44 Inch Chest (2009)
Direção: Malcolm Venville. Com Ray Winstone, Ian McShane, John Hurt, Tom Wilkinson, Stephan Dillane e Joanne Whalley.
Sinopse: Homem casado e de meia idade descobre que foi traído por sua mulher e, com a ajuda de seus fiéis amigos, prepara uma emboscada para punir o traidor. Após capturar o sujeito, o drama se desenrola sobre qual seria o castigo adequado, mas antes de aplicá-lo o rapaz irá vislumbrar o tamanho do mal que causou.
Primeiramente digo que este filme inglês não é do tipo que agrada a grande maioria acostumada à Hollywood e à sua (na maior parte das vezes) superficialidade. É indicado para aqueles que se interessam por roteiros, independentemente se há ação ou não. Com isso, de modo algum quero dizer que o filme é intelectualizado e de excelente qualidade e nem que o texto seja um primor, apenas que ele é orientado a um determinado e pequeno tipo de público. Isso posto, discorro agora minha opinião sobre o filme.
Recheado de ótimos atores europeus que eventualmente aparecem em papeis secundários nos blockbusters, pelo menos as boas atuações estão garantidas.
O roteiro não é linear, mas apresenta a história da seguinte forma: Colin Diamond (Ray Winstone) é um cara bem sucedido e bem casado que um dia, ao chegar em casa, recebe a revelação de sua esposa (Joanne Whalley) de que ela tem um amante e que o casamento deles acabou faz tempo. Surpreso e com flores e chocolates nas mãos, inicia um embate muito bem arquitetado que reflete a realidade de inúmeros casamentos da vida real. Estupefato, ele indaga quais os problemas conjugais que ela tinha para justificar tal ato e sem receber respostas convincentes passa do drama à violência inquirindo qual o nome do sujeito. De posse do nome, entra em contato com seus amigos para salvarem a honra do traído à custa do traidor e um complexo diagrama de personalidades é formado.
Apesar de desconhecermos as profissões dos envolvidos, sabemos seus nomes e vamos conhecendo seus caracteres. Já do traidor, sabemos apenas sua função: garçom, e uma fração de sua personalidade, nem mesmo seu nome conhecemos, reparem aí um interessante contraponto.
O filme não tem ação, quase não tem cenário também. Quase tudo se passa dentro de uma casa abandonada onde levam o garçom para sofrer sua punição. Com tintas de teatro, somos envolvidos por ricos diálogos que vão desde prosas românticas sobre casamento, orgulho ferido e dor insuportável (é interessante ver um homem que espelha o máximo da masculinidade mostrar uma fragilidade além da patética), até discussões regadas a preconceitos, misoginia e homofobia (um dos amigos é gay e apresenta uma personalidade extremamente segura, mais um contraponto interessante). Os diálogos non-sense à lá Tarantino também estão presentes. A realidade sai do prumo em muitos momentos desavisados e somos envolvidos nos delírios do protagonista que tenta explicar em sua mente perturbada as razões e consequências de toda aquela situação.
O tom geral da história é informal, os atores parecem até em momentos de descontraído laboratório. Wilkinson é cabeça-fresca, para ele tudo está bom, apóia qualquer decisão que seu amigo tomar. Hurt é explosivo e machista, quer massacrar os traidores e McShane é simplesmente brilhante. Na verdade, muito mais que suspense, ação ou drama, trata-se de uma comédia de humor-negro, indicada para quem tem estômago.
O que não me agradou foram alguns diálogos (para mim) piegas, o título em português que não tem nada a ver e a canastrice de Ray "Beowulf"Winstone. Com essas ressalvas, recomendo!
Nota: 6 (Bom, mas recomendado com ressalvas).
Trailer:
2 comentários:
Xará, como apreciador de sons e filmes já estou seguindo e adicionei como blog amigo!!!
abçs
Rodz
Seja bem-vindo xará! Fiz o mesmo com seu blog. Aparece aí pra gente trocar umas ideias!
Abração!
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