Série Álbuns Históricos 1979 - 8/43
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Albert Camus |
Nos arredores de Manchester, Inglaterra, surge em 1976 The Fall, e desde seu início, a banda mostrou que veio ao mundo para fazer a diferença. Em princípio, seus integrantes eram amigos que se reuniam para rodas de leitura regadas a consumo de drogas. Um dos autores mais apreciados era Albert Camus e graças a um de seus romances, veio o nome da banda.
A origem de seu som sem dúvida é o garage rock e grupos como Velvet Underground, Captain Beefheart e Can. As harmonias de suas músicas são intencionalmente repetitivas e cruas.
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O Fall existe até hoje e é recoberto por uma aura cult. Sempre foi underground, apesar de sua estética mudar bastante no decorrer dos anos, sempre incorporando os estilos das épocas. Sua produção discográfica é bem ampla (mais de 25 discos de estúdio e o triplo disso ao vivo).
Mark E. Smith |
Diversos músicos passaram pela banda em suas muitas formações, apenas o vocalista Mark E. Smith foi presença constante.
O primeiro show só aconteceu em 1977 e agradou tanto os integrantes do Buzzcocks que eles financiaram a gravação do primeiro EP do Fall com as faixas "Steppin Out" e "Last Orders". A gravadora não liberou o lançamento e essas músicas acabaram incluídas em uma compilação de bandas chamada "Short Circuit: Live At Electric Circus".
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Depois de circularem por diversas casas noturnas e por terem se apresentado em algumas TVs, finalmente conseguiram lançar seu primeiro EP: "Bingo-Master's Break-Out!". O famoso DJ John Peel se interessou pelo grupo e passou a difundir e defender o som dos caras até que, em 1979 sai do forno o primeiro e histórico álbum "Live At The Witch Trials". O lineup era Mark E. Smith (vocais e guitarra eventual), Martin Bramah (guitarra e backing vocals), Mark Riley (baixo), Karl Burns (bateria) e Yvonne Pawlett (teclado). Apesar do nome, o disco não foi gravado ao vivo, mas sim no estúdio e demorou apenas um dia para ficar pronto. A crítica especializada ficou dividida ao avaliá-lo. Houve recepções entusiasmadas de alguns e céticas de outros.
Depois de seu lançamento, quase todos os integrantes abandonaram o grupo, restaram apenas Smith e Riley. Os dois arregimentaram novos músicos e, no mesmo ano de 1979, lançariam o segundo álbum: "Dragnet", mas isso é história para outro artigo.
Live At The Witch Trials (1979)
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Curisidades do álbum
- Mesmo durante as gravações já houve mudança dos integrantes da banda.
- As letras são em geral críticas duras a vários segmentos da sociedade, inclusive à indústria fonográfica. O som mostra claramente as limitações musicais dos integrantes, mas são compensadas com vibração, humor e inteligência.
- É uma compilação das músicas que mais agradavam aos fãs nos shows.
Audição comentada
Meus destaques em vermelho
01 - Frightened
Uma passagem de bateria e um doce teclado abrem o álbum. Na sequência, a guitarra fora de tom é incorporada e o vocal começa de forma declamatória. A guitarra trás certa dose de tensão em cima de arranjo tranquilo e repetitivo.
02 - Crap Rap 2/Like To Blow
A guitarra acelera o ritmo e a bateria faz diversas passagens pelos tons e surdo, enquanto o canto faz o famoso rap do título. A bateria indica a mudança do andamento. O teclado econômico, apenas mostra algumas notas isoladas. O baixo preenche os vazios da música.
03 - Rebellious Juke Box
O arranjo trafega nos limites da tonalidade o que trás um certo desconforto para ouvir. O baixo fica sempre na descendente enquanto que a guitarra figura pelo ritmo. Criativa.
04 - No Xmas For John Quays
O teclado faz um fraseado quase infantil como introdução. Depois a música acelera com a guitarra mantendo sempre dois acordes, enquanto a bateria desce a lenha. O canto encontra-se quase sempre fora da escala.
05 - Mother-Sister!
Os três acordes no teclado são imitados pelo baixo que acrescenta mais um. A guitarra começa em contratempo e depois faz variações do tema. O refrão chega e o andamento é acelerado.
06 - Industrial Estate
Acordes dissonantes na guitarra, o teclado mantém uma nota no início de cada compasso.
07 - Underground Medicine
Canto dobrado com o baixo marcando ao fundo. A guitarra se apresenta acompanhada do teclado. Muito legal a parceria da guitarra com o baixo!
08 - Two Steps Back
A guitarra começa sozinha e logo o baixo vai buscá-la. O teclado se apresenta. A bateria se destaca com boas passagens quebradas.
09 - Live At The Witch Trials
Aparentemente, apenas passagem de som.
10 - Futures And Pasts
Quatro animados acordes. Mais próximo de um punk típico.
11 - Music Scene
Repetitiva, longa e monótona.
Texto: Rodrigo Nogueira
Fonte: Wikipedia
Curiosidades: 1001 discos para ouvir antes de morrer
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