In Tranzit (2008)
Direção: Tom Roberts. Com Vera Farmiga, John Malkovich, Thomas Kretschmann e Daniel Brühl.
Dia a dia de prisioneiros de guerra alemães que são enviados para um campo militar russo administrado por mulheres.
Com a intenção de descobrir a verdadeira identidade dos prisioneiros alemães, o comando militar russo os envia para um campo controlado por mulheres na expectativa de que o tratamento “mais leve” proporcione a confiança necessária para que, pelo menos um deles entregue seus companheiros.
A personagem principal é a oficial médica Natália (Vera Farmiga, foto), que vive um drama com o marido que, após sofrer um ferimento grave na cabeça, tornou-se debilitado mentalmente e já não oferece mais a relação que tinham no passado, transformando-se apenas em seu paciente.
Como não é um arquétipo de militar e tem índole amigável, é indicada por seu superior, o coronel Pavlov (John Malkovich, foto), para tentar angariar a simpatia e a confiança de alguns prisioneiros no intuito de descobrir a identidade e patente reais deles.
Como Natália também exerce considerável influência sobre suas colegas como uma líder positiva, a vida no campo é tolerável para todos. Isso faz com que seja inevitável o contato entre os grupos russo e alemão, sem contar a obviedade de serem de gêneros opostos.
O que torna o filme interessante é que num local onde facilmente se encontra o pior da natureza humana, também brota inevitavelmente o melhor, apesar dos inúmeros preconceitos e diferenças que lá há.
Imagine encontrar sob seu poder pessoas que direta ou indiretamente foram responsáveis pelos piores momentos de sua vida como a perda de bens e pessoas queridas. Obviamente que seu lado mais rancoroso falaria mais alto, e no filme não é diferente, pelo menos à princípio. Como ninguém é totalmente bom e nem mau, a convivência escancara as reais personas e as identificações mútuas são sobressaltadas até o ponto em que tudo atribuído ao passado passa a ser irrelevante, e relacionamentos passam a ser possíveis. Relacionamentos em todos os níveis, desde a tolerância até o amor e a paixão. Isso porque a natureza humana é assim.
Vera Farmiga tem se destacado em Hollywood com bons papeis e interpretações, mas aqui peca um pouco com a falta de credibilidade, principalmente quando acaba se envolvendo com um prisioneiro interpretado pelo bom ator alemão Thomas Kretschmann.
John Malkovich continua com sua forma de atuar de sempre, ou seja, em todos os filmes que faz representa o mesmo papel, sempre blazé e antipático. Seu coronel Pavlov não é do tipo tirano e torturador, mas sim aquele frio e calculista que faz as coisas, não para ter prazeres momentâneos, mas para atingir objetivos. O que não lhe interessa ele simplesmente descarta.
É possível que a maioria das pessoas que assistirem a esse filme o julgue lento e chato. Lento ele realmente é, porém, se você se interessa em observar o comportamento humano e personalidades diversas (que é o meu caso), tem aqui um bom roteiro para analisar.
Veja o trailer!
‘té mais!
3 comentários:
Adorei a dica.
Vou ver se acho nas locadoras.
Bom fim de semana.
Valeu Beth!
Bom fim de semana pra vc tb! Apareça!
Ótimo post sobre um filme de que gostei bastante -- e pelas mesmas razões que você. Não conhecia o blog, muito bacana. Parabéns, Rodrigo!
Mariella
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