Dedicado ao meu leitor Lucas Tavares que solicitou a matéria.
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A cidade de Ripley na Inglaterra foi berço desse artista sem igual. A data foi 30 de março de 1945. Fruto de um romance entre um militar canadense e uma jovem inglesa de dezesseis anos. Ao final da guerra, o pai de Eric retornou para seu país e para sua legítima esposa, abandonando a pobre moça que, sem condições de criar o bebê sozinha, o entregou a seus pais. Até os nove anos, achou que seus avós eram seus pais e que sua mãe era sua irmã. Desfeita a confusão, o jovem, que antes era um prodígio na escola, passou a ser um cara introspectivo e enfrentou problemas para se relacionar.
O contato com os avós foi muito proveitoso no que diz respeito à música, pois exerceram grande influência sobre ele e o gosto surgiu de ouví-los tocar piano e curtir discos de big bands. Em seu aniversário de 13 anos, pediu de presente um violão e começou a estudar as técnicas do blues. Aos 16 conseguiu ingressar na faculdade de artes. Não ficou muito tempo por lá, acabou expulso por não se dedicar ao estudo regular, mas sim ao estudo obsessivo do violão e do blues. Encantado com B.B. King, Muddy Waters e Buddy Guy, pediu à sua avó dinheiro emprestado para comprar uma guitarra e um amplificador. Começava a despontar um dos maiores e mais criativos guitarristas da história da música.
THE YARDBIRDS
À princípio chamados de Metropolitan Blues Quartet, surgiram em 1962 para acompanhar o gaitista Cyril Davies. Após a saída dos Rolling Stones da casa de shows Crawdaddy Club para uma carreira de enorme sucesso, os Byrds assumiram o posto por lá.
O line-up original era composto por Keith Relf (vocal e gaita), Anthony "Top" Tophan (guitarra), Chris Deja (guitarra), Paul Samwell-Smith (baixo e backing vocals) e Jim McCarty (bateria e backing vocals).
Em 1963, já com o nome de Yardbirds, o guitarrista Top Tophan caiu fora e abriu espaço para um novo guitarrista. Keith Relf e Paul Samwell-Smith saíram à caça do mais afamado guitarrista dos bares londrinos e o convidaram para integrar a banda, lógico que estamos falando de Eric Clapton.
O mestre passou 18 meses na banda, o que rendeu a gravação de dois álbuns: Five Live Yardbirds e Sonny Boy Williamson and Yardbirds, do single "Good Morning Little Schoolgirl" e recebeu o apelido de "slowhand". Como o grupo tinha mais interesse no rock 'n' roll e no pop, Eric decidiu sair, pois seu negócio era permanecer no blues. Para seu lugar, sugeriu Jimmy Page (futuro Led Zeppelin), que na época não aceitou (aceitaria mais tarde), porque era um conceituado (e bem pago) guitarrista de estúdio. Page recomendou Jeff Beck, e este aceitou.
Ouça: Five Live Yardbirds
Primeiro álbum da banda gravado ao vivo pela Columbia, na famosa casa de shows de Londres Marquee Club, em 1964. A sonoridade fica entre o blues e o rock 'n' roll mais antigo, estilo rockabilly. Todas as faixas são covers de grandes nomes como Chuck Berry, Howlin' Wolf, John Lee Hooker e Bo Didley
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JOHN MAYALL & THE BLUESBREAKERS
Durante o período que fez parte dos Bluesbreakers, ele foi convidado para integrar um projeto do produtor John Boyd, que queria abrir um selo da gravadora Elektra em Londres e, para abrir com chave de ouro, quis montar um super grupo com uma seleção de nomes de peso: o Powerhouse. A banda nova foi formada por Clapton, Steve Winwood, Paul Jones, Jack Bruce, Pete York e Ben Palmer. Após gravarem o disco de estreia do selo, voltaram para suas respectivas bandas.
