Direção: Gregor Jordan. Com Billy Bob Thornton, Mickey Rourke, Kim Basinger, Winona Ryder, Lou Taylor Pucci, Jon Foster, Brad Renfro, Chris Isaak, Amber Heard e Austin Nichols.
Anos 80, a década da “geração perdida” . Histórias diversas de pessoas ditas “típicas” de um período: a juventude alienada e indiferente, os mais veteranos neuróticos e viciados em remédios, ricos e pobres, enfim, um retrato de uma época.
Por ter passado o início de minha adolescência durante os anos 80, julgo-me gabaritado para avaliar se o filme retrata realmente a época. A resposta é não. Mas retrata fielmente alguns nichos e a pasmacera ideológica de alguns.
Sem dúvida, foram levantadas todas as razões pelas quais a década é difamada, mas trata-se apenas de uma pequena parcela da população e não a representação de uma maioria.
Uma prova disso é a trilha sonora quase totalmente dedicada ao gênero new wave, que sem dúvida foi importante, mas na minha opinião, não é o que representa melhor a década e nem o único.
De qualquer modo, é importante ressaltar o extremo cuidado da produção: ambientações, móveis, músicas, roupas, penteados e até a fala e as gírias da época foram lembrados; sem contar que o elenco conta com alguns ícones do período como o casal 9 e 1/2 semanas de amor Mickey Rourke e Kim Basinger, além do cantor Chris Isaak.
Aliás, o “cast” é um capítulo à parte, ou são atores em plena decadência ou que ainda estão buscando um lugar ao Sol. O que não significa certeza de fracasso nas atuações. Veja abaixo uma análise mais detalhada:
ATORES/ATRIZES
Billy Bob Thornton faz um rico executivo de TV com problemas familiares, separado da esposa (Kim Basinger) e dos filhos, tenta uma reaproximação. Suas razões para isso não são muito claras e nem parecem as melhores, haja vista que não consegue romper definitivamente com a amante (Winona Rider). Em resumo, ele é o maior responsável por tornar miserável a vida de todos os que o cercam.
Sua atuação não compromete, ele interpreta uma personagem fria e dissimulada.
Mickey Rourke, depois da ótima atuação como Marv em Sin City e da espetacular, digna de Oscar em O Lutador (aliás, só não levou porque Sean Penn esteve soberbo, a maior atuação que vi nos últimos anos, em Milk, deveria ser declarado hours concours!), aparece aqui como um monolítico bandido, sequestrador, aliciador de menores que inferniza a vida do sobrinho (Brad Renfro), para ceder sua casa para que possa realizar mais um de seus golpes, que claro, dá errado.
Kim Basinger nunca foi grande atriz, excessão feita à seu papel em Los Angels, Cidade Proibida (se bem que lá o ótimo roteiro ajudou bastante), e aqui figura como uma chorosa esposa traída que vive à base de remédios e de casos com os amigos do filho, tudo isso no conforto de sua mansão.
Tem seus lampejos de boa atuação, principalmente quando confronta seu ex-marido e quando mostra fraqueza para encarar de frente seus problemas.
Winona Rider aparece cadavérica no papel de uma âncora de tele-jornal que foi amante da personagem de Billy Bob Thornton e que tem dificuldades na relação “vai-não vai” com ele.
Está exagerada na atuação, com expressões acima do desejado e seu papel é o menor. A impressão que dá é que ela seria o lado cômico do filme e fracassa de forma retumbante.
Chris Isaak interpreta um milionário imaturo que tenta uma reaproximação com o filho (Lou Taylor Pucci), levando-o para uma viagem de lazer no Hawai.
Lou Taylor Pucci é um garoto que fica à distância em sua roda de amigos olhando tudo com indiferença, não sabe exatamente o que é e deixa a vida o conduzir sem nenhum interesse. Vê a tentativa de reaproximação do pai de forma blazé e sobe nas tamancas quando é contrariado.
Jon Foster é o yuppie filho de Billy Bob e Kim Bassinger que com muito esforço, mostra algum interesse em alguma coisa. A morte de um amigo e o fato da namorada talvez gostar dele ou do melhor amigo o abala minimamente.
Sua vida gira em torno de consumir e vender drogas, participar de festas hedonistas, dividir sua namorada com os amigos e manter realações sexuais de todos os níveis.
Galanzinho de filmes dos anos 90, Brad Renfro está irreconhecível aqui como um porteiro de hotel baixinho, pobre, gordo e cheio de tiques (confesso que nem o reconheci).
Apesar de ter sido criado num péssimo ambiente pelo seu tio bandido (Mickey Rourke), tenta sobreviver à maldade (com sequelas, é claro), e é o único que mostra algum vestígio de bom-caratismo.
Amber Heard é a deslumbrante namorada de Jon Foster que passa a película inteira semi-nua protagonizando cenas de sexo com a torcida do flamengo.
Austin Nichols faz um michê e produtor de vídeo-clipes. Leva todo mundo para a cama e as vezes ao mesmo tempo: a mãe do amigo, a namorada do amigo, o próprio amigo, a ex-mulher de alguém, tijolo de seis furos, dunkin dunnuts…
ROTEIRO
A história, como se nota acima, é bem pesadinha, mas não é tão complexa pois narra apenas alguns dias da vida de cada um. O que seria uma dificuldade a mais para se elaborar o roteiro. A dificuldade acontece na montagem, pois as histórias são contadas de modo paralelo e se perder seria bem fácil.
O ponto comum é a banda The Informers, que todos tem alguma ligação. Aliás, o vocalista desta banda pseudo-gótica, um pedófilo descontrolado, tem sua importância na trama.
O roteiro trata apenas do lado ruim sem abrir a menor brecha para a esperança e a redenção, “não haverá mais Sol”.
É eficiente e passa a mensagem proposta. O tema pode ser indigesto, mas o trabalho aqui realizado tem qualidade.
Veja o trailer:
‘té mais!
1 comentários:
Vários atores e atrizes vivem de nome, fama através da mídia e sempre aparecem em filmes pífios, aqui temos a Kim Basinger, me fala 2 filmes bons que ela fez, difícil né? (9 1/2 e Filha da luz são os que gosto) de resto...o Mickey Rourke mesma coisa fez nome com Kim Basinger, mas só brilhou muito tempo depois em Sin City. Vou alem George Clooney, só filme chato sem personalidade os coadjuvantes sempre salvam os filmes dele "insuportável", para mim só se salva "um drik no inferno" sore dele contracenar com atrores qu e se destacam...e foi o pior Batman de todos os tempos...sei que ele não esta no filme é só um desabafo...e Wynoana Rider, nada me tira do sofá para assistir um filme dela...não faço questão, atriz pífia...Marcelo Marques
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