Série Álbuns Históricos 1979 - 10/43
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Após assistirem uma apresentação da banda Sex Pistols, os amigos de longa data Peter Hook e Bernard Sumner resolveram criar uma banda, o ano era 1976. Chamaram Terry Mason, que também esteve presente no show e o colega de escola Martin Gresty. O segundo logo abandonou o projeto pois conseguiu um emprego regular em uma fábrica local, então os amigos restantes colocaram um anúncio em uma loja de discos para selecionarem um novo vocalista, daí veio a lenda Ian Curtis.
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O nome escolhido para o grupo foi Varsóvia, em referência a música 'Warszava' de David Bowie, e a primeira apresentação foi no dia 29 de maio de 1977, quando abriram para a banda Buzzcocks. Pouco tempo depois, o baterista Terry Mason abandonou o grupo e foi substituído por Steve Brotherdale que vinha da banda punk Panik.Brotherdale era encrenqueiro e começou a tentar fazer a cabeça do vocalista Ian Curtis para que ambos abandonassem o conjunto e migrassem para o Panik, foi demitido e abandonado no meio da estrada pelos outros integrantes. Novamente colocaram um anúncio em uma loja de discos, que foi atentido pelo colega de escola de Curtis, Stephen Morris. Surge o lineup definitivo, mas ainda restava um problema: o nome da banda era quase igual ao de outra - Warsaw Pakt - então resolveram trocá-lo e utilizaram como referência o romance A Casa das Bonecas que fala de um prostíbulo próximo a um campo de concentração nazista chamado Joy Division.
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Encantados com o som do grupo, integrantes da gravadora RCA ofereceram um estúdio para que a Joy Division gravasse algumas demos e negociaram um contrato.
Para divulgar as novas bandas contratadas pela RCA, montaram a histórica coletânea de bandas Short Circuit: Live At The Electric Circus, onde havia também uma faixa da Joy Division. Foi o único trabalho deles com a grande gravadora, depois a abandonaram e se juntaram ao amigo Tony Wilson e à Factory Records.
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Tony Wilson, um apresentador de TV que despontava, também se interessou pela banda e se ofereceu para empresariá-los. Como fizeram uma grande amizade e como o esquema de trabalho da RCA não agradava a banda, decidiram criar uma gravadora nova que tinha uma proposta inovadora, principalmente no que dizia respeito ao tratamento ao artista, dando-lhes liberdade total de criação e apoio quase incondicional - surgia assim a histórica Factory (ela mereceu até um filme imperdível contando sua trajetória, o 24 Hour Party People).
O primeiro EP lançado pela nova gravadora, que contou com duas músicas da Joy Division foi Factory Sample, de 1978, que também contava com músicas da banda The Durutti Column.
A recepção foi positiva, angariaram vários defensores na crítica e na mídia o que fez com que a exposição do grupo fosse constante nas rádios e na TV. Paralalelamente a tudo isso, Ian Curtis descobriu que sofria de epilepsia e tinha muita dificuldade para lidar com a doença.
Em 1979 gravaram seu primeiro álbum - Unknown Pleasures - que foi um marco para a nova derivação do punk: o pós-punk, e um de seus desdobramentos: o gótico.
A história segue, mas paro por aqui para apreciar este álbum. Certamente falarei mais desse grupo inglês e da banda que surgiu após a morte de Curtis, que reuniria seus integrantes sobreviventes: a New Order, até lá!
Unknown Pleasures (1979)
baixe aqui
Curiosidades do álbum
- Foi lançado pela gravadora Factory apesar de terem recebidos propostas milionárias das grandes gravadoras.
- O letrista Ian Curtis retrata suas experiências como epilético em várias faixas.
- O desenho da capa é a captação de ondas de rádio emitidas por uma estrela em extinção (literalmente).
- Foi sucesso de público e crítica, apesar de um jornalista ter feito um elogio torto dizendo que o álbum era perfeito para se ouvir antes de cometer suicídio.
AUDIÇÃO COMENTADA
Meus destaques em vermelho
01 - Disorder
A "cozinha" abre o disco. Os instrumentos vão entrando progressivamente até que aparece o incisivo vocal de Curtis. Entremeada de um bom fraseado da guitarra. O do baixo se mantém constante no decorrer da música. Há também alguns efeitos que simulam ventos ao fundo. O clímax é deixado para o final: "I got the spirit!"
