Diante de um feriadão como esse de Nossa Senhora/Dia das Crianças, aproveito o tempo para escrever aqui mais um artigo de opinião.
Agora, no início do século XXI - a "Era da Informação" - vivemos um paradoxo: enquanto temos uma enorme diversidade de informações que nos são disponibilizadas pela Internet, existe um sem-número de pessoas, a grande parte eu diria, que vive com sua mente isolada em seus padrões já pré-estabelecidos e, uma das matérias em que isso mais se vê é a musical.
Um exemplo disso é a enorme quantidade de blogs sobre esse tema que vemos na rede, muitos se dizem blogs sobre música, mas na verdade são blogs sobre um determinado gênero musical, é muito difícil achar um blog que fale de música de fato, ou seja, um que fale sobre o assunto de forma ampla, abrangendo o tema em si de forma genérica, e procurando abraçar todos os estilos indiscriminadamente.
Penso que as razões sejam primariamente duas: uma é que seus autores têm a predileção por apenas um estilo musical e simplesmente ignoram os outros, e o segundo e talvez mais importante, é que a maioria dos leitores buscam blogs que tratam apenas daqueles estilos que vão ao encontro de seus padrões musicais. Devido a este segundo motivo, concluo que é um negócio de altíssimo risco manter um blog efetivamente sobre música, pois muitos dos leitores aproveitarão somente um pequeno percentual do que é postado, diminuindo o interesse e até causando o abandono do blog.

O curioso disso tudo é que hoje em dia, o volume e a pluralidade de informações disponíveis na Internet, poderia motivar as pessoas a diversificar e ampliar seu conhecimento, no entanto, o que muitas pessoas querem não é nada além do que mais do mesmo, e ainda assim conseguem ser incoerentes com suas próprias convicções, por exemplo: existe um grande número de amantes do rock que torcem o nariz e nem querem ouvir blues, jazz ou country, sendo que o rock de que tanto gostam mistura elementos destes três gêneros, o que provavelmente encaixaria perfeitamente em seus padrões estéticos sobre música (gosto musical).
Entretanto, acho que pessoas que "gostam de tudo", não gostam de nada, pois não conseguem se focar para poder se aprofundar, tornando-se sem "personalidade musical".
Veja que fui aos dois extremos: os mentes fechadas e os mentes abertas e critiquei os dois, então qual a conclusão deste texto?

Penso que temos que ter um gosto definido, porém abrangente, mas sempre dispostos a conhecer coisas que não fazem parte dos nossos paradigmas atuais para que possamos ouvi-las, refletir, para depois agregar ou descartar. Repito aqui uma pergunta que fiz em outro artigo aqui no blog chamado "Você Realmente Gosta de Música?" (veja leituras relacionadas abaixo): "Nem tudo o que é mostrado precisa ser gostado, mas por que não conhecido?". Esse é o lema que procuro seguir tanto nos
Sons, Filmes & Afins quanto na
Central Musical: Anos 80, ou seja, oferecer ao meu leitor a oportunidade de conhecer e curtir MÚSICA, e não restringi-lo apenas às coisas que ele já conhece e tem afinidades. Sei que meus empreendimentos são arriscados e podem até não ser populares, mas acredito nisto como uma missão: tentar despertar uma característica natural da espécie humana que parece estar esquecida: a CURIOSIDADE.
Participe! Diga o pensa a respeito!
Abraços!
Rodrigo Nogueira
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