chet era muito dedicado e logo aprendeu de forma auto-didata os fundamentos do instrumento.

Já mais velho, participou de conjuntos de jazz e aperfeiçoou muito sua técnica. Um belo dia, recebeu um convite para participar de um teste para entrar na super banda de Charlie “Bird” Parker. Parker o aprovou e o tornou seu protegido, ele dizia que o gostava do som “puro e simples” de Baker.

Com isso, Chet foi inserido no mundo alucinante do Bebop e aprendeu a maneira de improvisar da complexa harmonia do estilo. Mas ele nunca foi adepto do virtuosismo e apesar de ter enriquecido muito sua técnica, sabia que não era sua vocação tocar daquela forma.

Uniu-se a Gerry Mulligan, Stan Getz e outros para desenvolver um novo jeito de tocar que priorizava as melodias, tinha forte influência da música clássica e que havia sido introduzido por Miles Davis. Surgia assim o Cool Jazz (ou West Coast Jazz), e nesse gênero, Chet foi um dos maiores mestres.

Site Oficial

EM AÇÃO!

AUDIÇÕES:

Chet Baker[1]

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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Vítimas da Guerra

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In Tranzit (2008)

Direção: Tom Roberts. Com Vera Farmiga, John Malkovich, Thomas Kretschmann e Daniel Brühl.

Dia a dia de prisioneiros de guerra alemães que são enviados para um campo militar russo administrado por mulheres.

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Com a intenção de descobrir a verdadeira identidade dos prisioneiros alemães, o comando militar russo os envia para um campo controlado por mulheres na expectativa de que o tratamento “mais leve” proporcione a confiança necessária para que, pelo menos um deles entregue seus companheiros.

A personagem principal é a oficial médica Natália (Vera Farmiga, foto)vera-farmiga-1-sized[1], que vive um drama com o marido que, após sofrer um ferimento grave na cabeça, tornou-se debilitado mentalmente e já não oferece mais a relação que tinham no passado, transformando-se apenas em seu paciente.

Como não é um arquétipo de militar e tem índole amigável, é indicada por seu superior, o coronel Pavlov (John Malkovich, foto)tn2_john_malkovich_1[1], para tentar angariar a simpatia e a confiança de alguns prisioneiros no intuito de descobrir a identidade e patente reais deles.

Como Natália também exerce considerável influência sobre suas colegas como uma líder positiva, a vida no campo é tolerável para todos. Isso faz com que seja inevitável o contato entre os grupos russo e alemão, sem contar a obviedade de serem de gêneros opostos.

O que torna o filme interessante é que num local onde facilmente se encontra o pior da natureza humana, também brota inevitavelmente o melhor, apesar dos inúmeros preconceitos e diferenças que lá há.

Imagine encontrar sob seu poder pessoas que direta ou indiretamente foram responsáveis pelos piores momentos de sua vida como a perda de bens e pessoas queridas. Obviamente que seu lado mais rancoroso falaria mais alto, e no filme não é diferente, pelo menos à princípio. Como ninguém é totalmente bom e nem mau, a convivência escancara as reais personas e as identificações mútuas são sobressaltadas até o ponto em que tudo atribuído ao passado passa a ser irrelevante, e relacionamentos passam a ser possíveis. Relacionamentos em todos os níveis, desde a tolerância até o amor e a paixão. Isso porque a natureza humana é assim.

Vera Farmiga tem se destacado em Hollywood com bons papeis e interpretações, mas aqui peca um pouco com a falta de credibilidade, principalmente quando acaba se envolvendo com um prisioneiro interpretado pelo bom ator alemão Thomas Kretschmann.

John Malkovich continua com sua forma de atuar de sempre, ou seja, em todos os filmes que faz representa o mesmo papel, sempre blazé e antipático. Seu coronel Pavlov não é do tipo tirano e torturador, mas sim aquele frio e calculista que faz as coisas, não para ter prazeres momentâneos, mas para atingir objetivos. O que não lhe interessa ele simplesmente descarta.

É possível que a maioria das pessoas que assistirem a esse filme o julgue lento e chato. Lento ele realmente é, porém, se você se interessa em observar o comportamento humano e personalidades diversas (que é o meu caso), tem aqui um bom roteiro para analisar.

Veja o trailer!

‘té mais!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Estudo – A Amizade, Segundo Cícero - Final

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Recapitule:
Estudo - A Amizade, Segundo Cícero - Parte 1
Estudo - A Amizade, Segundo Cícero - Parte 2
Estudo - A Amizade, Segundo Cícero - Parte 3
Estudo - A Amizade, Segundo Cícero - Parte 4

O INIMIGO DA VERDADE: O BAJULADOR

“É próprio da verdadeira amizade admoestar e ser admoestado.
Daí conclue-se que, na amizade, não existe maior peste do que a adulação, lisonja e louvações. Realmente, são múltiplos os nomes a qualificar esse vício leviano e falsário de homens que falam tudo a seu gosto, mas nada que expresse a verdade”.

Como vimos anteriormente, na amizade verdadeira, um amigo, ao perceber que o outro vai dar um passo errado ou já deu, deve avisá-lo, exortá-lo e principalmente, deixar bem clara sua opinião.
O bajulador engana, omite sua verdadeira opinião em prol de outra que concorde e apoie o amigo de modo a não causar-lhe descontentamento ou ira.
Tal atitude é péssima! Praticamente empurra o amigo ladeira abaixo! Tudo isso por um sentimento de auto-preservação ou para não “estragar” a amizade.


Pode-se discernir o amigo bajulador do verdadeiro, usando da mesma diligência para distinguir entre as coisas artificiais e simuladas das genuínas das autênticas”.

