Por Flávia Nogueira
Musicoterapeuta, musicista
e professora de música
Autora do blog Música & Saúde
Autora do blog Música & Saúde
Já vimos em postagens anteriores que a neuroplasticidade é a capacidade de alteração e adaptação do cérebro frente ás experiências. Vimos também que a música, por sua natureza complexa e única, oferece ao cérebro elementos importantes nesse processo.
Com base nessas informações, o uso da música na reabilitação neurológica tem sido bastante pesquisado e utilizado em grandes hospitais e centros de reabilitação como AACD e Hospital São Paulo/UNIFESP.
A música envolve a transformação dos estímulos sonoros em fenômenos elétricos e químicos, os únicos que podem circular no interior do cérebro. O ouvido capta o som, que faz vibrar os tímpanos dando início a fenômenos fisiológicos que passam pelas vias nervosas acústicas, as quais modificam suas qualidades físicas e químicas, devido a intervenção de vários agentes inter-cerebrais, até chegar às estruturas centrais, que percebem consciente ou inconscientemente os sons musicais.
“A partir do modo como o cérebro organiza-se para processar a música, a musicalidade parece ser uma função integradora, uma função que coordena outras funções ou que as enriquece e, ainda, uma função capaz de colocar o meio cerebral em movimento, em fluxo, pois para processar a música formam-se diversas cadeias neurais e ativam-se diferentes centros trabalhando em conjunto” (QUEIROZ, 2003)
De acordo com a citação acima, o processamento da música ativa diversos centros neurais, atuando de maneira efetiva no cérebro, e consequentemente, colaborando na reabilitação de lesões diversas, tais como traumatismos e acidentes crânio encefálicos. (TCEs e AVEs)
Porém, o uso da música na reabilitação neural, deve ser realizado por um profissional habilitado para tal. A música por si só, embora possua efeitos terapêuticos, não é capaz de agir como uma terapia em si. O profissional utiliza-se do potencial da música para alcançar objetivos terapêuticos duradouros. Caso contrário, a música utilizada em situações extremas pode exercer um efeito relaxante, porém passageiro, não cabendo como uso em reabilitação.
A série Música na Cabeça
Com este pequeno artigo, fechamos os assuntos propostos pela série “Música na Cabeça”.
Como o tema central fundamenta-se nas neurociências, os artigos tiveram um caráter de introduzir várias questões relativas á música e cérebro, sem, porém, aprofundar-se em questões técnicas.
Esperamos com a série, ter despertado nos leitores o interesse de conhecer mais sobre os efeitos da música no cérebro humano, assim como oferecer informações básicas, mas não menos importantes.
Para conhecer mais, acesse o blog Música & Saúde. Nele você encontrará artigos relativos à música, musicoterapia e saúde em geral.
3 comentários:
Muito bom, Flávia, gostei muito da série. Parabéns.
Quero aqui agradecer aos leitores que acompanharam a serie e dizer que a Flávia segue postando em seu blog onde os temas aqui apresentados recebem um maior aprofundamento. Para aqueles que gostaram dos temas abordados, deixo aqui o endereço do blog Música & Saúde - http://musicasaude.blogspot.com
Vou tentar negociar com a Flávia uma próxima serie aqui nos Sons, Filmes & Afins
Abraços!
Edison
Obrigada, bom que tenha gostado Continue acompanhando esse e outros assuntos relacionados no Música & Saúde!
Abraço!
Flavia
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