SÁBADOS DE JAZZ APRESENTA:
THELONIOUS MONK
Thelonious Sphere Monk, pianista estadunidense de jazz. Nasceu em 10 de outubro de 1917 e faleceu em 17 de fevereiro de 1982.
Aprendeu música ainda na infância e serviu de acompanhante para cantoras e cantores que reconheciam no jovem Monk um talento enorme.
Na década de 40 começou a ficar em evidência no cenário do jazz, quando foi contratado como pianista fixo na badalada Minton’s Playhouse. Lá os jovens talentos se dirigiam para “enfrentar” em duelos memoráveis de improvisos os veteranos. Nomes como Charlie Parker e Dizzie Gillespie eram frequentes e, fosse quem fosse no palco, o trio de Thelonious é que acompanhava.
Muitas amizades e trocas musicais aconteceram naquele rico cenário e a nova forma melódica de Charlie Parker, a estrutura harmônica inteligente de Dizzie Gillespie e o genial ritmo e temas complexos de Monk, deram origem a um novo gênero dentro do jazz: o Bebop.
Como na época, o que imperava era o swing, os bebopers tinham certa dificuldade para encontrar espaço na mídia, sem contar que sua música extremamente complexa e virtuosística, causava (ainda causa) um certo espanto para um público não preparado. Por tudo isso, Monk demorou muito para conseguir gravar um disco, e quando conseguiu, foi como acompanhante de Colleman Hawkins, a primeira lenda do saxofone. Mesmo não podendo expor totalmente suas características músicais únicas, conseguiu incluir no repertório do disco uma de suas composições.
Com o tempo, as ideias musicais de Thelonious transcenderam o bebop e se tornaram tão diferentes de tudo, que não é possível incluí-las em nenhum gênero do jazz, ou seja, Thelonious Monk tem um gênero próprio de composição: com harmonias dissonantes e guinadas melódicas combinadas a linhas de percussão desenvolvidas com abruptos ataques ao piano e uso de silêncios e hesitações.
Apenas em 1957, é que ele conseguiu gravar um álbum que reunisse todo esse material espetacular, o lendário Brilliant Corners. A faixa título é tão complexa e fenomenal que, em 25 takes e contando com Max Roach na batera e Oscar Pettiford no baixo, não foi possível executá-la. A gravadora então convocou outros músicos, entre eles a lenda do baixo Paul Chambers (que dois anos depois gravaria com Miles Davis, John Coltrane, Cannonball Adderley, Bill Evans; o insuperável e sobrenatural álbum Kind Of Blue), e ainda assim não foi possível um take completo. Resultado: a faixa foi editada.
Também em 1957, ele liderou um quarteto com John Coltrane no sax tenor, Wilbur Ware no baixo e Shadow Wilson na bateria, para apresentações no famoso Carnegie Hall. Todo material, claro, foi gravado. Porém as fitas simplesmente sumiram e só foram descobertas quase 50 anos depois (em 2005), no acervo da Biblioteca do Congresso, foram remasterizadas e lançados em CD.
Monk era um sujeito excêntrico, alguns suspeitavam que ele tinha problemas mentais. Por isso foi internado algumas vezes em sanatórios e tratado como tal. Hoje especula-se que tenha sido diagnosticado erradamente e que seu “tratamento” teria lhe causado danos cerebrais. Ao final de sua vida, foi acometido de uma grande depressão e, em 17 de fevereiro de 1982, faleceu vítima de um AVC.
Sua obra não é muito extensa (pelo que se sabe, mas tem-se descoberto material inédito nos últimos anos), mas é essencial para o aperfeiçoamento do jazz. Sem contar que algumas de suas músicas tornaram-se standards,como "Epistrophy", "'Round Midnight", "Blue Monk", "Straight No Chaser" e "Well, You Needn't".
Fontes de pesquisa: Wikipedia e Coleção Folha de Clássicos do Jazz Nº8
EM AÇÃO!
AUDIÇÕES
O1 – Brilliant Corners – do álbum homônimo
Do mitológico álbum do Carneggie Hall com John Coltrane
02 – Monk’s Mood
03 – Crepuscule With Nellie
Da coletânea lançada em 2005
04 – Ruby, My Dear
05 - ‘Round Midnight
06 – Straight, No Chaser
6 comentários:
Conheço pouco sobre a obra de Monk, mas o que posso dizer a cada bio que leio de grandes nomes do jazz do passado é que estamos em queda livre culturalmente falando, não existem mais gênios da música como no passado. Isso é meio que desanimador.
Brother, você ainda tá afim de trocar links? já linkei o seu blog no meu, se ainda quiser..
Grande disco, Rodrigo!
Presenças estelares de Clark Terry e Sonny Rollins - um clássico absoluto!!!!
Fábio, Não sei se é assim... Acho que precisa de um certo tempo de maturação para que possamos identificar os grandes talentos, geralmente o reconhecimento vem tempos depois. Hoje em dia ainda temos grandes mestres. No campo do jazz, por exemplo, temos o Chic Corea, o Wynton Marsalis, o Keith Jarrett, Herbie Hancock, etc. Não desanime meu amigo! Vamos ficar atentos às coisas novas com a mente aberta, pois os grandes inovadores demoram pra ser reconhecidos.
Quanto a trocar links, claro! O teu blog já tá na minha seleção de blogs de música faz tempo, confere lá! Agora se a ideia for outra, me manda um e-mail explicando.
Abração!
Sem dúvida Érico, provavelmente a obra-prima do cara! Não canso de ouví-lo! Entra em qualquer seleção de "melhores álbuns do jazz" respeitável.
Abraço
Cheguei aqui agora, novato encantado. Além de uma biografia clean, sem aquelas chatices das pessoas que só querem mostrar que são experts no assunto, uma feliz garimpagem de vídeo. Entre muitas e boas interpretações dessa música, ouvi com Marcel Powell, outro andamento, mas linda. Obrigado, Gustavo
Valeu Gustavo!
Legal que curtiu o texto e o vídeo. Postei algumas músicas tb, caso queira ouvir. Ainda não disponibilizo o material de jazz pra download, mas se o pessoal quiser, posso disponibilizar.
As músicas de Thelonious foram e são interpretadas por muitos artistas, talvez a versão mais festejada de 'Round Midnight seja a Miles Davis. A de Marcel Powell ainda não ouvi, valeua dica!
Abç!
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