Falar do inglês Brian Peter George St. Jean le Baptiste de la Salle Eno é uma tarefa difícil se for levado em consideração que ele foi a mente por trás de diversos gêneros musicais como o glam rock, o new wave, música ambiente; de diversos artistas e bandas como Roxy Music, Talking Heads, David Bowie, David Byrne, U2, etc.; além de ser respeitado no mundo erudito com seu minimalismo tão bom quanto o de Phillip Glass por exemplo.
Produziu um sem número de novos artistas e promoveu vários eventos que estimularam artistas underground. Fora tudo isso, foi um dos pioneiros no uso e no descobrimento de novas técnicas para o sintetizador e teclados em geral.
Dá para afirmar sem medo de errar que Brian Eno é uma das figuras mais importantes da música do século XX para cá.
O objetivo de hoje é tratar de seu álbum Ambient 1: Music For Airports, de 1978. Desde 1975, Eno flertava com a ideia que a partir deste ponto seria conhecida como música ambiente. A coisa consistia que “a música poderia até ser ignorada e, ao mesmo tempo, teria de ser interessante”. Com essa premissa fez um álbum manifesto onde expõe seu conceito.
Enjoy!
Ambient 1: Music For Airports (1978)
Download: Ambient 1: Music For Airports
Curiosidades do Álbum
- Quatro peças sem formato definido entram e saem de foco de modo glacial e fantasmagórico mas de tonalidade bem construída.
Audição Comentada
Meus destaques em vermelho
01 – 1/1
Um simples fraseado do piano é repetido inúmeras vezes e alguns acordes graves ressoam ao fundo. Após 2 minutos, o fraseado do piano sofre uma leve variação. As sutis variações da melodia seguem no decorrer, mas o clima nunca muda. Acordes crescentes em tom e força também montam o clima. A partir do sétimo minuto, há uma grande reviravolta: entra uma bateria jazzística e um sampler de sax tenor tocando intervalos progressivos em cima do arranjo inicial criando um contraponto estilístico. Próximo aos 10 minutos, retornamos à calma inicial mas o sax e a bateria apontam abruptamente, rapidamente são banidos e o arranjo inicial impera. Aos 12 minutos surgem acordes abertos que preenchem o ambiente, mas são fugazes. A música termina na tônica concluindo em repouso.
02 – 2/1
A linha melódica simula vozes humanas sobrepostas e monta acordes. Não tem acompanhamento, há um entrelaçamento de sons e pausas. Algumas discretas dissonâncias, no todo, a consonância prevalece.
03 – 1/2
Agora o piano parece querer ousar um pouco mais na construção da música. As “vozes” compõem a harmonia. Um acorde arpejado é o centro da peça, possivelmente de sétima, dá um sentimento de incompletude, mas não foge do tom.
04 – 2/2
Um baixo contínuo, notas com timbres metálicos em diversas alturas se apresentam como se disputassem a supremacia. Uma nota agudíssima aparece eventualmente e espeta como uma agulha os tímpanos, mas ela é quase subliminar, portanto contraditória. As pausas têm caráter fundamental e são a válvula de escape da tensão.
Texto: Rodrigo Nogueira
Fonte Histórica: Wikipédia
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2 comentários:
Poxa, o cara é um gênio e eu só o conheci agora. Obrigado pelo artigo.
Abraços,
Rogério Gomes
Que nada Rogério, obrigado você pela visita.
Abç!
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