Arnold Schoenberg |
- 26 - Pierrot Lunaire (1912) - Schoenberg
Chakra do Plexo Solar |
Até Cecil Gray, o mais conservador e influente dos críticos ingleses, teve que aceitar que Pierrot Lunaire era uma obra-prima, e Stravinski, que não era grande fã de Schoenberg, chamou-o de "plexo solar" da música do século XX - posição que ainda conserva, juntamente com A Sagração da Primavera do compositor russo.
Trata-se de um ciclo de canções, musicando 21 poemas de um estilo expressionista maluco; é uma obra teatral dentro da tradição do cabaré, concebida para ser encenada por um soprano cantando em Sprechstimme, um método de declamação mais ou menos entre o cantado e o falado; tal método tem raízes no culto da commedia; é uma obra de câmara para vocalista e cinco instrumentistas; é uma exploração madura das possibilidades do estilo atonal que as vezes aponta para o serialismo. De qualquer modo, Pierrot Lunaire antecipa e realiza numerosas tendências do século XX. Não foi coincidência o fato de Maxwell Davies ter chamado um conjunto de Pierrot Players, baseado nas forças necessárias para a percussão de Schoenberg numa época em que ele fazia experiência com a música do teatro.
Influenciados: Ravel, Stravinski, Poulenc, Maxwell Davies
Gravação Recomendada: L. Shelton (Bridge BCD)
Texto extraído da revista Classic CD, nº 19
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Audição Comentada
Pierrot Lunaire, Parte 2, "Nacht" (Noite)
Escrita para clarinete baixo, violoncelo e piano, tocando no registro grave, "Nacht" inicia a Parte II de Pierrot Lunaire. Nesta gravação, é cantada em uma tradução inglesa do original alemão, uma prática defendida por Schoenberg.
00:00 - A primeira estrofe fala da "Gigantescas borboletas negras" obscurecendo o Sol. O universo sonoro é completamente distinto, com seu uso do clarinete baixo em trêmulo e o cellista deslizando pelo cavalete (sul ponticello).
00:57 - Depois de uma breve pausa, no início da segunda estrofe ouvimos novamente a menção às borboletas gigantescas, desta vez no contexto de vapores que se erguem para "assassinar a memória". Aqui surgem motivos temáticos mais claros, baseados principalmente em uma figura de três notas. Ocorre um poderoso clímax melódico.
01:24 - Ouvimos um lampejar de textura e tessitura no início da terceira e última estrofe, à medida que o poeta fala do paraíso. Contudo, tudo parece estar afundando, e outros etéreos sons em tremolo e escalas cromáticas descendentes no piano nos fazem mergulhar em profundezas tenebrosas. Um único e irônico acorde conclui esta magistral evocação de uma visão de pesadelo.
baixe aqui Pierrot Lunaire completo
1 comentários:
Libertem-se da mentira modernista, meu povo. Isso é conversa fiada que a academia colocou na cabeça de vocês.
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