Não é difícil diferenciar argumentos falsos dos verdadeiros. O verdadeiro é firme, ponderado, enquanto o falso é sempre um “oba-oba” vazio.
Entretanto é muito comum que a pessoa adulada, sinta-se inflada e, de modo complacente, aceita aquela lisonja falsa como um engrandecimento próprio.
Existe um dito popular que ilustra bem isso: “Se falarem bem de mim, mesmo que seja mentira, eu acreditarei, pois assim me sentirei bem”.
Devemos fugir disto! Falem bem ou mal, devemos refletir sobre o que foi dito e chegar a alguma conclusão. Permanecendo a dúvida, devemos consultar aquele grupo de amigos em que a confiança já está estabelecida.


“Há sim, aqueles que desejam aparecer como virtuosos, sem, no entanto, serem de fato. Para tais indivíduos a lisonja é o deleite. Quando escutam elogios fúteis, consideram ser testados em seus méritos.
Não existe amizade, quando um não quer ouvir a verdade e o outro está pronto para mentir”.

COMO FICAR PRECAVIDO CONTRA O BAJULADOR

    • O elogio fácil é agradável de ouvir, então evite se engrandecer com ele para não fomentar este tipo de atitude do bajulador;
    • Seja sensato, pois o adulador que age descoberto é muito fácil de identificar. Afaste-se dele;
    • Esteja sempre vigilante, pois o adulador discreto é difícil de identificar, na dúvida, pondere todas as opiniões que ouvir e não aceite de pronto alguma só porque vai ao encontro da sua.

CONCLUSÃO

“A virtude, não só concilia as amizades, mas também conserva. Nela reside a concordância de tudo. Nela a estabilidade e a constância.
Quando se manifesta e ostenta sua luz e, ao mesmo tempo, descobre seu brilho em outra pessoa, para a mesma ela se move e daí nasce o amor ou a amizade.
Ambos esses vocábulos (amor e amizade) derivam de “amar”. Amar, outra coisa não é senão estimar a quem se quer bem, sem cálculo e interesse ou de vantagem.
A vantagem, mesmo que não a procures, ela aflora, espontaneamente, da amizade.
Como as coisas humanas são frágeis e caducas, devemos, sempre buscar a quem amemos e quem nos ame porque, tirando da vida o afeto e a benevolência, a vida perde todo o seu encanto.
Eis as coisas que eu tinha para comunicar acerca da amizade.
Posto que não há amizade sem virtude, eu vos exorto a atribuir à virtude tal importância que, exceto ela, nada seja preferível à amizade”.
Cícero.
CiceroBust[1] 
Assim termino o estudo.
té mais!
Rodrigo Nogueira

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

One Nation Under A Groove - Funkadelic

Funkadelic ParliamentGroupPromo[1]
Esclarecimentos: apesar do nome do grupo e de seu gênero musical ser o funk, garanto aos caros leitores que o post de hoje, a banda tratada e o álbum comentado em nada tem a ver com o famigerado funk carioca. Digo isto porque afirmo que aqui nesse blog jamais passará algo desse pseudo-estilo musical que denigre a imagem do verdadeiro funk. Chame de preconceito se quiser, não ligo. Boa leitura!
Funkadelic foi um grupo afro-americano dos mais proeminentes da década de 1970. Ele e sua irmã, a banda Parliament, ambas lideradas por George Clinton, foram responsáveis pela difusão da cultura funk no período.
O grupo, na verdade originou-se do próprio Parliament. George Clinton, pfunk001_2_small[1] em 1964, buscou músicos de apoio para seu grupo de doo wop, enquanto estava em turnê. Os escolhidos inicialmente foram Frankie Boyce, Richard Boyce, Langston Booth e mais cinco membros do próprio Parliament nos vocais. Reparem que o Funkadelic não é um projeto paralelo do líder do Parliament, mas sim uma versão turbinada da banda original. Após uma briga com a gravadora pelos direitos do nome Parliament, a banda passou a ser chamada em definitivo de Funkadelic.
A música da banda evoluiu misturando rock psicodélico, soul e claro, o funk. Agregou também a inestimável influência de Jimi Hendrix e Sly Stone. Mais tarde, também trabalharam mesclando disco e música eletrônica.
Após o terceiro disco, o ótimo Maggot Brain (1971), muitos integrantes foram substituídos por músicos que formavam até então, a banda de apoio de James Brown; destaque para o monstro sagrado do baixo Bootsy Collins.
Em 1978, foi lançado o álbum mais influente do Funkadelic: One Nation Under A Grove, que teremos o prazer de hoje apreciar.
One Nation Under a Groove (1978)
OUÇA AS FAIXAS E LEIA OS COMENTÁRIOS:
DESTAQUES EM VERMELHO
01 – One Nation Under a Groove
Com ritmo marcado e excesso de teclado, achei a música apenas razoável. Não se preocupe que a coisa melhora nas próximas faixas.
02 – Groovallegiance
Mais funkeada que a primeira, mas exótica demais pro meu gosto. O baixo sobressai com um belo trabalho. A música melhora muito do meio para o final, mas o início ruim impede que eu a destaque.
03 – Who Says A Funk Band Can’t Play Rock!
Aqui melhora bastante, o rock se faz mais presente. Grandes solos de guitarra!
04 – Into You
Destaque para o impressionante canto do baixo do grupo.
05 – Cholly (Funk Get Ready to Roll!)
O baixo mostra os slaps, a guitarra abusa do wah-wah. O canto já é mais tradicional por aqui e o groove predomina.
06 – Lunchmeataphobia (Think, It Ain’t Illegal Yet)
A guitarra já entra pesada, cheia de distorção e microfonia. A cozinha entra trazendo o balanço do funk e embasando os solos da guitarra. O canto aparece mas a guitarra se sobressai e fica sempre em primeiro plano.
07 – Maggot Brain
Enquanto a guitarra base fica apenas nos arpeggios, a guitarra solo esmirilha como um David Gilmour misturado com pegadas do Jimi Hendrix. Excelente! Faixa instrumental matadora e gravada ao vivo.
Comentários e adaptação do texto: Rodrigo Nogueira
Fonte Histórica: Wikipédia


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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Estudo – A Amizade, Segundo Cícero – Parte 4

friendship[1]

Se você quiser ler as partes anteriores, clique nos links abaixo:

Estudo - A Amizade, Segundo Cícero - Parte 1

Estudo - A Amizade, Segundo Cícero - Parte 2

Estudo - A Amizade, Segundo Cícero - Parte 3

A ESSÊNCIA DA AMIZADE

Os dignos de amizade são aqueles em que existe fundamento para serem amados. Aliás, uma espécie rara! Como tudo que é excelente, raro de verdade! De fato nada fácil encontrar o que é perfeito em todas as suas dimensões”.

