Em 1977, como já vimos, aparece, principalmente graças a Ian Dury, o gênero New Wave. Em sua esteira, surgiu uma série de conjuntos que resolveram explorar essa seara e um dos que foram mais bem sucedidos foi o estadunidense The Cars. A banda era composta pelo cantor e guitarrista Ric Ocasek, Benjamin Orr (baixo e vocal), Elliot Easton (guitarra), Greg Hawkes (teclados) e David Robinson (bateria).
The Cars surgiu em Boston (1977) e no mesmo ano já assinaram com a gravadora Elektra. Robert Palmer, crítico de música do The New York Times e da revista Rolling Stone descreveu o som dos caras da seguinte forma: “Eles seguiram algumas tendências importantes, mas diferente do minimalismo punk muito forte hoje em dia (1978), usaram um sintetizador labiríntico, texturas de guitarra ao estilo art rock, rockabilly dos anos 50 e concisão melódica power pop. Juntaram tudo e criaram misturas pessoais e atraentes”.
A espinha dorsal dos Cars sempre foi Ric Ocasek e Benjamim Orr. Antes de formar a banda, já tinham uma longa estrada juntos pelos “bailes da vida” (como diria Milton Nascimento). Formaram diversas bandas que não deram certo, participaram de bandas dos outros e chegaram até a se apresentar em dueto. Apesar de não terem obtido o sucesso, pelo menos adquiriram muita experiência na profissão, e quando a oportunidade finalmente chegou, eles estavam preparados.
Formada a banda The Cars, eles passaram praticamente um ano concentrados em produzir um material original. Quando finalmente ficou pronto, foram apresentá-lo na noite de Boston e rapidamente angariaram alguns apreciadores influentes, como foi o caso da DJ Maxanne Sartori (foto) que lançou a demo de Just What I Need nas rádios (que viria a ser o primeiro single da banda). Rapidamente foram contratados pela gravadora Elektra e lançaram seu primeiro álbum (homônimo), o qual tratamos nesse post.
A banda fez muito sucesso pelos anos 80, inclusive emplacando vários hits. Fizeram sucesso também aqui no Brasil, algumas músicas chegaram a entrar nas trilhas sonoras de novelas (eca!); mas nunca mais conseguiram superar em qualidade e criatividade o álbum de estréia.
Em 1988 eles ficaram de saco cheio e resolveram tocar seus próprios projetos musicais solo ou foram
fazer atividades que nada tinham a ver com música.Para quem não se lembra do Cars, vou colocar um clipezinho com a música Drive. Se você tem mais de 30 anos certamente se lembrará, pois ela era figurinha carimbada nos famosos “bailinhos” da década de 1980. Detalhe: a garota do clipe (linda, mas péssima atriz), é a esposa do horroroso guitarrista Ric Ocasek.
The Cars (1978)
Download: The Cars - Debut
Curiosidades do álbum
- Vendeu 1 milhão de cópias na época de seu lançamento e ficou 139 semanas nas paradas da Billboard nos Estados Unidos.
- É um amálgama de influências (entre elas, do Velvet Underground e de David Bowie), filtrado por um pop abertamente feito para tocar nas rádios, é um guia de introdução à new wave que continua sendo excelente mesmo três décadas depois.
Faixas Comentadas
Meus destaques em vermelho
01 – Good Times Roll
O teclado se faz bastante presente, a guitarra vem com acordes secos e o refrão é enriquecido com um coro. Um pop agradável.
02 – My Best Friend’s Girl
Ah não, detesto palminhas… A guitarra apresenta uma levada inspirada no country.
03 – Just What I Needed
Os instrumentos vão evoluindo aos poucos até chegar à ponte dominada pelo teclado. O interessante refrão com vozes em pergunta e resposta é seguido por um bom e leve solo de guitarra.
04 – I’m In Touch With Your World
Ares praianos, voz dobrada (feia) e efeitos de vídeo-game. A guitarra até tenta salvar mas não dá.
05 – Don’t Cha Stop
Guitarras em terças, teclado tipo trilha sonora do Flash Gordon, voz à David Byrne e pegada mais agitada. Era promissora, mas o refrão é péssimo.
06 – You’re All I’ve Got Tonight
Um bem-vindo peso na guitarra, teclado espacial e refrão em coro novamente. Melhorou consideravelmente.
07 – Bye Bye Love
A guitarra faz um fraseado legal, ou sincopada ou fazendo contracanto à voz. Uma bela ponte dominada pelo teclado e com intervenções simples, mas criativas da guitarra.
08 – Moving In Stereo
Engatada na música anterior, mas com outra temática. Efeitos na voz e troca de canais. O teclado faz glissando para cima e para baixo. Harmonia marcada, etérea. Típico new wave. Boa.
09 – All Mixed Up
Opa, esta também é engatada na anterior, temos uma suíte! Boa melodia. Alguns falsetes feios, mas não chega a comprometer. Surpresa! Um solo de sax alto no final! Sensacional! Puxa, meteram um fade!!! Maldito editor de som! Por que foi cortar o solo??
Comentários e adaptação do texto: Rodrigo Nogueira
Fonte Histórica: Wikipédia
Curiosidades: 1001 discos para ouvir antes de morrer
‘té mais!
2 comentários:
Cars, não tem como amusica Drive não surgir na cabeça, qdo cars é citado...aliás bela musica...bem alpha fm, mas com estilo.
Não dá pra negar o caráter nostálgico da música, mas não se compara em termos de qualidade e criatividade com os destaques desse disco de estreia.
Abç!
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