SÁBADOS DE JAZZ APRESENTA:
HORACE SILVER
Seu pai era um imigrante vindo da ilha africana e ex-colônia portuguesa Cabo Verde, sua mãe estadunidense; ambos pobres. O pequeno Horace teve o interesse pela música e, particularmente o gosto pelo piano, despertados por um vizinho que ensaiava todos os dias alguns ragtimes. Logo, incomodou seu pai até que este conseguisse lhe comprar um piano de armário para que praticasse, porém, ao ver que a coisa não era fácil, já quis largar. Seu pai ficou indignado, o obrigou a continuar os estudos, contratou um professor rígido e disse para o filho “que um dia ele ainda lhe agradeceria pelas medidas tomadas” – e agradeceu mesmo, em várias entrevistas disse que seu pai e o professor rígido foram os maiores responsáveis por ele ter se tornado o que se tornou, inclusive compôs uma belíssima música (um de seus maiores sucessos) para seu pai: Song For My Father.
Horace Ward Martin Tavares Silver (ou Silva) nasceu em Norwalk, Estados Unidos em 1928 e seu maior ídolo na música era o saxofonista Lester Young (The President), então, na adolescência, resolveu aprender saxofone além de piano. Tocou sax, paralelamente com o piano, até o dia em que participou de uma jam com o experiente Sonny Stitt. Ficou tão envergonhado com sua performance comparada à de Sonny que resolver concentrar seus esforços em composição e com o piano.
Outro fato que marcou sua vida musical foi o convite para participar do grupo de Stan Getz. Silver aceitou prontamente, mesmo ganhando menos, só para ter a oportunidade de tocar com esse monstro do sax e de ir para Nova Iorque, a Meca do jazz de então. Apesar das dificuldades financeiras, aprendeu muito, teve oportunidades de gravar suas composições e conheceu muita gente talentosa que também sabia reconhecer seu talento.
Silver contribuiu grandemente para a ampliação do universo jazzístico com músicas que traziam elementos novos advindos do gospel, da bossa nova e de músicas folclóricas do Cabo Verde. Foi um dos precursores da primeira variação do bebop, o hard bop, e do soul jazz, ambos muito explorados e resgatados nos anos 90 por músicos do calibre de um Wynton Marsalis. Além disso, foi um dos fundadores, junto com Art Blakey, dos prestigiosos e duradouros Jazz Messengers, grupo que serviu de trampolim para um grande número de jovens talentos em vários instrumentos, Wynton Marsalis incluso.
Se você que lê não faz ideia do tipo de som que Horace fez, pergunto se você assistia ao desenho do Snoopy ? Sabe a trilha sonora? É por aí…
Hoje, apesar de octogenário, felizmente este senhor ainda está conosco. Vida longa a Horace Silver!
Texto: Rodrigo Nogueira
Fonte de pesquisa: Coleção Folha Clássicos do Jazz Nº 10
EM AÇÃO
AUDIÇÕES
01 – Song For My Father
02 – Doodlin’
03 – Sister Sadie
04 – The Jody Grind
05 – The Preacher
2 comentários:
Olá Rodrigo tudo bem?
Estou convidando a visitar meu novo blog: http://focoanalitico.tk/
Conto com a sua visita!
Seu blog está linkado conforme solicitado no meu antigo blog Cine Europeu.
Bjs!
Olá Márcia!
Já fui dar uma checada, ficou uma beleza: visual bem limpo e conteúdo interessante.
Prometo para breve uma visita com mais calma para apreciar seus artigos.
Bj!
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