A maioria das pessoas só procuram a amizade para obter coisas em troca ou para exigir do amigo coisas que ela não é ou não tem. O que é uma pena, pois assim perdem totalmente a essência da amizade.

Não entendem que o benefício da amizade é ela por si só e não os favores que um amigo pode conceder.

É como o amor por si próprio: a pessoa ama a si própria não para obter algum benefício, mas por ser ela o que é. Esse sentimento deve ser tranferido à amizade, pois o amigo verdadeiro deve ser encarado como um outro eu mesmo.

A AMIZADE VERDADEIRA PROMOVE A VIRTUDE E NÃO O VÍCIO

“A amizade é concedida pela natura como coadjuvante da virtude e não como força incentivadora de vícios. Aquilo de grandioso que a virtude sozinha não lograria alcançar, uma vez unida e acompanhada pela amizade, torna-se exequível”.

Já foi dito nesse estudo que a amizade não está acima da virtude, mas sim deve surgir através da virtude. Dessa forma é possível a conquista do bem e da felicidade.

Por isso tudo, devemos praticar a virtude, a saber: a honestidade, a glória, a tranquilidade da alma e a alegria; desse modo atrairemos a verdadeira amizade!

Do contrário, você nunca acreditará nos amigos, ficando sempre temeroso do dia da adversidade, quando os falsos amigos fogem em disparada, deixando-o sozinho.

O mau amigo te levará a cometer erros, seja para obter algum benefício próprio ou seja porque o vê prestes a cometê-los e o incentiva por temer uma discussão pelo fato de  se posicionar contra.

Então repito que antes de começar a amizade, é necessário avaliar o caráter da pessoa e, quando começar a amizade, que controle seu afeto para perceber se o tal amigo realmente o merece (o afeto), evitando assim as decepções.

 

NÃO SE VIVE SEM A AMIZADE

Isso se evidencia, de modo claro, na suposição de algum deus nos separar da companhia dos seres humanos, colocando-nos isolados, em lugar deserto. Mesmo que ali, nos abastecesse de tudo que a natureza pede, mas impedidos de sequer ver uma figura humana, quem seria tão pétreo que suportaria semelhante vida? Quem iria desfrutar do mínimo prazer em meio a tantos deleites, se enclausurado na solidão?

Assim, quem é solitário por natureza nada ama, mas sempre busca algo como ponto de apoio e sendo isso um amigo, nada mais gratificante”.

 

A VERDADEIRA AMIZADE É ABERTA PARA A VERDADE

Há uma única ocasião na qual não se deve ter medo de ofender o amigo. Isso ocorre, quando daí advem algo de vantajoso para uma amizade fiel. De quando em vez, é imperioso admoestar e repreender um amigo. Isso deve ser recebido de modo amigável, desde que feito de maneira benevolente”.

Um amigo deve alertar o outro quando este está prestes a cometer um erro, mesmo que o amigo se sinta ofendido pela sua “falta de apoio”, mas isso não deve  ser feito de forma agressiva.

O amigo repreendido deve receber de forma amigável, mesmo que discorde da repreensão, pois verá que a intenção é a melhor e se o amigo que repreende estiver correto, o livraria de um possível abismo.

Infelizmente, o amigo repreendido comumente se sente ofendido e isso é um absurdo! Ele lamenta a “bronca” em vez de se alegrar com a libertação de um problema que provavelmente o acometeria.

Seria melhor o amigo que prevê o erro do outro e não o apóia, não o impedindo de cometê-lo?

 

Fim da quarta parte. Na próxima, tratarei do maior inimigo da amizade: o bajulador, e a conclusão do estudo.

 

té mais!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Sinfonia Fantástica

x0znoyjmxaq4jjntnqow_www-buithixuan-info_www-mc2day-net_[1]Drogas, ciúmes e assassinato – ingredientes perfeitos para uma sinfonia de horror gótico, especialmente quando escrita pelo jovem gênio de Hector Berlioz.

Por que foi criada?

Um artista tímido demais para se aproximar da garota que ama apela para o ópio e engendra fantasias criminosas, que transporta para a obra.

Por que ela é popular?

A obra apresenta uma enorme inventividade orquestral; em termos emocionais, apresenta a satisfação de todos os desejos pessoais.

“Tantas ideias musicais estão fervilhando em mim!… Agora que me livrei dos grilhões da ortodoxia, vejo imensas paisagens se estendendo diante de mim… Há muitas coisas novas a serem feitas, coisas que sinto em cada fibra do meu ser, e vou conseguir atingir meus objetivos, pode crer, ao longhector_berlioz[2]o de minha vida”. Assim escreveu Berlioz (foto) em uma carta a seu amigo Edmund Rocher antes de iniciar o trabalho em sua Symphonie Fantastique. A montanha russa em ebulição que surgiu foi tão devastadora em seu impacto que Mendelssohn  reclamou que “a orquestração de Berlioz é tão suja que tive de lavar as mãos depois de virar as páginas da partitura!”. Mas quais foram – sem contar seu “grande gênio” (como Ravel afirmou mais tarde) – as forças inspiradoras que inicialmente deram vida a esse tornado sinfônico?

