Série Álbuns Históricos: 1979 - 3/43
Oriundos do Texas, três amigos de escola resolvem formar um grupo de jazz, Os Swingsters. A coisa não deu muito certo por lá, então em 1961 foram tentar a sorte na California e mudaram o nome da banda para The Jazz Crusaders. Seu som principal era o jazz, mas gostavam de incorporar outros gêneros como o soul, o R&B.
Os integrantes originais eram o pianista Joe Sample, o baterista Stix Hooper, o saxofonista Wilton Felder e o trombonista Wayne Henderson. Sob o nome de The Jazz Crusaders, gravaram 19 discos durante o período de 1961 a 1970, dentre os quais cito Stretchin' Out, de 1964, pela gravadora Pacific Jazz.
Sob influência indireta de Miles Davis e de suas experimentações sonoras, resolveram cair com tudo no movimento fusion, que incorporava outros estilos musicais ao jazz tornando-o mais acessível, como o funk e até o pop. Passaram a fazer parte da banda o baixista Robert "Pops" Popwell e o guitarrista Larry Carlton. Como a sonoridade ficou mais "eletrificada", abandonaram as limitações que o nome Jazz trazia e transformaram-se nos Crusaders, mas não se engane, o jazz ainda faria parte da essência do grupo.
O primeiro disco sob o novo nome foi Pass The Plate, de 1971.
Com todas essas mudanças, os Crusaders caíram no gosto popular e passaram a integrar as paradas de sucesso, transformando uma carreira quase underground em algo sólido e duradouro.
Lançando praticamente um álbum por ano, foram se estabelecendo no mainstream agradando tanto aos fascinados pela música dançante dos anos 70, quanto aos ouvintes de jazz (exceção feita aos puristas, é claro) e, em 1976, saiu o ótimo álbum Those Southern Knights, mas o ápice da carreira ainda estava por vir, ainda lançariam mais dois discos antes de chegarem lá.
A obra-prima é o tema central desse artigo, o sensacional Street Life de 1979. Além de ser ótimo por si só, ainda levou o grupo ao seu auge de popularidade, conseguindo a incrível proeza de fazer o jazz voltar a ficar em evidência em uma época em que ele já estava restrito apenas a um pequeno público especializado.
Quentin Tarantino utilizou a faixa-título no filme Jackie Brown.
Street Life (1979)
Curiosidades do álbum
- A faixa título é tão poderosa que poderia ter sido lançada como um EP de quatro faixas, com uma versão instrumental, uma para rádio e uma ao vivo embutidas - e ainda ser classificada com um clássico.
- É composto de canções acessíveis com suficiente conteúdo musical para satisfazer tanto a crítica quanto quem quiser apenas dançar.
- Entrou para os Top 20 dos Estados Unidos e da Inglaterra e liderou a parada de jazz estadunidense por 20 semanas, um feito inédito até então.
Audição Comentada
Meus destaques em colorido
01 - Street Life
A música começa com um belo smooth jazz capitaneado pelo saxofone. Quando a voz entra, ela é acompanhada pelo arranjo de cordas e pelo teclado. O canto é um show à parte. A banda entra cheia de groove e emoldura a melodia. O refrão segue uma linha crescente e recebe a resposta dos metais. Aprecie o belo solo de teclado e de saxofone.
02 - My Lady
O ritmo muda um pouco e conserva o smooth jazz. O saxofone domina a melodia, mas cede o primeiro solo para o teclado. No segundo, defende sem quebrar a harmonia vigente e nos conduz novamente ao refrão onde constatamos a presença de um arranjo vocal.
03 - Rodeo Drive
O baixo se apresenta com mais vigor usando bastante as cordas mais finas do instrumentos e conduz o ritmo. O saxofone nos presenteia com uma bela melodia. A guitarra semi-acústica vem como um presente, solando. Extremamente agradável, baita som!
04 - Carnival Of The Night
A apresentação é feita pelo teclado. A guitarra dobra com o saxofone a melodia, fazendo um bom contraste. O solo é dado para a guitarra, que o executa fazendo uso de distorção, sem grandes floreios, seco, mas belo. A guitarra prepara para o solo de teclado que mantém a mesma linguagem e clareza nas notas. Após uma breve participação do baixo, o tema é retomado.
05 - The Hustler
O tema dessa não empolga, mas é muito bem executada. Já o solo de sax é ótimo.
06 - Night Faces
Mais um agradável tema para fechar este ótimo disco. Obrigatório!
Texto: Rodrigo Nogueira
Fonte Histórica: Wikipédia Curiosidades: 1001 discos para ouvir antes de morrer
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