Nada como sentar com uma pessoa que você gosta e que compartilha de seu gosto (ou que tenha tolerância a ele), com uma bebida e aperitivos (ou não!) e colocar um disco para ouvir com atenção. Para mim, trata-se de um dos maiores prazeres.
A música é capaz de nos proporcionar ótimos momentos, mas também é capaz de infernizar nossa vida. É sobre isso que quero conversar com você hoje. Já parou para pensar em quantos momentos ouvimos música no nosso dia-a-dia? Agora analise quantas destas músicas você ouviu por opção e quantas por obrigação.
Pois é, sejam muitas ou poucas, o ponto é que somos obrigados a ouvir música e isso é insuportável. Não tanto pela qualidade das músicas (que em geral é péssima, mas não é esse o maior motivo de minha indignação), mas porque é à revelia, é algo imposto. Porque deveria aceitar isso?
Vejamos alguns exemplos:
Música no trânsito:
Carro de som é uma verdadeira praga! O volume é altíssimo, as músicas são lixo (sempre!). Juro que nunca colocarei os pés em uma loja que utiliza esse expediente comercial - é melhor receber spam!
Não devo esquecer aqui dos idiotas que aumentam tanto o volume do rádio de seus automóveis ao ponto de fazer tremer o veículo. Impressionante como o sujeito ainda se sinta o máximo. Talvez ele ache que ter um som potente ou ouvir aquela determinada música faz dele alguém melhor do que os pobres e infelizes ignorantes que são agraciados com a dádiva de passar ao seu lado. Por alguns minutos somos iluminados com o "maravilhoso" gosto que o sujeito tem, que lástima!
Igreja:
Não sigo religião nenhuma, mas respeito quem segue. Não irei aqui dizer como os religiosos devem professar sua fé e sua devoção. Diferentemente da mensagem da imagem acima, acho que o religioso deve orar e efetuar seus ritos como bem entender, mas por que tenho que ser obrigado a participar deles ouvindo seus berros, urros e escândalos há metros de distância? Por mim podem continuar com suas práticas até estourarem os pulmões e ouvidos, mas o isolamento acústico do prédio deveria ser obrigatório - gastam tanto dinheiro abrindo um templo em cada esquina, não seria tão dispendioso separar uma parte da grana para salvar os ouvidos e a paz da vizinhança. A não ser que sejam tão pretensiosos ao ponto de acharem que o volume com que estabeleçam seus cultos seja na intenção de captar novos fiéis - Deus me livre!
Música Ambiente:
Ah, o escritório... Aquele trabalho que muitas vezes é enfadonho... E para tentar melhorar o ânimo do pessoal, o gerente, um verdadeiro gênio, decide colocar uma musiquinha para o pessoal descontrair. O bendito, que não entende nada de música, pois se entendesse saberia que música se ouve com atenção e dedicação e não como mais um "ruído" do ambiente, sintoniza o rádio em alguma estação popular e a cada quinze minutos os funcionários são agraciados com o último sucesso espetaculaaaaar de "Fura-Tripa & Zóio Torto" e outras pérolas que soam quase sempre da mesma forma - pode reparar: o grupo X faz música igual ao Y, que copiou da dupla Z, uma verdadeira riqueza.
Essa prática é estendida ao supermercado, loja de roupas "descoladas", shoppincenters, metrôs, ônibus, elevadores, consultórios, restaurantes, etc. Como devo ser grato por tantas pessoas e instituições estarem interessadas em me apresentar a música do mundo e me tornar um ser humano melhor! Eu nunca escolho, mas para que escolher se tudo(?!) vem até mim?
Internet:
Acho muito legal quando um site ou blog musical que visito tem uma playlist, principalmente se ela tem algo a ver com o conteúdo que estou lendo, nem poderia ser diferente, uma vez que utilizo dessa prática em meus blogs. O problema é quando esta playlist começa a tocar automaticamente. É muito chato!! Mais uma vez é tirada a minha prerrogativa de escolher. As músicas podem ser excelentes (quando são ruins, aí é o fim do mundo!), mas sou eu que devo escolher se e quando vou ouvir. Sou totalmente contra isso, é uma arbitrariedade, a censura de minha opinião e vontade, uma afronta!