A mais impoHarriet_Smithson[1]rtante foi a enorme obsessão de Berlioz pela jovem atriz irlandeza Harriet Smithson (foto). Ele a viu pela primeira vez como Ofélia em uma produção de Hamlet em 1827, uma interpretação que se combinou com o texto inigualável de Shakespeare para despertar em Berlioz uma paixão incontrolável pela moça. Incapaz de criar coragem até para falar com ela, durante os dois anos seguintes ele seguiu seus passos, ardendo de paixão e numa expectativa de bomba-relógio. 

A outra fonte inspiradora foi puramente musical: em 1828, Berlioz ouviu pela primeira a Eroica e a Quinta (Destino) sinfonias de Beethoven, que lhe “abriram um mundo musical totalmente novo”. Gradativamente, ele começou a considerar a possibilidade de domar e enquadrar suas ideias impulsivas e ásperas em uma moldura beethoveniana. Nos primeiros meses de 1830, a paixão avassaladora de Berlioz por Harriet fez com que ele literalmente delirasse. Em alguns momentos, sua imaginação levava-o a acreditar que seus sentimentos eram, de certa forma correspondidos (ele, por fim, aproximou-se dela e casou-se com ela); em outros fazia-o achar que ela o ridicularizaria. Então, para preservar a sanidade, ele por fim entregou-se à composição da Symphonie Fantastique com tamanha ferocidade que quase podemos imaginar a tinta fervendo ao longo das páginas, à medida que ele avançava. Dividido em cinco movimentos, todo o poderoso edifício é unificado por uma idée fixe, um tema obsessivo e incomumente longo, que pretendia representar a própria Harriet. Na verdade, ele descreveu a obra como um “Episódio da vida de um artista”, indo do contido apelo sexual e da palpitação da primeira aparição da idée fixe à sua grotesca transformação, por volta do final, em macabra gesticulação sublinhada pela entoação do cantochão do Dies Irae (Dia de Ira).

Em outros momentos, a melancolia sonhadora do compositor é regular e brutalmente interrompida pela explosão de ódio e ciúmes incontroláveis. No segundo movimento podemos encontrá-lo em um baile de carnaguilhotina[1]aval; no terceiro, contemplando uma paisagem pastoral, mas onde quer que seja sua imaginação provoca visões de Harriet passando como um fantasma pelas várias cenas, constantemente interrompendo a paz de espírito que ele busca com tanto desespero. No quarto movimento – a famosa “Marcha súplice para o cadafalso” – ele não consegue mais suportar a situação e toma uma dose de ópio que lhe provoca horrores ainda maiores, sob a forma de sua própria execução pelo assassinato da amada (com sua cabeça decepada caindo dentro do cesto). Agora nos limites da insanidade, o final apresenta um Sabá das bruxas, em meio a uma lúgubre multidão de espíritos, feiticeiras e monstros que, juntamente com Harriet, produzem em Berlioz o mais eletrizante arrepio de toda obra.

Fonte: Revista Classic CD nº 18

AUDIÇÃO COMENTADA

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BERLIOZ Symphonie fantastique: Final - “Sonho de uma noite de Sabá” (trecho)

00:00 – Nosso extrato começa com o Dies Irae nos metais mais graves, com sinos tocando ao fundo.

00:20 – Os metais mais agudos tocam a melodia, agora harmonizada, que é então entoada pelas madeiras e pelas cordas em pizzicatto. Novamente os metais mais agudos e, em seguida, as madeiras, tocam a melodia. Com a segunda volta dos metais graves (00:56), o baixo produz um efeito mais cambaleante – uma procissão não mais solene, mas grotesca.

01:46 – Os contrabaixos lançam uma fuga, repleta de interjeições dos metais (01:52). Por fim, as madeiras se fazem ouvir (02:06) antes de serem interrompidas por um breve episódio (02:14) e uma retomada da fuga propriamente dita (02:32). A fuga se interrompe enquanto as fanfarras dos metais são respondidas por figuras em espirais descendentes nas cordas e nas madeiras (02:49) antes de mergulharem nos recessos mais escuros da orquestras (03:02) em preparação para a reaparição do Dies Irae (03:58), o que leva a uma imediata retomada da fuga sinistra.

Gradativamente a música se torna cada vez mais selvagem, até os metais soarem o Dies Irae (04:56), acompanhados pela frenética atividade do resto da orquestra. Uma explosão de col legno (05:22 – as cordas batidas com o verso dos arcos) põe em movimento a seção final que, depois de uma última referência ao Dies Irae (05:54), vai-se distanciando com uma lúgubre peroração orquestral.

 

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sábado, 20 de fevereiro de 2010

Cannonball Adderley

cannonball[1] SÁBADOS DE JAZZ APRESENTA:
CANNONBALL ADDERLEY

Julian Edwin “Cannonball” Adderley, nasceu em Tampa, Flórida, em 15 de setembro de 1928 e morreu em 8 de agosto de 1975. Foi um grande saxofonista de jazz norte-americano.

Um grande saxofonita alto, ele tinha um som exuberante e feliz (ao contrário de muitos músicos de sua geração), que criava uma empatia imediata com seus ouvintes. Sua inteligente apresentação das músicas ajudou a fazer dele um dos mais populares jazzmen.

Adderley tinha uma sólida carreira como diretor da High School Band, na Flórida, quando, durante uma visita a Nova Yorke em 1955, ele foi convencido a tocar com o grupo de Oscar Peterson no Café Bohemia.

Sua forma de tocar criou um impacto tão grande, que imediatamente foi contratado pela casa Savoy para tocar jazz. Junto com seu irmão mais novo Nat, que tocava trompete, formaram um quinteto que durou até 1957. Logo em seguida, Adderley juntou-se a Miles Davis e fez parte de um dos mais célebres sextetos de jazz da história, que além dos dois, ainda tinha John Coltrane, Bill Evans e outros monstros sagrados. O maior fruto deste trabalho foi o inigualável álbum Kind Of Blue, um marco até hoje (para mim o melhor disco de todos os tempos).

