Coincidentemente, o disco apreciado hoje, também é de soul. Menos funk e mais R&B e gospel que o Earth, Wind & Fire de ontem. Falarei de There's No Place Like America Today - Curtis Mayfield (1975).
Curtis Mayfield era considerado um inovador na música black e influenciou desde Prince a Racionais MC's. Multi-instrumentista, tocava guitarra, baixo, piano, sax e bateria; além de cantor e compositor. Era tido como um porta-voz da comunidade negra pobre norte-americana. Seu trabalho sempre foi muito engajado nas causas de "sua gente". Suas letras são utilizadas até hoje como base para alguns compositores de Rap e sua forma bem característica de cantar (um falsete suave) é muito copiada por cantores até dos dias de hoje.
Bem, falarei do disco: como não sou do tipo "politicamente correto", acho um porre essas letras tristonhas de "ai, como sou injustiçado e minha vida é dura" - pára de choramingar e vá a luta! Confira os temas desse disco:
Faixa 1 - Billy Jack - conta a história de um marginal negro assassinado que ninguém deu bola;
Faixa 2 - When Seasons Change - pobreza dos negros;
Faixa 4 - Jesus - nem preciso falar;
Faixa 5 - Blue Monday People - devemos nos preocupar mais com amor que com dinheiro;
Faixa 6 - Hard Times - tempos difíceis;
Faixa 7 - Love To The People - nós negros temos que nos amar.
Reparem que não incluí a faixa 3 - So In Love - essa não é engajada (talvez por isso seja a melhor do disco).
Além dos temas, as músicas são quase todas (excessões das faixas 6 e 7) tristonhas, arrastadas com o canto "choramingado" e instrumental mínimo. O cúmulo é a faixa "Jesus", um gospel bem comportado, chato e interminável (a música tem mais de 6 minutos).
O que salva o disco de ser uma total catástrofe (para mim) são as fankeadas (levemente, é verdade) 6 e 7, além da bela 3 - So In Love, elevando sua cotação para "album razoável".
Um fato curioso e triste aconteceu com o senhor Mayfield numa apresentação em 1990: um poste de luz caiu sobre ele e o deixou tetraplégico (pelo jeito nem Jesus gostou da música feita pra Ele); mas nem por isso parou de compor e gravar. Morreu em 1999 por problemas relacionados à diabetes.
Os fãs inveterados não fiquem bravos comigo critico apenas ESSE album, não o artista e, para os que ficaram curiosos, indico o disco "Superfly" (1972).
Há que ressaltar a bem sacada capa: uma fila de pessoas negras (provavelmente pra pegar o seguro-desemprego) e acima um outdoor com uma família branca feliz dirigindo um carro com a frase ambígua "There's No Place Like America Today (não há lugar como a América hoje).
Para ouvir So In Love, clique no link http://www.youtube.com/watch?v=SO1YaRpCVko
'té mais!
Enciclopédia Básica dos Estilos Musicais
Acid House - Subgênero da house music criado em Chicago na década de 1980, tendo, como símbolo, um smiley.
Acid Jazz - Estilo que combina elementos do jazz, soul, hip-hop e funk, criado ao final da década de 1980.
Acid Rock - Variação mais pesada do rock psicodélico, caracterizada por longos solos instrumentais e pouca letra, surgida no final da década de 1960.
Acid Techno - Variação mais pesada do techno, que mistura o peso do techno com a progressão do trance, surgida no início da década de 1990.
Acid Rock - Variação mais pesada do rock psicodélico, caracterizada por longos solos instrumentais e pouca letra, surgida no final da década de 1960.
Acid Techno - Variação mais pesada do techno, que mistura o peso do techno com a progressão do trance, surgida no início da década de 1990.
3 comentários:
Não acho que expor as problemáticas de sua sociedade seja "choramingar", vc diz "vá à luta!", ele foi, e cantando foi a maneira que ele encontrou para isso...agora se vc gostou ou não do disco...é outra história q não vamos discutir aqui...
È isso aí,concordo com a Flávia...deixa o pretinho choramingar,Rodrigo,cada um briga pelo que lhe convém...ou o que lhe aperta o sapato,não é?...rsrsrsrsrs...Olha,pra um cara "politicamente incorreto",tu estás fazendo um belo trabalho neste teu blog,gostei mesmo!!!
E essa frase.."pelo jeito nem Jesus gostou da música dele..." realmente é a tua cara,Rodrigo!Irreverente com uma pitada de sarcasmo,típico dos bons críticos....SUCESSO!!!!
Flávia e Tatiana, sei que é justo um artista "expor as problemática..." e "brigar pelo que lhe convém" Só que NESSE DISCO é feito de forma muuuuito lamentosa.
Obrigado pelos elogios!
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