JOHN MAYALL & THE BLUESBREAKERS
O cantor, compositor e multi-instrumentista John Mayall é um pioneiro do blues inglês e formou em 1963 os Bluesbreakers. A banda teve inúmeros integrantes no decorrer dos anos e, em 1965, mr. Mayall convidou Eric Clapton para se juntar ao grupo e a partir de então, tornaram-se lendas e uma das bandas mais influentes do rock-blues.
Nosso herói, que antes era conhecido como "slowhand", passou a ser chamado de "deus". Sua forma de tocar impressionou tanto que um fã pixou no metrô de Londres a célebre frase "Clapton is God".
O line-up da banda ficou assim: John Mayall (vocal, gaita, violão e órgão Hammond), Eric Clapton (guitarra e backing vocals), John McVie (baixo) e Hugh Flint (bateria).
A parceria rendeu o espetacular álbum Blues Breakers With Eric Clapton.
Durante o período que fez parte dos Bluesbreakers, ele foi convidado para integrar um projeto do produtor John Boyd, que queria abrir um selo da gravadora Elektra em Londres e, para abrir com chave de ouro, quis montar um super grupo com uma seleção de nomes de peso: o Powerhouse. A banda nova foi formada por Clapton, Steve Winwood, Paul Jones, Jack Bruce, Pete York e Ben Palmer. Após gravarem o disco de estreia do selo, voltaram para suas respectivas bandas.
Após um ano nos Bluesbreakers, Clapton resolveu deixá-los para iniciar um projeto próprio, o Cream.
Por curiosidade, cito outros nomes de destaque que passaram pelos Bluesbreakers em seus inícios de carreira : Jake Bruce (Cream), Peter Green (Fleetwood Mac) e Mick Taylor (Rolling Stones).
Ouça: John Mayall Blues Breakers With Eric Clapton
Graças a esse disco, o gosto pelo blues foi disseminado na Inglaterra e o som da Gibson Les Paul entrou com força no rock e no blues. O álbum é composto basicamente de clássicos do blues estadunidense, mas também contém composições do grupo, como Little Girl, Another Man, Have You Heard e outras.
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CREAM
A capa criada pelo artista australiano Martin Sharp, reflete bem a mudança de estilo que esses três músicos adotaram rumo à psicodelia.
Os destaques são as faixas Strange Brew, Sunshine Of Your Love e Take It Back, esta última falava contra o militarismo, mas o disco todo vale a pena.
CREAM
Uma verdadeira seleção de músicos - Cream! Eric Clapton, Jack Bruce e Giger Baker - só houve um power trio que conseguiu chegar ao mesmo nível: Jimmi Hendrix, Noel Redding e Mitch Mitchell da Jimmi Hendrix Experience (mas isso é história para outro artigo, aguardo suas sugestões!).
O grupo produziu apenas três álbuns de estúdio - Fresh Cream, Diaraeli Gears e Weels Of Fire, mas eles causaram enorme impacto e influência nos seus ouvintes e inspiraram diversos músicos que mais tarde seguiram seus passos. O som dos caras ia do blues e rock de raíz ao hard rock com muito jazz, principalmente na parte rítmica e nas improvisações.
A longa turnê que fizeram pelos Estados Unidos, cimentou o status de Clapton como "Guitar Hero", pois além da emoção típica do seu próprio estilo de tocar, conseguiu ampliar o vocabulário da guitarra com novos recursos e interpretações.
O Cream redefiniu o papel instrumental do rock e foi uma das bandas de blues-rock que primeiro enfatizaram a virtuosidade musical e longas sessões de improvisação, estilo jazz. Infelizmente acabou em 1968 em razão de diversas discussões e conflitos de ego. Para terminar por cima, lançaram uma compilação de momentos ao vivo chamada Goodbye, que simplesmente ficou em primeiro lugar das paradas inglesas e em segundo das estadunidenses.
Ouça: Disraeli Gears
A capa criada pelo artista australiano Martin Sharp, reflete bem a mudança de estilo que esses três músicos adotaram rumo à psicodelia.
Os destaques são as faixas Strange Brew, Sunshine Of Your Love e Take It Back, esta última falava contra o militarismo, mas o disco todo vale a pena.