Em 1959 ele saiu do grupo para formar um novo quinteto sob sua direção, onde aprimorou o gênero hard bop e foi destaque até 1963 no meio musical.

Depois disso, assinou com a gravadora Capitol e partiu para o lado comercial, que não durou muito (ainda bem!) e em seus últimos anos, retomou às músicas de seu passado.

Infelizmente, antes que pudesse evoluir ainda mais sua técnica, morreu repentinamente de um acidente vascular cerebral.

Site Oficial


EM AÇÃO!

AUDIÇÕES

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Fonte Histórica: Site Oficial

té mais!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Zumbilândia

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Zombieland, 2009 - comédia

Direção: Ruben Fleicher. Com Woody Harrelson, Jesse Eisenberg, Emma Stone e Abigail Breslin.

Um vírus transformou quase toda a humanidade em zumbis. Um nerd, um cara doidão e duas irmãs golpistas tentam sobreviver em meio ao caos instaurado no mundo.

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Você pode estar pensando: mais um filme de zumbis??? – É isso aí… Tem tanto filme desse tipo que até já dá pra dizer que é um subgênero.

Zumbilândia é narrado do ponto de vista de Columbus (Jesse Eisenberg), um nerd que passou a vida toda praticamente sem nenhum tipo de convívio, trancado em casa e com fobia da humanidade. Mas não se espante por ele ter sobrevivido até agora. O fato de ser metódico e paranóico o deu vantagens para evitar o contato com os zumbis, e  quando isso acontecia, sua cartilha de “como lidar com essa situação” (muito boa e engraçada!), o livrava das enrascadas.

Woody Harrelson (ótimo em Assassinos por Natureza e O Povo Contra Larry Flint), encabeça o elenco com seu Tallahassee doidão que se diverte quando tem que matar zumbis, e se desespera na busca por um determinado bolinho que adora.

Já Wichita e Little Rock (Emma Stone e Abigail Breslin), são irmãs que, habituadas a viver antes da crise como golpistas, têm todo o preparo para sobreviver na zumbilândia e não se acanham em passar os marmanjos para trás em vários momentos engraçados do filme.

O mais legal é que não vemos as personagens procurando “o último refúgio humano” ou “a cura milagrosa para os zumbis”, mas sim o interesse em se divertir procurando o carro mais bacana, fazer a festa no supermercado e se abrigar nas mansões dos artistas. Numa dessas, encontram a casa de Bill Murray, que interpreta a si mesmo, o que nos trás algumas das melhores cenas do filme.

Tudo bem que certos clichês aparecem, como o otário ficar com a gatinha (foto)70504[1] e os caras bancarem os super-heróis para salvarem as mocinhas, mas a maneira como as coisas acontecem, brinda com passagens divertidas a quem não está muito preocupado em ver uma elaborada história, mesmo porque, aqui não tem história nenhuma.

Os encontros da turma com os zumbis estão mais para jogo de video game do que para coisas apavorantes. É tudo uma palhaçada! Tem até zumbi palhaço!

Para assistir, não tenha grandes pretensões. Prepare a pipoca, chame os amigos e divirta-se!

Veja o trailer!

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Estudo – A Amizade, Segundo Cícero – Parte 3

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Se você ainda não leu as partes anteriores, clique nos links abaixo:

Estudo – A Amizade, Segundo Cícero – Parte 1

Estudo – A Amizade, Segundo Cícero – Parte 2

COMO MENSURAR A AMIZADE

Primeiro critério: O CARÁTER

“Conhece-se o amigo certo nas ocasiões incertas”.

Antes de iniciarmos a amizade, é prudente investigarmos a moral da pessoa, pois se ela for fraca, na primeira oportunidade vem a traição.

Após esse passo, é necessário controlar o nosso impulso quanto ao afeto. É muito comum, diante de certas situações, que as  pessoas sacrifiquem a amizade, e aí virá  a sua decepção.

À saber:

  • Para obter dinheiro (muito ou pouco, depende da pessoa);
  • Para obter honra, prestígio, poder, cargos;
  • Para fugir da SUA desgraça: “Como é penoso e difícil para a maioria, partilhar das desgraças do amigo!”

… a leviandade e a fraqueza conduzem a maioria, seja para o desprezo quando na prosperidade, seja para o abandono quando na desgraça.

Portanto, quem, ante essas duas contingências, mostra-se sério, constante, estável na amizade, a tal indivíduo havemos de ver como integrado numa raça de gente rara em extremo, quase divina”.

Como podem ver, para Cícero é muito difícil encontrar uma pessoa de tal quilate, pois vai contra a natureza humana pensar no outro acima de si mesmo.

O que devemos fazer é mensurar até que grau nosso amigo pode ir fiel na amizade diante de tais “tentações ao egoísmo”, e lidar com isso.

Segundo critério: A LEALDADE

“O fundamento da estabilidade e da constância que procuramos, na amizade, está na fidelidade. Pois o que é desleal não é estável”.

O amigo não deve fingir ou simular, tem que ser sempre sincero. Mesmo quando discorda com veemência, sua opinião deve ser exposta. Nunca esconder seus sentimentos.

Defender o amigo contra acusações injustas e não sentir nem suspeitas de que o fato qual ele é acusado possa ser verdadeiro se ele diz que é falso.

CRITÉRIOS PARA NOVAS AMIZADES

 “Nesta altura, desponta uma questão bem difícil: dever-se-ia ou não dar preferência aos amigos recentes, dignos de nossa amizade, antepondo-os aos mais antigos tal como é nosso costume preferir cavalos novos aos velhos?

Eis um questionamento indigno do ser humano!”

Não devemos deixar em segundo plano os antigos amigos para privilegiar os novos. Por mais promissores e interessantes que sejam os novos e mesmo que os antigos já façam parte de uma incômoda rotina e mesmice.

