Brooklyn's Finest (2009)
Direção: Antoine Fuqua. Com Richard Gere, Don Cheadle, Ethan Hawke e Wesley Snipes.
Sinopse: Uma espécie de continuação de 'Dia de Treinamento' (novamente com a dupla Fuqua e Hawke), também mostra o submundo da vida de policiais e criminosos. O cotidiano de um policial em fim de carreira, outro infiltrado no crime e o último tendo que resolver dilemas para poder sustentar a família.
O filme questiona os conceitos de certo e errado e mostra um panorama de moral acinzentada de pessoas que, para sobreviver no contexto em que estão inseridas, muitas vezes obrigam-se a um partido. As escolhas não são difíceis, ficam do lado de si mesmos; o problemas são as consequências.
Desde o início, já temos uma abordagem filosófica sobre o que veremos com o decorrer da história em um longo diálogo entre Sal (Ethan Hawke) e um criminoso na calada da noite. O teor da conversa é justamente sobre o que é certo e errado. A conclusão que os personagens chegam é que essa dúvida não faz parte da realidade deles, mas sim, o que é mais certo e o que é mais errado. Dessa nova perspectiva, muitas vezes o "mais certo" é fazer o errado e o "mais errado" é fazer o certo. Confuso? No decorrer do filme vemos diversos exemplos dessa filosofia, o que sem dúvida deixa a história pesada. Só por esse começo, já vale a pena assistir o filme.
Richard Gere é o policial Eddie, um cara que nunca fez a diferença em todos os seus anos de profissão. Sempre evitou problemas e é tido por seus colegas e superiores como um frouxo. Vai precisar sair das amarras do sistema para finalmente sentir-se confortável para mostrar de que "barro" realmente é feito. Entretanto, paradoxalmente, terá que servir de instrutor e modelo (aí está o paradoxo) para policiais novatos (relação clara com 'Dia de Treinamento'). Sua vida pessoal também é uma desgraça, o que torna mais complexo e interessante o personagem. Aí é que está o problema, Gere não dá conta do papel. Suas expressões dramáticas estão mais para caras-de-sono, e nós somos contagiados com essa dormência. Infelizmente isso estraga a conclusão do personagem.
Don Cheadle é Tango, um agente infiltrado no mundo do tráfico que enfrenta inúmeros dilemas ao lidar tanto com a corrupção do mundo do crime quanto com a do policial. Aqui mais um erro da seleção dos atores. Apesar de Cheadle atuar bem, seu arquétipo não convence como o policial/bandido durão que causa intimidações - papel desempenhado com louvor por Denzel Washington e meritório do Oscar.
Finalmente, Hawke é o típico policial de boa índole, mas que por circunstâncias da vida, acaba enveredando por um caminho obscuro, que o força a cometer diversos delitos para poder proporcionar uma vida minimamente decente para sua numerosa família. O curioso é que seu personagem - Sal - é um ítalo-americano muito religioso, tornando suas decisões sempre difíceis e conflitantes. O ator faz um ótimo trabalho e merece destaque.
Concluo dizendo que o filme é complexo, interessante, bem dirigido e com boas atuações (exceção à Gere), entretanto pecou na escolha do elenco. Vale a pena assistir, mas não creio que seja um trabalho que marcará.
Nota: 7 (bom)
Trailer:
8 comentários:
Olá! Acompanho há um certo tempo as ótimas indicações do blog!
Quando vi a chamada pra esse filme, pensei comigo, tá ae um filme bom, com um elenco de tirar o chapéu... mas de alguma maneira, comigo não funcionou!
Achei o filme um tanto monótono, e não é porque eu esperava ação, longe disso! Mas, pelo menos ao meu ponto de vista, não acrescentou muita coisa não, existe um outro filme um tanto menos conhecido com Mark Ruffalo e Ethan Hawke chamado Redes do Crime (What Doesn't Kill You, 2008). Aborda temas semelhantes mas pela ótica de criminosos.
Talvez, pelo fato de eu ter assistido aos dois num intervalo muito curto de tempo, eu não tenha gostado tante de "Atraídos pelo Crime", em breve pretendo revê-lo, possivelmente venha a gostar!
Olá Barão,
Primeiramente, foi com satisfação que recebi seu comentário.
Concordo com você, esse filme tem problemas com relação ao ritmo, peca mesmo por uma certa monotonia, mas acho que isto está relacionado à má escolha do elenco, principalmente de Gere. O que me agradou foi a filosofia dissertada e a complexidade dos personagens. O resultado final foi bom, mas nada além disso.
Obrigado pela dica de filme.
Abração!
Olá Rodrigo, eu é que agradeço a preocupação em responder meu comentário, algo que a maioria dos blogueiros por ae não faz!
Pois é, acho que o personagem do Gere seria o diferencial do filme, mas fica contido, na dele... sei lá, o erro pode estar ali mesmo (Lembrei-me dele atuando em 'I´m not here' onde está tão inespressivo quanto aqui, mas ainda assim o filme é muito bom!
Abraço e até mais!
Barão - para mim, um dos maiores objetivos para manter meus blogs é justamente a interação com os leitores. Tenho a política de responder todos os comentários, mesmo que seja apenas para agradecer.
Fique à vontade para participar, mesmo quando discordar.
Mais uma vez, obrigado e um abraço!
De modo geral, o filme acaba acertando pelo todo !! Ótimo programa !
É, um bom programa.
Apesar de ter gostado do filme, concordo com sua critica a escolha de atores poderia ter sido melhor. Achei Richard gere totalmente desmotivado para fazer o filme, meio paradão apesar de seu personagem ser assim e Don Cheadle não me convenceu mto no final qdo ele se revolta e vai vingar o "amigo".
Valeu Andrey, legal que concordamos!
Abç!
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