Fontes: Site Oficial de Eric Clapton e Wikipedia - www.wikipedia.org
Como o artigo ficou muito grande, achei melhor dividí-lo em partes. Aguarde, em breves as continuações!
Dúvidas, discordâncias, apoio, críticas, elogios; mande um comentário!
13 comentários:
Olá,
Eu gosto muito do Eric Clapton. Em Boston, nos EUA fui a uma exposição de guitarras e fiquei pertinho de uma guitarra dele. Há algum tempo atrás escrevi um artigo no meu blog sobre ele, porque ele tem uma música com o meu nome Layla (que se lê Leila) e todo mundo cantava essa música pra mim lá em Boston...rs
Ótimo artigo.
Oi Leila, que bom vê-la de novo por aqui!
Obrigado por prestigiar meu humilde blog e por compartilhar suas experiências.
Já que vc me deu o gancho, adianto que na segunda parte do artigo, comentarei sobre essa música que fez parte da fase de Clapton na banda Derek & The Dominos e que foi composta para a esposa de George Harrison, a qual nosso artista homenageado era profundamente apaixonado.
(Vê se não some...) bj!
Ótimo post. Sem dúvida um dos mais criativos guitarristas da história da música. Acho que faltou comentar um pouco a respeito das memoráveis parcerias de Eric Clapton e Mark Knopfler (outro gênio dessa arte).
Parabéns pela iniciativa de valorizar a boa música.
Abraços
Obrigado Fernando!
Não esqueci a parceria com o Knopfler, é que ainda não cheguei lá, o artigo não está completo. Essa primeira parte vai até 1968, aguarde que a história segue, espero você nos próximos posts!
Abração!
Fui eu quem pediu a matéria.
Adoro seu blog
Muuuuito obrigado.
Estou esperando ansiosamente pelas outras "eras" desse guitar god.
Que bom que você apareceu Lucas! Espero que tenha gostado do artigo!
Fico muito feliz que gosta do blog, acompanha e agora, também por participar! - Vou alterar a dedicatória para incluir seu nome. Caso tenha um blog ou site, me mande um e-mail com os dados para que eu possa divulgá-lo (sonsefilmes@gmail.com).
Em breve mais de Eric Clapton!
Abração!
Ansioso pela continuação do artigo...
Mermao,gostei da primeira parte.Escreve bem e tem atençao com quem posta,o que é muito inteligente da sua parte.Nunca comento em blogs e certamente nao o farei de novo,mas ja adicionei este aos favoristos na esperança de enriquecer meu repertorio de cultura musical.Continue assim, e poste logo a seguida do Eric Clapton.Até.
Anônimos, obrigado por seus comentários e visitas!
Para mim é de fundamental importância a participação dos leitores, primeiro pq fico feliz de saber que tem alguém lendo (rss) e depois pq meu sonho é tornar esse espaço um local para troca de ideias e debates, por isso tenho grande prazer em atender/responder quem comenta.
Valeu!
coloque Jethro Tull.
Você se esqueceu de incluir o Blind Faith , e eu acho que ainda tem outros... Mario Gustavo
Blind Faith foi uma banda inglesa criada em 1969, e um dos primeiros supergrupos do rock.
Era composto por músicos integrantes de bandas anteriores e todos já famosos individualmente: Eric Clapton (vocais e guitarra), Ginger Baker (bateria), Steve Winwood (vocal e teclado) e Ric Grech (baixo e violão).
Clapton e Baker tinham saido do Cream, Winwood do Traffic e Grech do Family. Gravaram apenas um disco.
Mario, você tem razão, o Blind Faith foi um dos primeiros supergrupos do rock, mas eu não esqueci, repare que essa parte do artigo vai até 1968 e, como vc bem disse, esse grupo surgiu apenas em 1969, após a saída de Clapton do Cream.
Aguarde que a história ainda não terminou.
Abç!
Eric Clapton é um grande guitarrista,gosto muito dele,ótimo post !!!
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