Os antigos já passaram por muitas coisas ao seu lado e já provaram seu valor.

A AMIZADE NIVELA OS PARCEIROS

“Na amizade, um dos aspectos mais relevantes é que o maior iguala-se ao menor.”

Entre amigos de níveis diferentes, por exemplo: dois amigos na adolescência, os dois crescem mas apenas um torna-se bem sucedido em seja lá o que for (profissão, prestígio, amores, etc), esse não deve alterar sua postura e tratamento para o amigo menos privilegiado pois isso demonstra arrogância e o amigo sente-se desprezado.

Ao contrário, o amigo deve demonstrar a importância do outro e sempre colocar-se no mesmo nível.

Outra medida típica da amizade, inclusive entre parentes, é que o que pode, deve ajudar o que não pode a elevar-se. Oferecer condições para isso. Nunca abrindo mão da virtude, evidentemente.

Mas isso não deve ser feito de qualquer forma ou em qualquer circunstância. Deve-se oferecer aquilo que se possa dar e depois, o que o amigo está apto a receber.

Ou seja, não adianta eu abrir mão da minha condição para que o amigo a tenha e nem proporcionar coisas para o amigo, nas quais ele não tenha aptidão ou interesse. O que não posso é abandoná-lo ou colocar-me acima dele.

 

RAZÕES PARA ROMPER AMIZADES

“Muitas vezes, irrompem vícios entre amigos, seja em relação a eles mesmos, seja em relação a terceiros, mas que, sempre, redundam em infâmia. Devemos, então, relaxar os vínculos de amizade até que a separação ocorra”.

Não é tão incomum que amigos, motivados pelas razões citadas acima, no tópico Como Mensurar Amizades, acabem gerando conflitos entre si.

Divergências sérias, mudanças de hábitos decorrentes das experiências pessoais ou outros motivos já abordados nesse estudo, podem justificar o rompimento da amizade. Mas esse rompimento não deve ser abrupto para não correr o risco de criar uma grande inimizade, deve ser gradual, porque “nada mais vergonhoso do que entrar em conflito com quem se conviveu familiarmente”.

A única exceção, que exige o rompimento imediato, é que a situação seja tão insuportável que seja injusto e até desonesto manter a amizade.

De qualquer modo, é de bom tom que se conserve a imagem do ex-amigo e não aproveite a situação para difamá-lo perante terceiros.

“A única garantia contra tais desgraças e inconveniências é a de não, apressadamente, principiar a querer bem e muito menos a pessoas indignas”.

 

Fim da terceira parte. Na próxima, abordarei a essência da amizade.

‘té mais!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Real Life - Magazine

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Não confunda a banda de hoje com o grupo nacional dos anos 80 liderado pelo Kid Vinil. Trata-se de um grupo inglês de rock!

A Magazine foi formada por Howard Devoto após sua saída dos Buzzcocks (banda que tratarei num post futuro), em 1976. Em abril de 1977 ele conheceu o guitarrista John McGeoch e eles começaram a escrever as músicas que viriam a ser o primeiro material da banda. Eles recrutaram Barry Adamson, Bob Dickinson e Martin Jackson para formar o primeiro line-up da banda, que logo assinou com a Virgin Records. O tecladista Bob Dickinson deixou a banda pouco depois do lançamento do single “Shot By Both Sides” (esta música faz parte do álbum de hoje. Escute no player abaixo), e foi substituído por Dave Formula. “Shot By Both Sides” alcançou o top 50 na lista de singles da Inglaterra.

Após a turnê do primeiro álbum, Real Life (o qual tratamos hoje), Martin Jackson saiu da banda e foi substituído por Paul Spencer, e depois John Doyle. Em 1979 o segundo álbum, Secondhand Daylight foi lançado. Devoto deixou a banda em 1981 e depois de uma rápida carreira solo e dois álbuns com a banda Luxúria, ele desistiu da carreira musical e tornou-se arquivista de fotos…

Real Life (1978)

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Download: Real Life

CURIOSIDADES DO ÁLBUM

  • Mostra como a banda arrastou o punk rock britânico a uma nova dimensão de pensamento e também era uma diluição da energia do movimento original em um tipo de maturidade nerd (no sentido bom da palavra).
  • “The Light Pours Out Of Me” é baseada num velho refrão da banda Buzzcocks (antiga banda de Devoto), que também utilizou esta base na música “Lipstick”; funcionou bem nas duas músicas.
  • As letras de Devoto marcaram um novo estilo: provocativas, agudas e certeiras. Tudo muito inteligente.

OUÇA AS FAIXAS E LEIA OS COMENTÁRIOS:

DESTAQUES EM VERMELHO

01 – Definitive Gaze

Com um fundo dado pelo órgão, a banda inicia com uma levada típica dos anos 70. Na sequência, o pop rock toma conta com o predomínio do teclado. Quando o vocal se apresenta, retornamos a harmonia inicial. O “refrão” é todo instrumental, o que dá um caráter interessante e não cai no lugar comum. Temos muita criatividade aqui.

02 – My Tulpa

Os efeitos de teclado são parte essencial da banda. Nessa época, a tecnologia começava a evoluir rápido e muitos conjuntos musicais não perderam a chance de experimentar. O canto nesta faixa é melhor que na anterior, mas ainda é simplório. Apresenta um estridente saxofone como elemento surpresa. Música apenas razoável.

03 – Shot By Both Sides

Música ligeira, primeiro hit da banda lançado primeiramente em single. Agradável mas, diferente das faixas anteriores, sem grandes experimetações e de sonoridade mais crua. No formato para as FMs da época.

04 – Recoil

A guitarra viaja nos efeitos e a bateria em marcha. O punk toma conta.

05 – Burst

Mais cadenciada e sobria com acordes descendentes.

06 – Motorcade

No início, lembra uma trilha sonora de filme de terror antigo. O espírito gótico fica evidente na forma de cantar e nos efeitos aplicados na voz. No meio, ela acelera sempre perseguida pelo órgão. A guitarra “esmirilha”. Legal!

