SÁBADOS DE JAZZ APRESENTA:
COUNT BASIE
Em 1936, o gênero musical que imperava nos EUA era o jazz, mais especificamente o estilo swing e Nova Iorque era o centro.
Nomes como Duke Ellington, Benny Goodman, Artie Shaw, Glen Miller e suas respectivas orquestras, faziam o norte-americano dançar, mas John Hammond (foto), um dos maiores descobridores de talentos da época, estava cansado de tudo aquilo.
Não porque fosse mal agradecido e nem cuspiu no prato que comeu, é que como o swing tornou-se muito popular e daí remunerava muito bem seus artistas, eles procuraram sempre repetir a fórmula, tornando o estilo homogeneizado e pouco criativo (excessão feita à Duke Ellington).
Com isso na cabeça, Hammond, ao sair de um dos shows que produziu, entrou em seu carro e ligou o rádio. Após perceber que as diversas estações tocavam praticamente as mesmas coisas, recorreu às ondas curtas e, por acaso, sintonizou uma rádio de Kansas City e ficou maravilhado com aquele swing diferente: o futuramente chamado de jumping beat, e com seu criador que ali tocava: Count Basie. Imediatamente foi buscá-lo e o apresentou ao mundo. O sucesso entre os músicos e público foi total.
William “Count” Basie, nasceu no dia 21 de agosto de 1904, em Red Bank, Nova Jersei (EUA) e faleceu no dia 26 de abril de 1984. Foi um pianista, compositor e bandleader de jazz.
O legado de Count Basie inclui uma enorme influência ao swing, pois trouxe renovação ao estilo; sua orquestra revelou diversos músicos e cantores talentosos.
A sessão rítmica de sua orquestra (piano, baixo, bateria e guitarra) é considerada a mais precisa de todos os tempos.
Foi vencedor do prêmio Grammy em 1958 (2), 1960, 1963, 1976, 1977, 1980 e 1982.
AUDIÇÕES E ANÁLISES
Big Red
00:00 – Count Basie inicia ao piano, marcando os acordes e o baixo utilizando suas características pausas; 00:11 – a famosa sessão rítmica entra em ação! 00:33 – depois de um sinal dado pelo piano, entram os metais com tudo; 00:39 – os metais arrefecem e as madeiras assumem, jogando-os para os contracantos; 00:50 – a partir de agora há um duelo entre os metais e as madeiras para ver quem prevalesce até que se juntam; 01:14 – o trompete começa seu solo e os saxes fazem os contracantos; os metais assinalam o fim da primeira parte do solo, mas ele segue; 01:38 – abruptamente a flauta assume a dianteira e imediatamente o arranjo diminui a intensidade, os metais (agora com surdina), emolduram o solo; 02:01 – escutem o senhor Count Basie e seu piano em ação!02:24 – agora é a vez do trombone e seu fraseado; 02:48 – o sax tenor vai apontando e logo toma conta; 03:11 – a banda toda traz de volta o tema; 03:35 – cadência.
One O’Clock Jump
00:00 – mais uma vez, Count e seu piano abrem o swing; 00:14 – entra a bateria; 00:18 entra o baixo. o trio clássico em ação; 01:05 – após o repique da bateria, o sax tenor se apresenta e a banda em resposta; 02:28 – o trompete sola; 03:00 – novamente o tenor, mas com um fraseado diferente, abusando dos ornamentos (repare nos gritos de condução para a banda do senhor Basie); 05:43 – solo de piano, note a característica entremeada de pausas da maneira de tocar de Basie, é sua marca registrada; 06:12 – o trompete comanda e castiga, chegando a notas inconcebíveis! Contamina a banda que finaliza a música de forma incendiária.
April In Paris
00:00 – a banda entra de uma vez só que com um andamento mais cadenciado; 00:15 – o tema nos é trazido pelo arranjo de saxes; 00:34 – começam as respostas dos trombones; 00:44 – um solo suave de trombone e as repostas passam a ser dos saxes tenores e barítonos; 01:00 – o trombone dá o tema e os saxes assumem e na sequência os metais elevam ainda mais as notas; 01:12 - ponte e solo de trompete, mudando as cores do arranjo; 01:46 – a orquestra volta com uma variação do tema; 02:02 – retornamos ao tema original; 02:15 – cadência; 02:33 – Count Basie diz: One More Time e a cadência é repetida; 03:09 - “Let’s try one more once” 03:41 – o trompete termina a música nas nuvens!
Two Franks
00:00 – a banda dá os acordes e os tenores vão à mil; 00:06 – os saxes tenor e alto começam duas vozes em presto sensacionais!!! 00:35 – o sax alto começa seu solo e arrepia; 00:49 – agora é o tenor que esmirilha; 01:06 – volta o alto com força; 01:31 – alto e tenor duelam!!!! depois retornam a fazer duas vozes, e a voltam a se desencontrar; 02:21 – voltamos ao tema da música com os saxes em duas vozes, cadência em forma de duelo (demais o arranjo!!), ao final, para todo mundo e os saxes viajam para as notas mais altas que conseguem.
Texto e análises: Rodrigo Nogueira
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