Série álbuns históricos 1979 - 11/43
A baiana Simone Bittencourt de Oliveira é uma das melhores cantoras brasileiras. Por pouco não segue a carreira de atleta, foi jogadora de basquete profissional, inclusive sendo convocada para a seleção brasileira. Não conseguiu jogar muito tempo devido a diversas lesões musculares. Então ganhamos uma talentosa intérprete!
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A baiana Simone Bittencourt de Oliveira é uma das melhores cantoras brasileiras. Por pouco não segue a carreira de atleta, foi jogadora de basquete profissional, inclusive sendo convocada para a seleção brasileira. Não conseguiu jogar muito tempo devido a diversas lesões musculares. Então ganhamos uma talentosa intérprete!
A carreira musical começou quando ela, por intermédio de sua professora de violão, conheceu Moacir Machado, gerente de marketing da gravadora Odeon. Ao ouví-la cantar e tocar, Machado a convidou para alguns testes na gravadora, então conseguiu um contrato de quatro anos, tendo que lançar um disco por ano; e o primeiro saiu em 1972 - Simone - teve uma pequena tiragem apenas para divulgação e para presentear os amigos, mas muitos já ficaram encantados com o tom de voz mais grave e levemente rouco. O lançamento oficial se deu no ano seguinte e a divulgação foi forte na televisão; além de sua voz, seu porte atlético e beleza chamaram bastante a atenção.
Os álbuns seguintes surgiram depois de uma pequena turnê por algumas cidades da Europa e pelos EUA, onde se apresentou no conceituado Madison Square Garden (verdade que não foi no palco principal, mas sim no anexo). Foram Brasil Export 73 e Festa Brasil.
Logo na sequência, cigarra - como é conhecida - lança Quatro Paredes e a parceria com Milton Nascimento Gotas D'Água. Segue em turnê ao lado de Vinícios de Morais e Toquinho, pelas universidades no Brasil e na América Latina. A moça não estava para brincadeiras!
Os álbuns seguintes surgiram depois de uma pequena turnê por algumas cidades da Europa e pelos EUA, onde se apresentou no conceituado Madison Square Garden (verdade que não foi no palco principal, mas sim no anexo). Foram Brasil Export 73 e Festa Brasil.
Logo na sequência, cigarra - como é conhecida - lança Quatro Paredes e a parceria com Milton Nascimento Gotas D'Água. Segue em turnê ao lado de Vinícios de Morais e Toquinho, pelas universidades no Brasil e na América Latina. A moça não estava para brincadeiras!
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Já alçada a condição de uma das melhores cantoras do Brasil, grava diversas músicas de Gonzaguinha, Fagner e Milton Nascimento - reunidas no LP Cigarra. Participa do ambicioso e impopular (porque o público é ignorante e prefere continuar assim) Projeto Pixinguinha, que buscava o resgate da arte deste grande compositor.
Finalmente cheguei em 1979 e ao álbum histórico de hoje: Pedaços. Foi o maior marco na carreira desta cantora e o seu auge. Vejamos por que na audição comentada abaixo:
Pedaços (1979)
AUDIÇÃO COMENTADA
Meus destaques em vermelho
01 - Começar de Novo
Piano e violoncelo abrem com um belo arranjo para o belíssimo timbre de voz de Simone. A interpretação do canto é sofrido ressaltada pelos vibratos ao final dos versos - que intérprete! A guitarra aparece sincopada e a música ganha mais força. A letra de Vítor Martins é sensacional, um clássico!
02 - Sob Medida
O saxofone abre o bolero. Um arranjo simplório de cordas ao fundo não faz jus ao grandioso canto e ao saxofone.
03 - Povo da Raça Brasil
Um folk nordestino com destaque para o baixo swingado. O canto varia pouco e fica monótono.
04 - Condenados
Dessa vez Simone é acompanhada de uma guitarra semi-acústica. Uma balada quietinha de letra sacana. Formato agradável mas comum, já ouvi milhões de músicas assim.
05 - Cordilheira
Introdução de cordas seguido do canto acompanhado apenas pelo piano. As cordas aparecem novamente para preencher o arranjo. O tom de voz vai lá para cima, mostrando a tessitura vocal de Simone (se bem que nos agudos ela perde um pouco o controle da voz). Uma beleza de poema de Paulo César Pinheiro.
06 - Outra Vez
Musiquinha cretina do Roberto Carlos com arranjo safado e interpretação enjoada.
07 - Vento Nordeste
Teclado acompanhado da orquestra. Arranjo econômico para ressaltar o canto - belo mais uma vez. Tocante.
08 - Saindo de Mim (Dois Gumes)
Mais um clássico de Ivan Lins e Vítor Martins. Adoro essa música, mas prefiro a interpretação original de Ivan Lins. Um destaque mesmo assim.
09 - Tô Voltando
Tamborim e cuíca - E tome sambinha! - Beleza de solo de trombone. "Pode se perfumar que eu tô voltando!"
10 - Itamarandiba
Arranjo vocal acompanhado de acordeon na introdução. Impressionante a linha melódica que segue depois. Uma obra de arte de Milton Nascimento muito bem interpretada ao estilo do 'Clube da Esquina'.
11 - Pedaço de Mim
Muita coragem de Simone ao interpretar essa música que exige uma interpretação extremamente sensível, quase que à capela. Assume toda a carga emocional para si própria! - Faz tão bem que o órgão que depois a acompanha se torna dispensável. Chico Buarque é mestre!
Texto: Rodrigo Nogueira
Fonte Histórica: Wikipedia
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4 comentários:
Gosto muito dessa música.
Oi DiniSil!
De qual?
Muchas gracias por tan maravilloso aporte
Simone é Simone! O primeiro disco que ouvi dela foi "Face a Face", de 1977, além de ouvir também o disco que tinha a trilha sonora da novela "Cara a Cara", da Rede Bandeirantes, e que tinha a música "Cigarra" (música que me impressiona até hoje, e que deu o epíteto que essa grande diva, em todos os sentidos, carrega até hoje!)
Eu devia ter uns sete anos mais ou menos quando comecei a me interessar pelo canto maravilhoso dessa mulher! E até hoje acho que não tem pra ninguém aqui no Brasil, tanto pela sua linda voz como pelo seu repertório imbatível (principalmente os álbuns de 1974 até 1985)!
Além de ser intérprete do mais alto quilate do Brasil, os compositores que ela escolhe pra fazer seu repertório por si sós já dizem tudo também!
Sambista, romântica, rural, essa cantora abrange todos os estilos, fazendo bonito sempre! É uma figura de porte em todos os aspectos, de canto genuinamente brasileiro, empolgante em canções leves ou agitadas, é uma cantora imperdível, inimitável, e, para mim, insuperável!
Pena que o brasileiro tenha memória musical fraquérrima e esqueça completamente os expoentes maiores da MPB. A falta de Simone na mídia é um hiato enorme pra quem gosta de MPB de verdade, mas os admiradores da música popular brasileira de verdade, aquela que só existiu até 1990, mais ou menos, essa é a pura verdade, jamais esquecerão o canto da nossa Cigarra!
Não sei mais o que dizer, e finalizo dizendo que adoro a Simone e nunca vou abrir mão de ouvir seus discos! É uma cigarra que canta até viver cada vez mais na admiração de seus fãs!
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