07 – The Great Beautician In The Sky

Tomei um susto quando a música surgiu em compasso ternário. Eles estavam procurando seu som ideal, isso fica claro nas diferenças que há entre uma música e outra. No decorrer, a música volta para o compasso quartenário, apenas mantendo a guitarra sincopada como resquício do início ternário. Criativa.

08 – The Light Pours Out Of Me

Outra faixa criativa. Ainda mantendo o clima sombrio. Essa tem força, um destaque.

09 – Parade

Totalmente inesperado, o início é um leve e doce piano!! Quando ele é substituído pelo teclado, utiliza algumas dissonâncias. O canto vem comportado. Apesar do álbum ser uma “salada”, essa música ficou meio fora de contexto. A banda até que manda bem, mas o vocalista não consegue se encaixar no espírito. Uma pena, o potencial dessa música era grande.

Comentários e adaptação do texto: Rodrigo Nogueira
Fonte Histórica: Wikipédia
Curiosidades: 1001 discos para ouvir antes de morrer

té mais!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

First Issue - Public Image Ltd.

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O Public Image Ltd. (P.I.L.) é um grupo inglês formado em 1978 pelo ex-vocalista do Sex Pistols John Lydon (Rotten), o guitarrista Keith Levene (ex-The Clash), o baixista Jah Wobble e o baterista Jim Walker; com frequentes alterações de membros no decorrer de sua existência.
Surgiram das cinzas do punk rock e foram considerados a primeira banda de pós-punk, que tem por base o punk mas que ousa mais nas experimentações, tornando seu som mais desafiador.
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O grupo durou até 1992 e Lydon era o único membro constante nas diversas formações da P.I.L. Até o ultra técnico e virtuse guitarrista Steve Vai (foto) já passou pela banda.
Sua origem foi logo após a dissolução dos Sex Pistols em 1978. Lydon foi viajar para a Jamaica para conhecer o movimento que estava surgindo: o reggae. Lá, o empresário da Virgin records Richard Branson tentou inserir Lydon na recém criada banda Devo (de quem falarei num post futuro). O Devo(foto) também foi para a Jamaica e, chegando lá, recusaram a proposta de Branson deixando John Lyndon a ver navios enquanto fumava maconha…
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Após retornar à Inglaterra, Lydon se aproximou de seu amigo Jah Wobble e o convidou para formar uma banda, mesmo ele não sabendo tocar nenhum instrumento, aliás, da mesma forma como ele havia feito com Sid Vicious. Só que diferente de Vicious, Wobble tinha aptidão para música e aprendeu a tocar baixo o suficiente para participar da banda.
Como Lydon conhecia Keith Levene, do Clash, e sabia que ele não estava à vontade em sua atual banda, o convidou a integrar esse novo  grupo, onde ele poderia explorar mais suas ideias musicais. Para completar a banda, foi colocado um anúncio no jornal Melody Maker, solicitando um baterista e o estudante canadense Jim Walker foi o selecionado.
Em maio de 1978, o Public Image estava formado.
Enquanto que os Sex Pistols exploravam o lado mais rebelde dos músicos, o Public Image, explorou seu lado mais criativo, utilizando as influencias do krautrock e do dub reggae.
First Issue (1978)
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CURIOSIDADES DO ÁLBUM

  • Lydon saiu cambaleante dos destroços dos Pistols, com sua identidade cerceada, e imaginou a banda como expressão honesta de seus pensamentos e medos mais profundos.

  • Um disco sombrio. A vitalidade de sua franqueza e o seu esforço em perseguir um futuro diferente o tornaram um álbum com alto poder de influência e, até hoje, muito perturbador.
OUÇA AS FAIXAS E LEIA OS COMENTÁRIOS:
DESTAQUES EM VERMELHO
01 – Theme
O grito inicial já prepara para o que vem por aí. A faixa de abertura abusa das distorções na guitarra e nos remete à uma mente doentia em seu desabafo. Não dá para dizer que tem canto aqui, mas sim um suicida colocando tudo para fora: “I wish I could die!”. A expressividade é impressionante.
02 – Religion I
Frases rimadas e faladas, como uma ladainha, literalmente metem o pau na igreja e na religião: A liar in the altar!
03 – Religion II
Agora acompanhado da banda, o vocal declama em tom de sermão frases acusatórias contra os religiosos em geral. Fica evidente o que os integrantes da banda pensam sobre o assunto, e não é nada bom.
04 – Annalisa
Um punk mais cadenciado e de estrutura linear, nos mostra as raízes do grupo.
05 - Public Image
Um som que já mostra um retrato do que seria predominante nos anos 80. Lembra um pouco os primeiros trabalhos de bandas como U2 e Simple Minds.
06 – Low Life
Muito próximo do som dos Sex Pistols, principalmente na melodia do vocal.
07 – Attack
Com efeitos de eco na voz e acompanhamento instrumental simples e linear, esta faixa é monótona e não acrescenta muito.
08 – Fodderstompf
Aqui sim um trabalho diferenciado. Uso de efeitos eletrônicos, batida dançante e frases como de desenho animado. Lembra os Residents.
Comentários e adaptação do texto: Rodrigo Nogueira
Fonte Histórica: Wikipédia
Curiosidades: 1001 discos para ouvir antes de morrer
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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Os Três Tenores – Parte 2

Não perca a parte 1! Para ver, clique aqui.

Quem foram os melhores três tenores da história?

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Caruso, Gigli e Björling (fotos acima), são tidos amplamente como os maiores tenores do século XX, mas Mario Del Monaco, Carlo Bergonzi e Alfredo Kraus são muito admirados por cantar o repertório lírico italiano de maneira idiomática, e com estilo.

