Direção: Paulo Thiago. Com Murilo Rosa, Priscila Fantin e Othon Bastos.
Baseado em fatos reais ocorridos no estado de Pernambuco onde o músico e idealista Mozart Vieira coloca em prática seu sonho de formar uma orquestra com crianças carentes da região.
A história é comovente, pois mostra como o maestro consegue incutir o amor pela arte nas crianças e as incentiva a desenvolvê-la ao limite.
É uma prova de que o povo só não aprecia a arte por falta de incentivo e que se houver esse incentivo, o nível cultural da população certamente seria elevado, formando assim, pessoas melhores.
Mostra também o lado ruim: conforme a orquestra se desenvolve, vai ficando famosa e por isso desperta a inveja e a rivalidade de políticos locais que não medem esforços para agredir e destruir, chegando inclusive a armar diversas armadilhas.
Interessei-me pelo filme porque havia visto na televisão uma reportagem sobre o trabalho de Mozart Vieira e, meses depois, que ele foi processado por pedofilia.
Como não sabia como o caso tinha acabado, quis ver o filme que narra todo o caso.
É importante mencionar que vários artistas consagrados como Ivan Lins e outros, gravaram depoimentos favoráveis à Mozart, denunciando as falcatruas praticadas contra ele.
Se você for assistir (eu recomendo pela história), não se esqueça de acompanhar nos créditos finais, que fim levou cada integrante da orquestra.
A produção infelizmente é amadora. A direção é fraquíssima com cortes de cena atrapalhados e a narrativa é muito corrida. Parece que foi feito às pressas e sem muitos cuidados.
O que vale a pena conferir é a bela trilha sonora a partir de gravações verdadeiras da Orquestra dos Meninos.
ATORES/ATRIZES
Murilo Rosa empresta seu carisma para Mozart Vieira e não compromete. Consegue passar a simpatia e dedicação necessária para cativar as pessoas de boa índole que estão ao seu redor e a fúria despertada graças às pessoas interesseiras que veem nele um rival.
Só não fez melhor pelo roteiro, produção e direção fracas. Apesar da causa ser boa, entrou numa furada.
Priscila Fantin interpreta uma das integrantes da orquestra e a futura esposa do maestro.
Obviamente sua aparência destoa dos demais integrantes que são típicos nordestinos. Ficou bem forçado.
Sua atuação é medíocre (como sempre). Só presta para trabalhar em novela mesmo. Chega a ser cômico vê-la tentar manusear um fagote.
Não consegue chegar ao nível de Murilo Rosa (que está longe de ser brilhante), e o relacionamento em cena deles não convence.
Sobre Othon Bastos e sua competência não preciso nem falar, é chover no molhado.
Faz um professor e depois prefeito da cidade, Moisés Batista – nome fictício do político que tentou arruinar a vida de Mozart Vieira.
Intolerante, invejoso e mau-caráter, usou o apoio da polícia corrupta para atrocidades do mais baixo nível.
Seria um clichê se não fosse um caso real (apesar de não provado).
ROTEIRO
Lamentável. Parece uma colcha de retalhos baseado em memórias desconexas dos protagonistas.
As personagens são mostradas apenas de forma reativa, você não sabe as razões para muitas atitudes delas. Raso.
Intenciona emocionar e para isso usa recursos novelísticos deixando a trama piegas e brega.
É nitidamente parcial, mostra o lado de Mozart, tornando-o um herói, como se tudo se resumisse apenas em bom e mal e sabemos que a realidade não é tão simples assim.
Ao amigo que lê, concluo da seguinte forma: apesar da péssima produção, acho que é uma história relevante, que deve ser conhecida; além de conter uma bela trilha sonora para ser apreciada.
´té mais!
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