Nothing But The Truth, 2008.
Direção: Rod Lurie. Com Kate Backinsale, Matt Dillon, Allan Alda, Vera Farmiga e David Schwimmer.
Jornalista publica furo de reportagem que implica o governo dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo que consagra a profissional, a coloca diante da questão ética de revelar sua fonte sob exigência do Estado que alega falha na segurança nacional. Baseado em fatos reais.
Fato: Um tribunal de Washington, Estados Unidos condenou a repórter Judith Miller, do jornal The New York Times, à prisão por ela se negar a informar quem foi sua fonte de informações para a matéria que ela publicou divulgando que Valerie Plame era uma agente secreta da C.I.A. A repórter é esposa do ex-embaixador Joseph Wilson, que acusou o governo Bush de mentir sobre a suposta venda de material nuclear de Níger para o Iraque. Ela ficou encarcerada por alguns dias até que, enfim, revelou suas fontes e foi solta.
Ficção: Rachel Armstrong (Kate Beckinsale) é uma repórter de um importante jornal, que descobre a identidade de uma agente da C.I.A (Vera Farmiga), que é casada com um ex-embaixador que havia escrito contra o presidente. Publica a matéria com o adicional de incriminar o governo quanto a um ataque injustificado à Venezuela em represália a um atentado contra o presidente supostamente atribuído àquele país. Passa um longo período na prisão por se negar a informar suas fontes e sofre diversas consequências em sua vida pessoal.
A questão central do filme é mostrar que os princípios devem ser sempre defendidos, não importa o que aconteça.
Ele é bem realizado, Matt Dillon no papel de um agente público com a missão de arrancar as fontes da repórter, está bem interpretando uma pessoa extremamente profissional cujo único objetivo é cumprir sua missão, sem levar nada para o lado pessoal. Alan Alda é um renomado advogado que é contratado pelo jornal para defender sua funcionária e a badalada Vera Farmiga (que concorreu ao Oscar de melhor atriz coadjuvante este ano), interpreta a agente secreta desmascarada.
A direção é bem realizada, assim como o roteiro. Não é um brilhante filme, mas também não é nenhuma porcaria.
Deixando a qualidade dele de lado, quero argumentar contra o mérito da questão, ou seja, sua ideologia. A personagem de Kate Backinsale encontra a oportunidade profissional de sua vida quando recebe no colo uma matéria bombástica que implica o presidente da república ocasionando um escândalo, de quebra, ainda entrega a identidade de uma agente secreta. O governo, alegando que o vazamento de informações torna o caso uma violação da segurança nacional, obriga a jornalista a entregar sua fonte. Ela, por uma questão de princípios éticos se nega a fazê-lo e vai presa.
Na prisão, passa por maus bocados e, conforme o tempo passa, sua determinação não muda e ela não quebra seu princípio nem sob o risco de perder o convívio de sua família, emprego e liberdade. Aqui está o ponto em que divirjo.
É louvável que uma pessoa lute por seus princípios, mesmo na iminência de tornar-se um mártir, mas esse princípio deve ser extremamente relevante e maior do que suas consequências. Se a jornalista revelar sua fonte, certamente perderá a credibilidade, provavelmente seu futuro profissional e irá condenar sua fonte; por outro lado, se ela não revelar, perderá o convívio de sua família, sofrerá o "tratamento especial" que é dado na cadeia, não poderá exercer sua profissão e livrará a cara do delator (sua fonte) que a vê na cadeia, não move um dedo para ajudá-la e ainda pode ser um perigo para o Estado por poder entregar mais informações comprometedoras. O que é pior?
Ora, defender esse princípio com esse preço é pura bobagem, ainda mais quando você descobre no final do filme quem é a fonte, coisa de "santinho do pau-oco". Parece história encomendada pelo jornal para mostrar como um "bom profissional" deve agir. Sem contar as frases feministas ridículas abordadas no filme, tipo: "...se eu revelar a fonte vão dizer que sou mulherzinha fraquinha e dona de casa". Demagogia pura.
Veja o trailer:
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