Caruso, Gigli e Björling fizeram seus nomes em algumas óperas de Donizetti, revivals ocasionais de Gluck, Verdi, Puccini, Leoncavallo e Mascagni. O repertório alemão era deixado de lado, com Caruso uma vez cantando umas poucas récitas de Lohengrin.

Enrico Caruso (1873 – 1921)

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Caruso criou vários dos papéis que ele cantou, como o herói de Puccini em “La Fanciulla del West”. Foi o primeiro tenor a ser extensivamente gravado; mais de 250 documentos de seu canto sobrevivem entre 1902 e 1920, pouco antes de sua morte.

Não temos ideia de como ele era em papeis inteiros, mas há muitos duetos e cenas de conjunto. Que ele conseguia injetar vida em cada frase era inquestionável. Mas os sons de Caruso sobrevivem a tudo, e a precisão com que sua voz era calculada pode ser indicada pela maneira como ela se torna espessa e escura ao longo dos anos. (ouça sua voz no player localizado no final do post)

Benamino Gigli (1890 – 1957)

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A extensão vocal de Benamino Gigli (até um fácil Dó agudo) e a exuberância emocional foram amplamente saudados em óperas de Puccini, Donizetti e Verdi. Com Gigli há óperas completas, ao lado de grandes nomes em “Tosca”, “Butterfly” e “Ballo”. Como sua sonoridade era melíflua*, ele brilha em canções, como a “Mattinata”, de Leoncavallo.

Ele parece ter nascido cantando, e o esforço de Caruso não aparece na “Vesti la giubba” de Gigli.

*melíflua: voz suave, doce como o mel

 

Jussi Björling (1911 – 1960)

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Tido pela viúva de Caruso como o tenor mais próximo de seu marido. Sua sonoridade prateada foi inevitavelmente chamada de nórdica, sugerindo uma certa distância. Ele não tinha grandes dotes de caracterização. Mas, com uma voz tão bonita, há um distanciamento expressivo, o que faz que, em sua famosa ária do primeiro ato de “La bohème”, a ternura e o calor estejam no tom certo. Escolheu o repertório de maneira cuidadosa, com seu papel mais enérgico sendo, assim como Gigli, o “Réquiem” de Verdi.

Ouça os três maiores tenores da história no player do final do post!

E os três tenores de hoje?

Luciano Pavarotti (1935 – 2007)

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Tenor italiano. Estreou em 1961, especializando-se logo em papeis de belcanto, nos quais, com seu estimulante registro extenso, era excepcional. Na década de 70, começou a extender o olhar na direção dos papeis do verismo e, nos anos 80, sua voz tinha perdido muito do calor dos primeiros anos.

Soberbo em Rossini, Bellini, Donizetti e no Verdi inicial, mas a ser evitado no último Verdi, Puccini, Giordano e ópera verista.

Plácido Domingo (1941 – )

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O tenor espanhol é o mais gravado da história. Amealhou um catálogo vasto de papeis, incluindo o de Pery, na ópera Il Guarany, de Carlos Gomes (brasileira, sim senhor!). É muito forte em Verdi – o melhor Otello, um papel jamais tentando por Gigli, Caruso ou Björling – e seu Wagner resultou em interpretações frescas e imediatas.

Sua voz mudou, como um barítono puxado para cima.

 

 

José Carrejose-carreras[1]ras (1946 – )

O tenor espanhol estreou em 1970, estabelecendo-se logo como herdeiro de Giuseppe di Stefano, com sua voz natural, ressoante e de grande extensão. Descontente com os papeis unidimensionais das óperas do belcanto, buscou novos desafios na última metade do século XIX. O esforço nos papeis veristas, e a batalha com a leucemia, deixaram sua voz uma sombra do que era.

 

 

 

E os três tenores de amanhã?

O siciliano Roberto Alagna tem sido trombeteado como sucessor, e foi lançado nas luzes da ribalta, e em parte, graças à sua relação com a soprano estelar Angela Gheoghiu, porém, em forma – como em seu Romeu – pode ser apaixonadamente expressivo.

Tempos atrás, triunfou ao substituir Pavarotti em um Réquiem, de Verdi, televisado.

O argentino José Cura tem uma voz escura e sentido forte de teatro, mas, para a beleza de som pura, no estilo de Pavarotti; Andrea Bocelli é difícil de derrotar.

Fonte: Revista Classic CD, nº 21

  

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Andrea Bocelli, José Cura e Roberto Alagna; seriam os novos 3 Tenores?

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AUDIÇÕES

Como a ideia é mostrar as vozes dos nove tenores citados, para efeito de comparação, escolhi a mesma música para vários intérpretes. Vocês ouvirão várias versões das belíssimas Nessum Dorma e E Lucevan Le Stelle, ambas de Puccini. Recomendo a audição de todas as versões para que fiquem bem caracterizadas as diferenças de vozes e interpretações.

É importante mencionar também que algumas faixas foram gravadas a quase 100 anos atrás e, portanto, a qualidade sonora não está tão perfeita; mas achei importante colocar assim mesmo, como um documento histórico. Peço que o ouvinte desconsidere essas deficiências ao julgar a qualidade de tão impressionantes cantores.

Depois me escrevam pra dizer qual deles é seu favorito!

Boa audição!

01 – E Lucevan le stelle – Andrea Bocelli

02 – E Lucevan le stelle – Plácido Domingo

03 – E Lucevan le stelle – José Cura

04 – E Lucevan le stelle – Luciano Pavarotti

05 – E Lucevan le stelle – Jussi Björling

06 - Ah! Non mi ridestar – Beniamino Gigli

07 – Ah! Ne fui pas encore – Roberto Alagna (em dueto com sua esposa Angela Ghorghiu)

08 – Nessun Dorma – José Carreras

09 – Nessun Dorma – Luciano Pavarotti

10 – Nessun Dorma – Jussi Björling

11 – Nessun Dorma – Plácido Domingo

12 – Una Furtiva Lagrima – Enrico Caruso

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