Concluindo:
Quando converso sobre isso com algumas pessoas, percebo que muitos não ligam. Essa prática é tão recorrente que já virou costume, e isso é um perigo, pois achamos ser natural uma coisa que não é! Natural é eu ter opinião própria, vontade própria. As pessoas e instituições não têm o direito de me obrigar!
Você pode achar que tudo isso é bobagem, coisa de rabugento. Se esse é seu pensamento, convido você a refletir quantas coisas obrigam você a fazer no seu cotidiano, a música é só a pontinha do iceberg, quanto menos vontade própria nós tivermos melhor para os manipuladores da massa popular. Somos todos servos obedientes conduzidos pela mão no transcorrer do caminho certo (o deles, é claro).
Mas diga lá, em que outros momentos te obrigam a ouvir música contra a sua vontade? Tem algum caso para compartilhar? mande um comentário!
9 comentários:
Realmente é chato ouvir música sem pedir, mas se a música é de qualidade razoável e o volume idem, não me incomoda tanto. Agora, carro de som e igreja são realmente insuportáveis. Ótimo post!
Valeu Edson!
O problema maior é que a música obrigatória em muitos casos não é uma prática inocente, ela obedece a alguns propósitos: manipulação e afrouxamento de nossa vontade própria, mas aí vai pano pra manga... Quem sabe dá assunto para um novo post.
Abração!
Rodrigão... assino em baixo sem nem pensar!
Que saco entrar em um ônibus e ouvir um grupinho no fundo dele ouvindo música no celular (é sempre porcaria!!!) e começa a cantar junto e a bater palmas e os pés no chão acompanhando e atrapalhando o ônibus inteiro... E o cara ali de saco cheio de ouvir aquilo!
Respeito que existem gostos diferentes, mas desde que não interfiram os meus. Eu não coloco Metal ou Rock Progressivo a toda altura num ônibus por que sei que estaria sendo inconveniente... (e o pior que talvez essa "galera do fundão" talvez me pedisse pra desligar...)
Triste...
E sobre a música ambiente, ontem fui no supermercado e tava tocando Bruce Dickinson e Guns n' Roses! Parece que felizmente ali resolveram colocar uma coisa mais aceitável...
P.S. - Bah, essa do JESUS NÃO É SURDO foi impagável!
Abraço!
deixa um espaço antes de começar um novo paragrafo, o texto alem de ficar gramaticamente correto fica mais "bonito" visualmente.
otimo post
Olá Jefferson!
Nossa, o grupinho no fundo do ônibus fazendo um pagode ou ouvindo música no celular é realmente o inferno na Terra, rss
Abraço!
Anônimo - você se refere ao recuo de primeira linha? Agradeço a sugestão, mas por ser um padrão nos blogs e não haver o recurso no editor de textos do blogger, manterei sem esses espaços mesmo.
Ótimo post, retratando uma infeliz realidade. Há algum tempo entrei em um ônibus de viagem (daqueles que dá para - e eu queria - dormir) e tinha som vindo do fundo. Fiquei p.., parei pra perceber que tipo de música era. Legião Urbana - sou um enorme fã do Renato Russo. Admirei, no começo até gostei, mas depois de menos de 1 minuto já não aguentava mais...
Música empurrada é um enorme incômodo. E muitas vezes nos obriga a colocar nosso fone de ouvido pra evitar "músicas" que estragam o dia...
Ótimo blog! Parabéns! Conteúdo de qualidade, layout e design leve e agradável!
Olá Neto!
É isso mesmo, você pegou a ideia. A questão nem é se gostamos ou não das músicas, se elas são boas ou ruins, mas sim o fato de serem empurradas.
Bem-vindo aos Sons, Filmes & Afins!
Abraço.
Eu oro como eu quero por que a oração é para Deus não para você, se incomodado dê uma passada numa loja e compre um tapa-ouvido e utilísi-o quando passar pela porta da igreja.^^
Ok anônimo, se você leu o texto viu que eu concordo que você deve orar como quiser, mas só uma perguntinha: se, como você diz, a oração é para Deus e não para mim, por que que você insiste em me obrigar a ouvir??
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