SÁBADOS DE JAZZ APRESENTA:
ERROLL GARNER
Erroll Louis Garner nasceu em Pittsburgh, EUA, no dia 15 de junho de 1921 e faleceu em Los Angeles, EUA, no dia 2 de janeiro de 1977.
Foi um pianista e compositor de jazz, tendo se destacado mais na época do swing, mas também contribuiu para o enriquecimento do Bebop.
Ele foi um caso raro no jazz pois nunca chegou a estudar formalmente música, enquanto a maioria dos instrumentistas desse gênero são conhecedores profundos de teoria e composição, o que, aliado ao talento inato dos artistas, conferia-lhes a enorme capacidade de execução e improvisação.
Garner nunca soube ler uma partitura e isso o atrapalhou muito na carreira, pois sempre teve que vencer enormes barreiras para conseguir empregos em orquestras e conjuntos.
Por outro lado, ele nasceu com um ouvido excepcional para a música e conseguia executar obras completas ao piano, apenas reproduzindo o que ouvia de outros intérpretes.
Há uma história interessante que se conta envolvendo o grande mestre baterista Art Blakey: Blakey começou a carreira como pianista e chegou a trabalhar em uma casa noturna executando este instrumento. Um belo dia o proprietário resolveu que queria aumentar a qualidade do conjunto da casa e para tanto, contratou um diretor musical. Este diretor reuniu os músicos e passou um novo repertório. Blackey tinha dificuldades em interpretar partituras e não conseguiu tocar prontamente.
Erroll Garner estava pleiteando uma vaga no grupo e se ofereceu para tocar as músicas. Como já as tinha ouvido em outras ocasiões e como seu ouvido era excepcional, pôde executá-las perfeitamente (dizem que ele fingiu estar lendo as partituras, pois na verdade tocava era de ouvido mesmo). Foi contratado imediatamente.
Art Blakey além de enfurecido, ficou desesperado por perder seu emprego e insistiu para que o dono do local não o despedisse.
O patrão até que gostava de Blakey mas disse que “business is business” e, em tom de brincadeira sugeriu que se ele tocasse bateria teria uma chance de ficar, pois ainda não haviam encontrado um músico para assumir essa vaga.
Com um empenho comovente, Art(foto) praticou como um louco para a audição e conseguiu manter o emprego, só que agora como baterista. Em pouco tempo tornou-se exímio e mais tarde, tornou-se um dos maiores bateristas da história da música, além de bandleader e revelador de talentos.
Voltando a Errol Garner, acrescento que como nunca estudou formalmente, ele criou uma técnica própria de tocar o instrumento, conforme as audições abaixo podem atestar, e seu som sempre foi muito peculiar. Outra peculiaridade do senhor Garner é que ele era um homem de baixa estatura e em seus shows “calçava” a cadeira em que sentava para tocar com duas listas telefônicas!
EM AÇÃO!
AUDIÇÕES
Don’t Worry ‘bout Me
Uma balada em que o piano é acompanhado apenas pela bateria e ainda assim, tocada com escovinha.
I’ve Got To Be A Rug Cutter
Swing executado pelo trio tradicional: piano, baixo e bateria.
Yesterdays
Peça fascinante executada apenas por mr. Garner
(All of a Sudden) My Heart Sings
Aqui ele brinca descontraidamente improvisando e mostrando seu característico toque “martelado”.
‘té mais!
3 comentários:
Uma cornucópia de sons e de lirismo. Como se não bastasse, ainda nos deu a lindíssima Misty, standard do jazz gravada por 10 entre 10 jazzistas. E o The Concert By The Sea é obrigatório.
Valeu, Rodrigo!
Brother, seria irrelevante dizer aqui que conheci Garner através de Misty, o que não é foi como eu conheci. Através da obra-prima de Clint Eastwood, sua primeira direção em PLAY MISTY for me, foi um choque! Eu pausei o filme e corri atrás da música para baixar, foi então que parti pra ouvir mais coisas e fui gradativamente ficando fã de sua maneira peculiar de tocar, já comecei a pegar algumas coisas em vinil dele, no momento tenho apenas o GARNER QUARTET de 1978, mas conforme forem aparecendo pego mais. POST SENSACIONAL!
ABRAÇOS BROTHER!
Érico, fico feliz que tenha gostado! E o cara ainda era auto-didata!
.outsid3r, o filme citado é sensacional, alías a direção do Clint é demais! Ele é muito melhor diretor que ator (não que ele seja um mau ator, mas na direção o homem arrebenta!), sem contar que ele é super fã de jazz (já viu Bird?). Já sobre nosso caro senhor Garner, recomendo a coletânea que a gravadora Verve lançou (coleção Verve Jazz Masters) pra ter um apanhadão geral do trabalho do homem e a performance ao vivo do Concert By The Sea, recomendado pelo meu amigo Érico.
Valeu a força brother!
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante, todos que são publicados são respondidos, mas antes de escrever, leia as normas do blog:
Você pode: Opinar, elogiar, criticar, sugerir, debater e discordar.
Mas NÃO PODE ofender, insultar, difamar, divulgar spam, fazer racismo, ou qualquer tipo de conteúdo ilegal, além de usar palavras de baixo calão de maneira gratuita.
Obrigado por sua participação, fico na expectativa de seu retorno!