Ludwig Van Beethoven |
- 5 - Sinfonia Nº 3 "Heroica" (1803) - Beethoven
Alguns críticos assinalam 1803 como o ano em que o Romantismo (estilo musical) chegou à música, pois foi quando Beethoven escreveu a sinfonia Eroica. Descontada a estupidez de se dividir a história em pequenos compartimentos como este, a Eroica tem um significado simbólico como marcador do advento de um novo espírito em música, que dava ênfase ao indivíduo e representava sua luta contra os elementos.
A Eroica é profundamente inovadora em seu caráter assertivo e heroico. Sua Marcha Fúnebre fala de uma catástrofe de enormes proporções nunca dantes descrita em música - pelo menos não desta forma. Nada disto implica que Haydn e Mozart apresentavam escopos emocionais limitados; eles, sem dúvida, comandavam vastos horizontes expressivos. Em termos musicais, a Eroica foi uma expansão da sinfonia de várias formas. As extraordinárias dissonâncias do primeiro movimento possuem uma veemência e uma força antes não encontradas na música sinfônica. A estrutura do Finale também é nova, no sentido de que engloba um conjunto de variações dentro de uma rápida introdução e uma coda. Sua novidade musical, contudo, não deve ser exagerada. O primeiro movimento da Sinfonia Praga de Mozart é mais longo que o da Eroica, e como Beethoven, Haydn usou grandes orquestras quando teve a oportunidade. Falar do Finale alerta-nos para outro legado do enorme impacto da Eroica: o problema do Finale. O sentido de luta em termos musicais e expressivos deu muito peso ao Finale. Já vimos isto na Júpiter de Mozart (geralmente, Haydn e Mozart relaxavam um pouco em seus Finales), mas a Eroica levou o processo muito adiante, forçando os compositores a trabalharem cada vez mais seus últimos movimentos.
Influenciados: todo o repertório sinfônico austro-germânico.
Gravação recomendada: Günter Wand (BMG)
Texto extraído da revista Classic CD Nº 20
AUDIÇÃO COMENTADA
3º Movimento "Scherzo"
O Scherzo se inicia de maneira sinistra e ritmicamente ambígua, cheio de tensão. A onda finalmente se quebra em 00:45, quando o tema principal é apresentado em altos brados. 01:12 Depois de reiteradas permutas entre as cordas e as madeiras, Beethoven produz uma surpreendente textura com as cordas em tremolo. 02:32 O heroico tema da Eroica não é mais eloquente que quando exposto pelo Trio desta incrível obra. 05:09 o golpe de mestre de Beethoven, imprevisível e desafiante, ocorre quando ele, subitamente e de maneira chocante, transforma um arpeggio descendente no ritmo ternário prevalecente (1-2-3) em 4/4: um gesto de interrupção construído sobre a ambiguidade rítmica do início.
Baxe AQUI a Heroica completa!
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