Essa banda passou por duas fases em termos estilísticos: num primeiro momento aderiu ao movimento pós-punk ao lado de bandas como Public Image Ltd., Magazine, Joy Division e outras; e em segundo lugar, evoluiu e se tornou um dos primeiros grupos a difundir o gothic rock ou simplesmente gótico.
Formada por Susan Ballion (vocal), Steve Havoc (baixo), Sid Vicious (bateria) e Marc Perroni (guitarra); abriam shows para os Sex Pistols, banda que “sequestrou” seu baterista para transformá-lo no baixista que não sabia tocar baixo, mas se tornou o maior símbolo do punk como vimos em posts anteriores. Robert Smith do Cure, também foi um integrante dos Banshees.
Susan passou a utilizar o nome artístico de Siouxsie Sioux em referência à tribo indígena norte-americana. The Banshees veio de um programa de televisão que assistiram que tratava de lendas celtas.
Em 1978 gravaram o álbum The Scream com a seguinte formação: Siouxsie (vocal), Steve “Severin” Havoc (baixo), Kenny Morris (bateria) e John McCay (guitarra). Sid Vicious havia saído para entrar nos Pistols e Marc Perroni foi para o Adam and The Ants, banda que tratarei em outro artigo.
A fase gótica iniciaria em 1979, por enquanto vamos curtir o período pós-punk e o álbum The Scream.
Futuramente mais posts sobre o Siouxsie & The Banshees!
The Scream (1978)
Curiosidades do álbum:- Faz a ponte entre o punk e o gótico, combina o “faça você mesmo” com o senso sombrio de drama.
- Helter Skelter, dos Beatles é a única faixa não original do álbum, embora tenha sido feita uma releitura febril da música.
- Um atestado de elegância desordenada.
Meus destaques em vermelho
01 – Pure
O baixo abre o disco com poucas notas e logo é acompanhado pela guitarra que amplia a ideia. Siouxsie canta à distância fazendo um efeito mórbido.
02 – Jigsaw FeelingNovamente o baixo inicia. Repete três notas indefinidamente e a guitarra bate um acorde que cresce em intensidade progressivamente até que o canto começa. A harmonia é sombria e econômica.
03 – OvergroundA guitarra surge à distância e vai se aproximando até que o baixo copia sua base rítmica e o vocal também entra. Alguns elementos novos surgem nessa música: backing vocals e um teclado grave completando o clima. Como um típico pós-punk, a base harmônica é repetida até o final da música, cansativo.
04 – CarcassAqui há mais variação harmônica e o instrumental é (um pouco) mais rico. O canto é muito imaturo, Siouxsie não tem força. Falta muito para chegar no estado elegante e confiante, até intimidador, de discos futuros.
05 – Helter SkelterDissonâncias na guitarra, o baixo dá o tom e nele fica, o ritmo começa lento e vai acelerando rapidamente até chegar ao refrão. Uma versão bem original desse clássico do Beatles. Executado em uma tonalidade mais baixa que a original e a melodia está bastante alterada. Interessante.
06 – MirageViolão acompanhado da guitarra, uso de síncopa. A melodia é cantada à duas vozes fazendo um efeito sonoro semelhante ao da guitarra + violão. Aqui a pegada está mais para o gótico.
07 – Metal Postcard (Mittageisen)Nessa Siouxsie aparece com a voz dobrada e já começa a se impor com seu estilo. O ritmo parte para uma espécie de “andante”. As frases são sempre resolvidas para baixo e os acordes são tão fechados que ficam muito próximos da dissonância.
08 – Nicotine StainPós-punk, sem muitas inovações, lugar-comum.
09 – Suburban RelapseDois acordes agressivos na guitarra. A linha melódica é criativa e o andamento varia no decorrer da música. Sinistra, trilha sonora de filme de terror!
10 – SwitchArpejos fazem a base. Um saxofone complementa a harmonia que, nessa música se mostra mais rica. Uma crônica narrada com variações rítmicas. Clima de introspecção e melancolia entremeados alguns extravasamentos.
Texto: Rodrigo Nogueira Fonte Histórica: Wikipédia
Curiosidades: 1001 discos para ouvir antes de morrer
2 comentários:
Eae parceiro ! Cara,eu não sei muito do som da banda,parece ser boa,por isso vou dar uma conferida nos destaques,até mais !!!
destroyerockcity
Olá Guilherme!
Esse álbum é histórico por representar o surgimento do gótico, porém por ser um disco de transição e a banda ainda estar no início de sua carreira, ainda é irregular, imaturo musicalmente e bastante cru, o que o torna difícil de cair no gosto (pelo menos no meu).
Álbuns posteriores mostram melhor o potencial da banda e, principalmente, de sua vocalista que esbanja personalidade.
Abç!!
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