Alexander Scriabin |
- 46 – Prométhée, le poème du feu (1908-1910) – Scriabin
Esta foi a última obra orquestral de um grande, embora ainda subestimado, compositor da vanguarda russa. Scriabin havia provocado sensação com sua Terceira Sinfonia (1904), mais conhecida como Poema Divino, que se inspirou na tonalidade ambígua da abertura da ópera Tristão e Isolda de Wagner, embora ousando ir mais longe ao manter as harmonias irreconhecíveis. Com Prometeu, Scriabin revelou um “acorde místico”. Rachmaninof, surpreendido pelo som, perguntou o que era a Scriabin, e este respondeu-lhe que era “o acorde do pleroma” – ou seja, da “plenitude”, um termo gnóstico cristão que abrange todo o domínio do divino, totalmente além do universo físico e da compreensão humana. Os musicólogos ainda discutem a estrutura e a função deste acorde, surpreendente belo apesar de sua dissonância. Foi a partir daqui, sem dúvida, que a progressão diatônica aparentemente inevitável do acorde e da dissonância foi rompida, abrindo caminho para a chamada música “atonal”. Na verdade, o último e incompleto projeto de Scriabin – o Mysterium – empregava totalmente os 12 tons da escala cromática (do, do#,re, re#, mi, fa, fa#, sol, sol#, la, la#, si), antecipando a “descoberta” de Schoenberg da composição em 12 tons em quase uma década.
Influenciados: Stravinsky
Gravação Recomendada: Frankfurt RSO/Kitaienko (RCA)
Texto extraído da Revista Classic CD, nº 19
AUDIÇÃO
Prométhée – com a Orquestra de Kirov
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