A "cozinha" abre o disco. Os instrumentos vão entrando progressivamente até que aparece o incisivo vocal de Curtis. Entremeada de um bom fraseado da guitarra. O do baixo se mantém constante no decorrer da música. Há também alguns efeitos que simulam ventos ao fundo. O clímax é deixado para o final: "I got the spirit!"
02 - Day Of The Lords
Acordes de guitarra no contratempo no início. O teclado complementa o clima soturno.
Acordes de guitarra no contratempo no início. O teclado complementa o clima soturno.
03 - Candidate
Encadeamento de acordes descendente, bateria marcada e clima gótico.
Encadeamento de acordes descendente, bateria marcada e clima gótico.
04 - Insight
Uma nota constante; portas, o baixo domina a harmonia. "I'm not afraid anymore!".
Uma nota constante; portas, o baixo domina a harmonia. "I'm not afraid anymore!".
05 - New Dawn Fades
A guitarra manda um riff todo nos graves e depois vai para os arpegios. O vocal é poderoso mas em clima de lamentação.
A guitarra manda um riff todo nos graves e depois vai para os arpegios. O vocal é poderoso mas em clima de lamentação.
06 - She's Lost Control
Experimentações na bateria eletrônica e fraseado no baixo, a guitarra aparece a seguir, cobrindo os espaços. A voz é empostada e vigorosa.
Experimentações na bateria eletrônica e fraseado no baixo, a guitarra aparece a seguir, cobrindo os espaços. A voz é empostada e vigorosa.
07 - Shadowplay
Mais uma vez o baixo inicia, só que desta vez acompanhado do prato da bateria; até que a música "explode" e a banda completa se apresenta. Destaque para o belo fraseado da guitarra. Pela primeira aparece um backing vocal e um solo de guitarra, ainda que simples.
Mais uma vez o baixo inicia, só que desta vez acompanhado do prato da bateria; até que a música "explode" e a banda completa se apresenta. Destaque para o belo fraseado da guitarra. Pela primeira aparece um backing vocal e um solo de guitarra, ainda que simples.
08 - Wilderness
Destaque agora é a bateria, as cordas fazem um longo legatto que vai e volta.
Destaque agora é a bateria, as cordas fazem um longo legatto que vai e volta.
09 - Interzone
O ritmo acelera aqui e a guitarra puxa a harmonia. O vocal faz um interessante trabalho de pergunta e resposta. Frenética.
O ritmo acelera aqui e a guitarra puxa a harmonia. O vocal faz um interessante trabalho de pergunta e resposta. Frenética.
10 - I Remember Nothing
Lenta e melancólica. Um acorde fica constante ao fundo enquanto a guitarra e o baixo variam, além do som de objetos quebrando.
Lenta e melancólica. Um acorde fica constante ao fundo enquanto a guitarra e o baixo variam, além do som de objetos quebrando.
Texto: Rodrigo Nogueira
Fonte: Wikipedia
Curiosidades: 1001 discos para ouvir antes de morrer
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4 comentários:
Grande Rodrigo!
Ian Curtis pra mim é um ícone, curto muito tudo que ele fez no Joy, gosto muito de figuras melancólicas por natureza, e Ian era exatamente isso. Sua vida conturbada e a epilepsia o levaram a reclusão e a nos presentear com um trabalho maravilhoso. Unknown Pleasures é algo que tô doido pra pegar em vinil, já tenho o Substance que é muito bom também. O hino do unknown pra mim é a Shadowplay, gosto demais dessa música!
Grande lembraça, parabéns pelo post brother!
FORTE ABRAÇO!
oi,
descobri o blog hoje. parabéns pela qualidade deste. tô linkando no on the rocks.
abs
Fabião, eu só fui conhecer a Joy Division no final dos anos 80, pois gostava muito da New Order (um dos primeiros bolachões que ganhei foi um deles), e como sempre me interessei em me aprofundar nos assuntos, descobri que antes da New Order havia a Joy Division e Ian Curtis. A identificação com o som deles foi imediata!
Concordo com a escolha da Shadowplay e espero que consiga achar seu vinil - tem na livraria cultura a altos preços, mas não tem graça se não for achar nos sebos, não é meu amigo?
Que legal que conseguiu achar um tempinho para passar por aqui. Abração!
Obrigado pelo elogio e pelo apoio Tarcísio.
Já retribui seu gesto linkando o seu aqui no blog tb.
Abraço.
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